Mrs.Dieckmann

Capítulo 39

Depois de tudo o que saiu da boca do próprio Henri, me senti um lixo, um ser humano desprezível. Talvez ele tenha razão, não posso nem dar-lhe filhos, mas isso não significa que deveria me tratar daquele jeito, achei que ele ficaria do meu lado. Agora tenho que enfrentar essa dor sozinha.

Ando pelas ruas de Key West e paro em frente a uma ''casa'' grande e muito colorida. Meu coração me impulsionava a entrar, então foi o que fiz.

Entrei no lugar e comecei a observar tudo, os móveis eram todos coloridos e havia brinquedos por toda a parte.  Afinal, onde estou?

-Bem vinda ao Orfanato West, em que posso ajudá-la?. _Uma mulher magra, alta e de uns quarenta anos havia dito.

-Ahr, é que..._Nem terminei de dizer e ela logo se pronuncia.

-Já sei, quer dar uma olhada nos pequenos não é? , Venha por aqui. _Disse e entrou em um corredor enorme.

Já estou aqui,  vamos nessa. Então a segui.

-Aqui não é muito grande, recebemos cerca de trinta crianças, de quatro  a seis anos. _Foi dizendo enquanto continuávamos caminhando.

-Vamos entrar agora na sala de aula, para você conhecer alguns deles. _Disse e entrou pedindo licença.

Na hora todas as crianças nos olharam. Fiquei encantada com cada uma, cada rosto, cada olhar, era uma vida,  e estava alí,sem mãe, sem pai.

-Olá crianças. _Disse sorrindo.

-Olaaaaa diretora Magalat. _Disseram fora do rítmo e eu rí internamente.

-Temos uma moça muito bonita que veio dar uma olhada em nossa casa. _Disse e eu logo recebo olhares curiosos daquelas fofuras.

Um deles, parecia ser o menor de todos veio até mim e abraçou minhas pernas.

-Nossa, você é gata moça, sou o Dante. _disse ainda agarrado a mim.

Sorrio para ele.

-Prazer Dante, estou encantada com tamaha beleza, e me chamo Cecília. _Digo abraçando-o.

-Tudo bem Dante, para de charlatar a moça e volte para seu acento. _Ele pisca para mim e volta para sua cadeira.

-Dante é o mais novo de todos, o único de quase quatro anos. _Margaret Sussurrou para mim.

-Crianças, se despeçam dela pois vamos para outra ala.

Todas elas disseram ''Tchau Cecília'', novamente fora de ordem, e eu ri denovo.

-São uns amores. _Digo sorrindo.

-Sim, e todas tem uma história triste sobre abandonos. _Ela disse e eu me senti triste com aquilo.

-Você pensa em adotar algum?. _Diz olhando para mim.

Parei, pensei e então disse...

-Eu vou pensar sobre isso, na verdade, parei aqui sem querer. _Digo e ela sorri.

-Talvez você seja um anjo enviado para dar amor a alguma daquelas crianças. _Ela disse e me fez refletir.

(...)

Voltei para casa dois dias depois, passei esses dias na casa dos meus pais, recebi consolo deles e estou me sentindo melhor, mas em meu celular havia mais de 100 mensagens do cretino, sem contar das ligações.

Cheguei na mansão e fui para meu quarto, suspirei aliviada por Henri não estar lá.

Fiquei pensando no que a diretora do orfanato havia dito sobre adotar alguma criança. Eu até queria, mas como? Vou me separar e estou nova para obter um papel tão importante e digno.

Fiquei pensando em Dante, o garotinho mais fofo que já conheci em minha vida.

Respirei fundo e fui tomar um banho.

Coloquei uma roupa confortável, e fiquei esperando meu ''marido'' chegar para podermos falar sobre o divórcio.

Vou para a cozinha e a pessoa preferida daquela casa estava lá, Aurora, a governanta, a única que me dá bons conselhos quando quero matar Henri.

-Oi querida, está melhor?. _Diz me abraçando.

-Estou tentando. _Dou um sorriso forçado.

-Essa fase ruim vai passar, você vai ver. _Diz sorrindo.

-Sabe, admiro a senhora, tão experiente, tão linda e de bem com a vida. _Digo a ela.

-Ah querida, aqui já se deu muito mal na vida. _Diz sorrindo.

-E você nunca falou sobre seus amores, tem algum? _Digo curisosa enquanto tomo meu café.

-Na verdade, tem, mas não podemos ter nada, somos amigos sabe?._Diz cabisbaixa

-Ele está perdendo uma mulher incrível. _Pego em sua mão e ela sorri.

-Obrigada!. _Diz.

Escuto a porta da sala abrir e imagino ser aquele infeliz.

-Licença Aurora, agora tenho que colocar os pingos nos is. _Digo me levantando.

-Vai com calma minha menina. _Diz ela.

(...)

Chego no quarto e ele me olha assustado.

-Onde você estava esses dias? ,Tem noção do quanto preocupado fique?. _Diz e eu não esboço nenhuma reação.

-Você está bem?. _Diz se aproximando, e eu continuo desviando meu olhar.

-Não vai dizer nada? ._Parou centímetros perto de de mim.

Respirei fundo e digo.

-Eu quero o divórcio. _Então o olho e ele arregala os olhos.