Capítulo 81

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Js narrando

Eu não sei o que me deu na cabeça ou melhor, no coração.

Prometi que daria o tempo dela, que me afastaria, que tentaria deixar o amor por ela lá no fundo do coração, bem no fundo mesmo, quase achando petróleo.

Mas aí ela quer que eu a salve de uma confusão.

Claro que eu fiquei feliz por isso, significa que ela não vai me proibir da vida do meu filho(a), e eu nem deixaria!

Esses tempo sem ela me fez perceber e ter noção de várias coisas!

Uma delas é que eu não vou ser pro meu filho, o que os seres que me colocaram no mundo foram pra mim!

Não quero e nem desejo ser um pai ausente, tô ligado de tudo que vou passar pra poder dar proteção à essa criança, mas eu não vou deixar que ele sinta me ausência.

Tô ciente que vários vão vir com força pra cima de mim, eles vão saber que essa criança e ela são meu ponto fraco!

É por isso que de coração, eu desejo que ela vá pra fora desse país.

Não é egoísmo, é amor. A ideia de pensar em perder eles, me corrói e me destrói de uma forma maluca!

O silêncio daquele carro me deixava triste, mas eu não ia dar o braço a torcer. Não vou negar, eu estava chateado com ela, mas eu sabia que daria um jeito de fazer passar!

O seu obrigado significou muito pra mim, eu me senti feliz por saber que estava ajudando de uma forma ou outra, porém eu não podia expressar.

Eu vou dar um jeito de esconder esse amor, só vou demonstrar carinho pelo  meu filho! Ninguém pode saber que ela é o meu ponto fraco.

Preciso ter postura de chefe, dono da porra toda!

Chegamos em um hospital do Leme, desci do carro desligando e abri a porta para que ela descesse.

Percebi surpresa no seu olhar, mas ela não disse nada.

Entramos no hospital e ela foi fazer a ficha.

Me sentei em uma cadeira e fiquei a encarando.

Ela logo veio e se sentou ao meu lado.

Js: tá nervosa?- perguntei e ela me encarou surpresa.

Lua: um pouco- respondeu e concordei com a cabeça- eu sinto que algo tá estranho, minha barriga tá grande pra dois meses e eu sou magra, não tem como ter engordado tanto assim- me disse receosa.

Js: vamos esperar até o cara falar que tem algo errado, mas fica tranquila, não deve ser nada, talvez o guri seja grandão mesmo- disse sorrindo e ela sorriu também.

Fiquei quieto e logo a atendente nos chamou.

Caminhamos até uma sala, entramos e tinha um médico, fiquei cismado, mas não falei nada.

***: bom dia papais- disse nos cumprimentando- sente-se aqui Lua, vou fazer umas perguntas bem rápidas e começamos o exame.

Concordamos com a cabeça e Lua se sentou em uma cama, caminhei e parei ao seu lado, ela estava nervosa, sua cara não enganava ninguém.

Vinicius logo fez as perguntas e Lua claro respondeu todas porque eu não entendia nada que ele falava.

Vinicius: pode se deitar mamãe, levante o vestido por favor- disse sorrindo.

Js: ou tá ficando louco?- perguntei bravo- levantar vestido pra que?- perguntei cismado.

Lua: não começa Júnior- disse me dando um belisco.

Vinicius: calma aí papai, eu gosto da mesma fruta que ela- disse me fazendo assustar.

Ele nos mostrou uma foto e eu quase cai na gargalhada, mas estava com vergonha.

Js: foi mal aí parceiro- disse sem graça.

Ele e Lua riram, então ele pegou um gel e passou na barriga dela.

Lua: é gelado- disse rindo.

Ele logo ligou uma máquina e pegou um mouse passando sobre sua barriga.

Então um barulho alto e forte surgiu naquela sala. Aleatoriamente um sorriso largo abriu no meu rosto.

Encarei Lua que sorria toda boba, suas lágrimas ameaçavam cair, mas ela se manteve.

Meu sorriso ficou um pouco tenso quando o barulho de batimentos ficaram mais intensos.

Js: isso é normal?- perguntei preocupado.

Vinicius olhava aquilo muito atento, sua expressão não era normal, ele parecia espantado com algo.

Vinicius: deixa eu perguntar, tem casos de gêmeos na família de vocês?- perguntou espantado.

Lua: não que saibamos- respondeu tensa- por que?- perguntou com os olhos arregalados.

Foi então que eu entendi, a barriga grande pra dois meses...

Js: não vai me dizer que são dois?- perguntei visivelmente assustado.

Vinicius: dois? Que nada moleque, tem três aqui- respondeu me fazendo ficar pasmo.

Ele começou a manusear o mouse pra que pudéssemos ver.

Lua: o que você fez Júnior?- perguntou chorando.

Vinicius: vocês nem vão acreditar- disse gargalhando.

Js: qual foi agora?- perguntei nervoso.

Vinicius: olha aqui- disse apontando- um, dois, três, quatro!

Js: eu não acredito- respondi ficando tonto.

A zona da minha vida [Morro]Onde histórias criam vida. Descubra agora