Capítulo 09 - Aviso de um amigo, talvez

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– Afaste-se dele – Sam ordenou para a garota sentada sobre a cama observando enquanto o loirinho dormia – Agora!

– Olá, Sam – Ruby cumprimentou no tom de voz que lhe era tão característico, mas sem mover-se do lugar.

– Eu disse...

– Ouvi bem o que disse – ela cortou a frase de forma enfadada – Repito que eu só quero ajudá-lo.

– E veja só que bela ajuda.

– Pensei que o Cluricaun fosse resolver de verdade – Ruby afirmou levantando-se da cama e aproximando-se da janela fechada.

Só então Sam relaxou. Foi a vez de ele acercar-se da cama e comprovar que o irmão estava bem, apenas adormecido.

– Mas não resolveu.

Ruby voltou-se de costas para a janela e cruzou os braços observando o Winchester loiro de forma curiosa.

– Ele ficou uma graça assim. Tem certeza que quer transformá-lo em adulto novamente? – esperou que o caçador respondesse, mas só recebeu um olhar feio que a fez dar de ombros – Sam, você precisa confiar em mim. Aliás, eu vi que esqueceu um detalhe muito importante.

– Jura? – o rapaz respondeu amargo – E o que seria?

– Dean voltou a ter quatro anos – Ruby apontou o garotinho – Quatro anos, Sam. Nessa época vocês não tinham as tatuagens contra possessão demoníaca. Qualquer demônio poderia possuir o pequenino agora...

–... – Sam deixou o queixo cair surpreso. Como fora esquecer desse detalhe tão importante?

– Recado dado. Você sabe... boatos correm rápido, Sam. Você deixou um demônio escapar, ele viu o que aconteceu e já está espalhando a notícia. Em pouco tempo as criaturas estarão nos seus calcanhares atrás de comida fácil.

Sam engoliu em seco desviando os olhos para a cama. Pensou que naquela noite do pedido, o demônio fugitivo podia ter entrado no corpo de seu irmão. Claro que poderia exorcizá-lo, a preocupação estava em fazer aquilo a tempo, pois o inimigo talvez conseguisse causar algum mal ao menino.

Ora, por que se preocupar com algo que nem tinha acontecido...? Felizmente Ruby tinha dado mostras de amizade mais uma vez o alertando para o detalhe que passara despercebido.

Voltou os olhos na direção do demônio para agradecer, mas Ruby não estava mais ali. Engolindo em seco o caçador foi até as mochilas e começou a procurar. Tinha certeza de ter algum amuleto protetor no meio das coisas deles. Não podia mais deixar Dean sem um mínimo de proteção.

S&D

No outro dia Bobby bateu na porta dos irmãos muito cedo, mas Sam já estava acordado terminando de juntar as coisas.

– Olá, garoto.

– Bom dia, Bobby.

– Bom dia, tio Bobby – Dean estava sentado sobre o colchão esfregando os olhos sonolentos.

– Bom dia, menino – o caçador aproximou-se e bagunçou ainda mais os fios loiros despenteados. Notou o cordão no pescoço do lorinho junto com o outro que Dean sempre usava. Lançou um olhar significativo para Sam que deu de ombros. Pelo menos o irmão estava protegido contra possessão. Era absurdo não ter lembrado disso antes.

– Podemos ir – Sam decretou.

– Mais Sammy – o garotinho grudou os pacotes de figurinha e mostrou para o irmão – Ainda não colamos. Você prometeu!

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