Cápitulo 78

1.3K 141 20
                                    

Js narrando

Ficamos em silêncio por vários segundos, ela me encarava como se estivesse vendo um fantasma.

Arranhei som com a garganta e isso fez com ela voltasse a vida.

Ela olhou para o chão, me encarou e suspirou.

Lua: o que faz aqui?- perguntou tentando ser grossa.

Js: não sei- respondi e ela me encarando tentando entender- meu instinto me trouxe até aqui- disse dando ombros.

Lua: interessante- disse e se virou pra sair da sala.

Corri até ela e a segurei virando pra mim. Estávamos a milímetros de distância. Eu desejei com todas as forças que o tempo parasse naquele momento.

A olhei de cima abaixo pra me certificar de que ela estava como havia a deixado, meus olhos pararam em uma pequena saliência que já estava aparecendo em cima do seu umbigo.

Fiquei encarando aquela barriguinha, ela estava muito fofa. Eu poderia ter ficado ao lado dela pra ter visto e notar que estava crescendo...

Lua: pode me soltar?- pediu me tirando dos desvaneios.

Js: desculpa- respondi sem graça soltando seu braço.

Lua: o que você faz aqui?- perguntou cruzando os braços.

Tive vontade de rir a vendo toda autoritária, mas resisti lembrando que eu tinha que me redimir.

Suspirei fundo e encarei o chão.

Js: vim te pedir desculpas- resmunguei baixo.

Lua: desculpa não escutei- disse com a voz trêmula.

Levantei com a cabeça e a encarei. Naquele momento eu senti vontade de sair correndo e me esconder, pela primeira vez alguém estava fazendo com que eu me sentisse fraco!

Talvez isso seja amar, tentar sempre se redimir sabendo que poderá errar de novo, mas as pessoas não podem me julgar! Eu sei que não sou santo, já fiz ela sofrer tantas vezes...

Mas eu quero tentar, por eles e com eles!

E sem nem perceber eu já tinha dito tudo isso a ela... sua face não demonstrava o que ela sentia e isso me fazia ficar em choque, será que ela vai me perdoar?

Lua me encarava de um jeito estranho, seu olhar demonstrava raiva e ao mesmo tempo parecia suplicar talvez por um amor.

Js: eu sei que não é um momento fácil pra você! Eu estou consciente de todos os meus atos e acredite lua, eu não estou contente com nenhum deles!- disse firme tentando ser verdadeiro.

E mais uma vez o silêncio se fez presente naquela sala.

Talvez essa seja a hora de desistir e seguir com as nossas vidas.

Sem pestanejar, suspirei fundo, encarei o piso branco do chão e virei as costas.

Faltou coragem para que eu pudesse obrigar minhas pernas a caminharem, elas pareciam não quer me obedecer!

Eu jurava que assim que eu virasse minhas costas, ela iria me chamar e dizer que tudo ficaria bem!

Mas não.

Eu percebi que tudo estava acabado quando por conta própria eu consegui sair daquela casa e deixei lá dentro, tudo o que mais tinha de valioso na vida!

Fechei a porta e me escorei sentindo meu coração bater totalmente descompassado.

Eu tive vontade de voltar lá dentro e dizer que ela iria ficar comigo querendo ou não, que nós dois iriamos criar nosso filho juntos e seríamos um exemplo de vida pra ele!

Mas eu não podia fazer isso, nenhum de nós merecíamos isso!

Talvez agora seja questão de tempo, ou o tempo seja a questão.

Eu vou seguir a minha vida da pior maneira possível, mas se ela pensa que eu vou desistir fácil do meu filho, ela está enganada.

Js: ela está muito enganada- sussurrei baixo.

Levantei a cabeça e abri o portão pra sair de lá, subi na minha moto e dei partida direto pra boca.

A zona da minha vida [Morro]Onde histórias criam vida. Descubra agora