Capítulo 49

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Menor narrando

Sentei na mesa do escritório na boca e logo BR chegou.

BR: fala mano- fez toque comigo.

Menor: diz aí o que a pirua quer que eu to cansado pra porra- reclamei bocejando.

BR tinha me chamado pra vir na boca porque queria conversar comigo e não podia ser perto de Cecí, o que já era estranho.

BR: então mano...- fez suspense passando a mão na cabeça- to querendo trocar um lero contigo sobre a tua irmã pô- disse.

Menor: tu vai ficar enrolando ou vai falar porra- reclamei e ele me lançou um olhar mortal- se tu tiver traído minha irmã, corto tuas bolas fora- ameacei serrando os olhos.

BR: que mané traí menor- revirou os olhos- o que eu quero te falar é uma coisa que só minha mae sabe e é uma decisão minha, mas preciso de um conselho- disse tenso.

Esse papo tava estranho demais e já tava me irritando.
Só não dava um soco nele porque era meu parça.

Concordei com a cabeça e ele prosseguiu.

BR: tu sabe que meu sonho sempre foi ter vários pivete pra criar- me encarou- mas eu não posso ter filhos- abaixou a cabeça.

Ué, como assim ele nao pode ter filhos? Não tem a porra de um espermatozoide no saco dele, é só enfiar na Cecí uai.

Papo estranho da porra.

Menor: explica isso direito que eu nao to entendendo nada- resmunguei- Não é só gozar na Cecília e pronto?- perguntei e ele riu.

BR: sou infértil Menor, não posso fazer a Cecí engravidar- respondeu- mas eu quero falar com ela para adotarmos um pivete- disse sorrindo.

Porra ter um sobrinho deve ser massa, eu posso roubar ele e dizer que é meu.

Menor: pô acho massa isso aí mano- sorri animado- conversa com ela direitinho, mas vocês tem que saber se esse romance vai durar pra vida toda, não adianta adotar e fazer a criança sofrer com separação- passei o toque pra ele que concordou.

Continuamos a conversar sobre outros assuntos, até escutar barulho de foguete na laje.

BR: invasão a essa hora?- perguntou já saindo da boca.

Saímos pra fora com pressa e vi os meninos brigando com Cleitinho.

Chegamos mais perto pra ver o que era.

Menor: que porra foi essa aqui?- perguntei bolado.

Cleitinho: foi mal aí Menor, lancei sem querer- respondeu de cabeça baixa.

Menor: fica esperto porra- dei um tapa na testa dele- se fosse o patrão tu não tava vivo- disse e ele concordou.

Saímos de lá e resolvemos ir embora.

Logo chegamos em frente a casa de BR e nos despedimos, já que ele nao subia mais comigo.

Cheguei em casa e entrei já trancando tudo.

Subi pro meu quarto, tomei um banho, me troquei e deitei na cama indo dormir.

*************

BR narrando

Entrei em casa e ascendi a luz da cozinha vendo tudo apagado, somente a luz do banheiro estava ligado e um barulho estranho vinha de dentro.

Caminhei até o banheiro, abri a porta e vi Cecí encolhida no chão chorando.

Provavelmente ela se assustou com o barulho do foguete, ela nem me viu.

Me abaixei perto dela e sentei no chão do seu lado, peguei em sua mão, mas ela continuou de cabeça baixa.

BR: não foi nada, os meninos que mandaram aviso errado- susurrei pra ela.

Cecí: uma parte de mim morre toda vez que voce sai de casa Brian- levantou a cabeça me encarando.

Seus olhos grandes estavam vermelhos por conta do choro e seus cachos caiam no rosto grudando com as lágrimas.

BR: você tem que se acostumar Cecí, essa é minha vida- falei a abraçando e deitando sua cabeça em meu ombro.

Cecí: eu não posso me acostumar com o fato de você ser bandido e todo dia por sua vida em risco- disse baixo.

Afaguei seus cabelos cacheados e macios.

Cecília era tudo pra mim, nunca iria me perdoar se a perdesse!

Nem sempre eu demonstrava amor, mas ela sabia que a amava e faria de tudo por ela.

BR: um dia tudo isso passará e nós vamos nos sentar em uma rede, lembrando de todas nossas loucuras- falei sorrindo e ela balançou a cabeça concordando- tenho algo pra te contar Cecí- falei fazendo ela me encarar.

Cecí: aconteceu alguma coisa amor?-perguntou curiosa.

BR: vou ser direto- disse e ela concordou- eu não vou poder te fazer ter filhos- falei abaixando a cabeça- quero saber se você está disposta a adotar um pivete ou uma menina- fui direto ao ponto.

O medo da resposta dela ja estava estampado, eu sei que ela nunca me largaria, mas isso era uma decisão séria.

Continuei de cabeça baixa esperando a resposta que estava demorando e me agoniando.

Cecí: pode ser uma menina?- perguntou me espantando.

Levantei a cabeça encarando Cecí que sorria toda boba.

Eu sabia que ela não me desapontaria nunca.

Cecília era minha família.

Levantei do chão do banheiro a puxando junto comigo, assim que ela se levantou, colei meu corpo no dela, dando um beijo quente e prazeroso.

A zona da minha vida [Morro]Onde histórias criam vida. Descubra agora