Capítulo 21 - O plano em ação

107 11 0
                                    

O plano estava arquitetado em sua mente desde que os caçadores tinham chegado ao Parque Florestal.

Sim.

Lisa conhecia muito bem o tipo. Era capaz de identificar o fedor que os seguia, cheiro de morte e destruição de criaturas iguais a si, cujo único crime era não nascer humanas.

Ah, Lisa sabia que estavam ali caçando o Nix. Não sabia como tinham descoberto o espírito da água, por que ele era cuidadoso, nunca matava pessoas demais, apenas o suficiente para manter sua energia, diferente de outros que desejavam cada vez mais mortes.

Como tinham descoberto não era importante. Lisa tinha medo que acabassem descobrindo a ela também, por isso pretendia partir no dia seguinte.

Surpreendentemente, os dois adultos resolveram o caso com mais rapidez do que esperava e logo partiam!

Elisa ficaria feliz em vê-los pelas costas, se não fosse o pequenino loiro. Um garotinho tão parecido com seu filho... os mesmos cabelos claros, as mesmas bochechas rosadas salpicadas de sardas. Os olhos não, a cor era bem diferente. Seu Timothy tinha íris que eram azul cobalto.

Tão inocentes...

Tão jovem...

E sua vida fora roubada por aquele maldito caçador. Alguém que sequer sabia o nome, que atacara o reduto onde se abrigava e matara seu precioso filho, deixando-a a beira da morte, agindo a traição. Assassinando outros membros de sua família.

Ela quase morrera. Quase desistira.

A sede de vingança lhe devolvera um sopro de vida. E agora tinha a oportunidade de vingar-se. Pouco se importava que fosse o filho de outro caçador. Eram todos farinha do mesmo saco.

Ela queria apenas o sangue derramado. Olho por olho.

Por isso seguira os caçadores desde o parque em Michigan. Cuidadosamente e a longa distância, graças aos olhos apurados e faro refinado. Podia seguir a trilha de mau cheiro que eles deixavam.

Estava na cola de suas futuras vítimas. Esperava apenas o momento apropriado.

E foi bem quando avançavam por Iowa, uma longa e infinita estrada para o nada. Lisa vira a oportunidade e agarrara.

Humanos se cansavam fácil, precisavam recuperar as forças ocasionalmente. De seu ponto de observação Elisa viu quando o mais velho dos três afastou-se com uma lanterna e verificou os arredores. Porem sabia que ele nunca iria longe a ponto de descobrir onde ela se escondia e vigiava.

Quando tudo ficou escuro e silencioso pôs-se em guarda. A tensão fazia os olhos tornarem-se dourados e brilhantes, garras surgiram no lugar dos dedos e, às suas costas, três caudas felpudas de pêlo branco balançavam de um lado para o outro, denunciando seu estado de expectativa.

S&D

A madrugada ia avançada quando Lisa se sentiu segura para agir. Aproximou-se rapidamente, correndo sem produzir som de um modo que apenas sua condição sobrenatural lhe permitia, pisando tão de leve sobre a terra que não deixava rastros. Vasculhou o campo até encontrar uma pedra de bom tamanho que carregou até o carro, depositando com cuidado no solo.

Então foi até a caminhonete e sondou, certificando-se que o homem ali dentro dormia, antes de usar as afiadas garras para rasgar o pneu da frente, cravando fundo na borracha preta. Moveu a mão de modo a permitir que o ar escapasse lentamente. Não queria despertar o caçador com movimentos bruscos, o que aconteceria se esvaziasse a câmara de ar de uma vez só.

And more confusionOnde histórias criam vida. Descubra agora