Cápitulo 79

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"Existem momentos em nossas vidas em que nos vemos em uma encruzilhada. Com medo, confusos, sem um mapa. As escolhas que fazemos nesses momentos podem definir o resto da nossa história."
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Luan narrando

Já fazia mais de uma hora que eu estava no bar com Júnior, o cara tava acabado, falando coisa com coisa e quem tinha que aguentar? O melhor amigo.

Js: um dia mano- disse com a voz embargada e apontando- um dia ela vai se arrepender de ter me largado- disse com os olhos lagrimejados.

Revirei os olhos pela milésima vez.

Ls: vão pra casa, eu te levo- disse o encarando.

Js: eu não quero ir pra casa- disse fazendo graça.

Ls: então fica aí sozinho- respondi me levantando da mesa.

Js: vai me deixar aqui sozinho?- perguntou tentando levantar.

Ls: eu quero te levar embora seu mané, a Bianca tá me esperando- respondi impaciente.

Js: eu não quero ir embora ainda Luan- resmungou quando eu o puxei levantando da cadeira.

Ls: uma pena que eu não tenha pedido sua opinião- respondi abrindo a porta do carro.

Ele logo calou a boca e entrou, liguei o carro dando partida, já passava das 00:00.

Eu já imaginava Bianca me esperando com o travesseiro no sofá da sala e só de imaginar minhas costas já começavam a doer.

Js: você é um péssimo amigo- reclamou com a voz embolada.

Ls: claro que sou, tanto que você vai andar daqui até o teu quarto sozinho- disse rindo de sua cara que já estava fechada.

Estacionei o carro e abri a porta pra ele descer, assim que colou o pé pra fora cambaleou caindo no chão.

Bufei descendo do carro e o puxei escorando em meu ombro.

Ls: você me paga seu resto de aborto- disse já bolado.

Com a maior dificuldade do mundo abri o portão e entrei no quintal, abri a porta e sai puxando Júnior, a vontade de o jogar no chão e sair correndo era grande.

Subi as escadas o arrastando e xingando de todos os nomes possíveis.

Entrei no quarto e o empurrei no chão, mas meu queixo caiu quando ele se levantou sozinho e caminhou tranquilo até a cama.

Js: muito obrigado meu parceiro, você é forte em- debochou rindo.

Ls: por que você não cria uma asa bem grande e voa pra puta que pariu?- perguntei saindo do quarto.

Desci as escadas pisando forte e sai da casa.

Entrei no carro e só virei o mesmo já entrando na garagem de casa.

Desci do carro e desliguei o mesmo, subi pra casa e abri a porta cautelosamente.

As luzes estavam apagadas o que me fez dar um suspiro aliviado.

Caminhei em passos leves até a cozinha e abri a geladeira procurando algo pra beber, peguei a jarra de suco e assim que fechei a porta tomei um susto fazendo a jarra cair.

Ls: caralho Bianca como você me aparece com esses cabelos em pé garota?- perguntei tentando respirar normalmente.

Bianca: eu briguei com meu pente, algum problema?- perguntou e neguei com a cabeça- foi o que pensei- disse saindo da cozinha.

Limpei a bagunça e fui pro quarto sem beber meu suco mesmo.

Entrei e Bianca estava deitada de barriga pra cima, ela alisava a barriga e balbuciava algumas palavras que não dava pra ouvir.

Peguei um samba canção e vesti, me joguei ao seu lado e ela me encarou brava.

Bianca: tá fazendo o que aqui que não foi pra sala ainda?- perguntou nervosa.

Ls: sem neurose Bianca, sem gracinha pra ti- respondi impaciente.

Bianca: olha minha cara de que se importa com a tua opinião- disse grossa.

Ls: tá bem afiadinha pro meu gosto- disse debochando.

Bianca: vai dar o cu meia hora Luan- respondeu irritada.

Comecei a rir e me virei de lado escorando o corpo no braço.

Ela estava tão linda, mas ultimamente andava bem irritada e eu sinceramente não tinha um pingo de paciência.

Mas o amor faz isso com a gente. O amor nos faz ver calmaria onde só tem guerra, o amor faz você voltar mais cedo do rolê só porque alguém te espera, o amor suporta tudo quanto é dificuldade.

Ls: eu te amo minha nega linda- disse beijando sua barriga.

Bianca: tá falando comigo ou com a neném?- perguntou com bico.

Ls: com você né- respondi gargalhando- eu também te amo filha- disse pra barriga.

Bianca: nós também te amamos papai- disse e me beijou.

Terminamos o beijo e nos ajeitamos na cama, passei meu braço pela sua cintura e logo senti o sono batendo.

"O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." (1Corintios:4;7)

A zona da minha vida [Morro]Onde histórias criam vida. Descubra agora