Capítulo 18 - Considerando o caminho a seguir

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A primeira parte da criatura que ficou a mostra foi um dos braços, sendo esticado para fora do rio e buscando o apoio necessário para tomar impulso e sair por completo. Então uma cabeça se fez ver.

Sam ficou tenso.

A criatura parecia um corpo em decomposição, que a muito tempo repousava sob a água, inchado e levemente azulado. Alguns pedaços apodrecidos caíram revelando partes da ossadura envelhecida.

Os cabelos molhados eram semelhantes aos de um homem muito velho, escorridos na face e ocultando-a quase por completo. Por entre os fios era possível ver um brilho anormal avermelhado: os olhos do Nix. Sam sabia que conseguia ver a verdadeira forma por não ser uma vitima; pois crianças e mulheres, quando enfeitiçados viam um belo rapaz e não aquele ser monstruoso, enganados pela canção.

O inimigo saiu por completo do rio, coberto por roupas esfarrapadas de quase cem anos atrás, o que podia ser uma dica de quando o homem fora assassinado, ou seja, há muito tempo atrás. Começou a rastejar pela grama de forma lenta, como se não estivesse mais acostumado a andar em solo seco. Farejou o ar localizando de onde vinha o cheiro delicioso que sentia e arrastou-se até o lenço deixado em local estratégico.

Sam viu quando o Nix entreabriu os lábios ressequidos e esticou uma língua escurecida, também em avançado estado de decomposição para provar do sangue usado como isca.

Foi o bastante para o Winchester. Ele saltou do esconderijo e correu até a criatura que, pega de surpresa, não teve muita reação. Além do fato da desvantagem de estar fora de seu habitat.

O Nix ainda tentou se defender atacando, mas Sam era ágil e acostumado a monstros mais fortes. Não teve problema em acertar o inimigo com um chute violento, fazendo-o rolar sobre si.

Um grito sobrenatural cortou o silêncio da pequena clareira e demonstrava uma mistura de raiva e medo que dominou o Nix, porém Sam mal registrou aquela manifestação. Simplesmente segurou a estaca de carvalho com as duas mãos e caiu de joelhos no chão, usando toda sua força para cravar a ponta não tão afiada no peito do assassino de crianças.

A arma encontrou certa resistência para varar a carne putrefata, mas serviu bem ao seu intento: assim que tocou o local onde estaria o antigo coração humano daquela aparição ele ficou quieto. Apenas o brilho avermelhado dos olhos se fazia ver por entre os fios de cabelo ainda úmidos.

O Nix fitava Sam com rancor, ódio.

Samuel ignorou as promessas de vingança que eram elencadas no brilho avermelhado. Segurou na criatura com cuidado, para que o corpo semi-decomposto não se desmanchasse pelo caminho e o arrastou até o local combinado com Bobby para se livrar do Nix.

Aquele assassino estava fora de circulação. Pelo menos por um tempo.

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Bobby mais sentiu do que viu Sam se aproximando. E sabia que o rapaz não viria ali senão com sua caça devidamente domada. De dentro do buraco que chegava-lhe quase a altura das coxas, virou-se para recepcionar o Winchester. Então ergueu as sobrancelhas levemente surpreso.

– Mas esse bicho é feio mesmo – finalizou lançando um olhar rápido para a estaca, querendo garantir que estava bem presa e que o Nix não retornaria os movimentos tão cedo.

– Nem brinca. Quer que eu termine isso?

– Não – Bobby saltou para fora do buraco – É o suficiente. A terra aqui é bem fofa, não deu trabalho. E não será trabalho para isso quando as forças dele voltarem. Mesmo que cavemos até a China.

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