Capítulo 31 - O preço das escolhas

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Cautelosamente Elisa levantou-se da cama e abriu uma fresta na porta do quarto. Avançou silenciosa como a raposa que era até o aposento do garotinho loiro. Com muito cuidado entrou no quarto e imediatamente ouviu a respiração profunda e ritmada. Dean ainda dormia.

Aproximou-se da cama notando os fios do cabelo bagunçado escapando de sob o edredom com motivos infantis. Preocupada em não acordá-lo, Elisa puxou a coberta e o pegou nos braços. Sentiu o loirinho se aninhando e uma mão de dedos pequeninos segurarem de leve na frente de seu pijama.

Ia fugir daquela casa e levaria o menino com ela. Não tinha dúvidas a respeito de que seu novo lar era invadido por caçadores, mas dessa vez não permitiria que lhe tirassem nada!

Silenciosamente voltou ao corredor. Parou por breves segundos e farejou o ar, apurou os ouvidos e sentiu a atmosfera da casa. Na cozinha. Havia alguém na cozinha daquela casa.

Moveu-se rapidamente escada abaixo, rumo a sala. Escaparia pela porta da frente e evitaria o confronto. Em uma situação diferente não hesitaria em saltar pela janela e fugir nas sombras da note.

Mas agora tinha medo. Saltar do segundo andar com uma carga tão preciosa em seus braços limitaria os movimentos. E Elisa não se atrevia a arriscar uma jogada dessas.

Galgou os degraus com velocidade acima do normal para sua forma humana. Chegava a porta da frente com alivio evidente, porém ouviu um som peculiar que a paralisou por um décimo de segundo. Quando compreendeu que o som vinha justamente da porta da frente já era tarde.

No momento seguinte a folha de madeira se abria e ela se viu cara a cara com um moreno alto, de olhos profundos e rosto tenso.

Os dois se encararam com surpresa. Lisa fez questão de voltar sobre os próprios passos, no entanto o caçador que invadia pela cozinha os alcançou e cortou-lhe a fuga. Ela se viu presa entre os dois homens que estavam com Dean, quando o raptou.

Bobby olhou para a inimiga e em seguida para Sam. Os dois logo notaram Dean adormecido nos braços da kitsune, aparentemente bem. O alívio que sentiram foi tão grande que ficou óbvio em suas faces.

– Dean... – Samuel chegou a sussurrar e estender a mão na direção do outro Winchester, porém Elisa rosnou feroz, expondo as presas afiadas e paralisando o moreno no lugar.

– Não se aproxime, caçador – a mulher terminou a frase com um rosnado ainda mais ameaçador, ao mesmo tempo em que apertava o garotinho contra o peito, de forma protetora.

Isso trouxe preocupação a Bobby, que fez um gesto indicando que Sam deveria se acalmar. Simultaneamente o aperto de Elisa pareceu despertar Dean. O menino soltou a blusa da mulher e levou a mão os olhos meio empapuçados de sono, esfregando um tanto desajeitado.

Por segundos foi alvo da atenção dos três pares de olhos da sala. Até que o clima tenso pareceu mexer com o instinto do pequenino, que espiou o que acontecia ao redor. Assim que as íris esmeraldas esbarraram em Sam, Dean despertou por completo.

– SAMMY! – gritou tentando escapar, mas ainda bem preso nos braços da kitsune – Sammy! – repetiu meio confuso, querendo ir para junto do irmão e sem entender por que Elisa não o soltava.

– Calma – Samuel pediu não apenas ao loirinho, mas a mulher raposa também. Seu desespero cresceu ao ver que garras surgiam nos dedos da inimiga, afiadas e prontas para ferir qualquer um.

– Não se aproximem – Elisa voltou a exigir, os olhos adquirindo uma tonalidade dourada e as três caudas exuberantes surgindo atrás de seu corpo.

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