Capítulo 26 - Quem é você pra me julgar?

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A viagem ao Kentucky foi rápida e sem imprevistos, saindo de Wisconsin e atravessando Illinois pela interestadual.

O lugar marcado para encontrar Connelly era um restaurante chamado Joe Dinner, na cidade de Green Lake, algumas milhas a oeste da fronteira com Indiana.

Chegaram pouco depois do tempo que fora previsto. Era hora do almoço, mas o local não estava totalmente lotado. Bobby apontou uma mesa vazia e se dirigiram para lá.

– Bem vindos – uma mulher de meia idade com cabelos curtos negros e avental sujo aproximou-se e estendeu dois cardápios – Se pedirem o mesmo prato tem desconto de dez porcento. Me chamem quando se decidirem.

Nem esperou resposta e foi atender um casal que lhe acenava.

Os caçadores se entreolharam e deram de ombros. Tinham viajado por horas desde a última parada e pelo visto Connelly estava atrasado. Mais do que eles.

– Vamos comer alguma coisa – Singer decidiu com um suspiro cansado.

Sam acenou com a cabeça e concentrou-se no que pediria. Ou tentou, pelo menos. Não podia deixar de pensar que estavam perdendo tempo e que a cada segundo a vida de Dean corria um risco tremendo. E a situação era por demais tensa, o que aconteceria com a alma do irmão se a kitsune... se a kitsune...

Não conseguiu seguir a linha de raciocínio. Sabia que a morte levaria Dean direto para o inferno. A idéia lhe era insuportável.

– Calma, Sam – Bobby o trouxe de volta a realidade – Não é hora de se desesperar. Seu irmão precisa de nós com a cabeça no lugar e o sangue frio.

O rapaz concordou. Singer tinha razão. Para ajudar a espantar os pensamentos fez um gesto chamando a garçonete. Talvez quando matasse a fome o futuro não parecesse mais tão sombrio.

S&D

Dean notou que a casa não tinha telefone fixo. A única forma de entrar em contato com Sam seria usando um dos aparelhos de telefonia móvel das mulheres que moravam ali. O celular de Alex o garotinho não tinha coragem de sequer arriscar pegar. Dan levava o dela sempre no bolso da calça, assim como Elisa. Teria que ser um dos dois. Na primeira oportunidade que surgisse.

– Ei, quer me ajudar com o almoço, campeão? – Dean desviou os olhos do desenho animado que fingia assistir – Deixo você escolher o que faremos.

– Quer! – o loirinho levantou-se e seguiu Danilla para a cozinha.

Elisa observou por alguns segundos, com um sorriso no rosto antes de virar-se para Alex sentada no outro sofá.

– E então?

– Nada. Não encontrei nada a respeito de algum Dean Winchester na Internet, a não ser um serial killer que foi morto ano passado – e virou o laptop para que a prima pudesse ver a foto do tal criminoso, um rapaz loiro de olhos verdes – Quem diria, um bonitão desses é um assassino sem piedade. Ou era...

– Humanos – Lisa falou como se a palavrinha explicasse tudo – Sobre a criança você não encontrou nada?

– Não. Mas eu nem tinha grandes esperanças. Esse menino tem quatro anos, a não ser que esteja envolvido em alguma coisa grande não vai constar em nenhum sistema – Alex levantou-se deixando o PC portátil sobre o estofado – Hoje estou no turno da noite, se quiser mais alguma pesquisa vai ter que esperar até amanhã.

Elisa acenou em despedida e lembrou-se do que o loirinho dissera sobre a alma vendida ao demônio da encruzilhada. Acabou balançando a cabeça, uma criança nunca conseguiria fazer tal pacto. Talvez Dean tivesse escutado os adultos conversando sobre isso e ficara impressionado. Crianças eram inocentes demais e misturavam realidade com outras coisas. Isso falando de meninos normais. Imagina como ficava a cabeça de um garotinho arrastado por aí por dois caçadores?

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