Welcome to the dream world

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"Ok, vocês aí podem vir se sentar agora? Não temos o dia todo!" Seena se manifestou, parecendo mais entediada na mesa.

Todos se sentaram. Zack mudou de lugar para ficar ao lado de Wendy e fugir de Seena — com isso, Peter, do seu outro lado, não poupou piadas sobre ela estar roubando toda a sua popularidade.

O espaço era aberto, coberto por um teto de madeira em triângulo. A floresta parecia cantar com o vento e o farfalhar das folhas gigantescas há quilômetros de distância no alto. Wendy se perdeu entre prestar atenção numa conversa de Peter e Anthony, e observar as folhas caindo na luz do sol fatiada. O alvo em que os meninos atiravam seus dardos ainda descansava, plenamente, num dos troncos enormes mais próximos. Parecia absurda a ideia de que alguém fosse capaz de acertar aquela coisa mínima tão afastada, mas, ainda assim, haviam dardos fincados em diversas ordens nos três arcos de dentro. Nenhum acertara o centro, porém. Parecia mesmo absurdo.

No meio de seu divagar, algo subitamente chamou a atenção de Wendy: um pequeno pontinho de luz passou flutuando por cima da mesa.

"Ah, finalmente", comentou Free, enfiando um guardanapo pela gola da camisa à moda antiga.

Ela se viu confusa, e de repente maravilhada, quando mais luzinhas rodopiaram pela mesa, surgindo pelos cantos em profusão e rodando e despejando brilho dourado diante de cada centímetro. Observou, perplexa, sem compreender qual deveria ser sua reação, quando o brilho se dispersou e uma mesa de café da manhã completa surgiu diante deles. A luzinhas acabavam, no mesmo ímpeto, de materializar um prato à frente dela com waffles e creme de açúcar. Um copo de líquido verde com espuma surgiu logo em seguida com um estampido surdo ao aterrissar na mesa.

Wendy piscou, impressionada, para se dizer o mínimo. Devia fazer perguntas, mas não conseguia processá-las. Na verdade, sentia um estranho desejo de se beliscar algumas vezes. Ou xingar. Se beliscar e xingar ruidosamente, sendo que nenhuma das opções parecia adequada na frente de tantas crianças. Wendy piscou de novo, encarando o prato magicamente posto diante de si. Pensou em pelo menos quatro palavrões seguidos e percebeu que seria um hábito difícil de largar.

Anthony estava prestes a morder um pedaço de sua comida, uma espécie de baguette com geléia doce junto de um copo de café forte, mas se deteve para olhar para ela e depois encarar Peter com surpresa nos olhos.

"Você não contou para ela sobre a comida?", questionou, tão surpreso que a insinuação parecia um ultraje.

A expressão de Peter vacilou por um momento. "Não tive tempo de entrar em detalhes", Peter disse. "Quase nenhum, para ser sincero."

Anthony o fitou, levemente confuso. Houve uma leve, mas distinta, comoção na mesa.

A voz sinuosa e reservada de Free soou do canto da mesa, parecendo inteiramente interessado no asssunto agora: "Então... como a convenceu a vir?", ele perguntou.

Quando olhou na direção do garoto, Wendy podia jurar que havia algo turvo sobre Free — uma espécie de iluminação estranha ou falta dela —, mas, quando piscou para focar direito a visão, a sensação se foi tão rápido quanto veio.

"Não tive tempo de discutir sobre a decisão. Eu só precisava trazê-la. E não conseguiria fazer isso se tentasse conversar sobre magia e criaturinhas mágicas." Ele olhou para Wendy e deu uma piscadinha. "Quando sequer pensei na possibilidade de começar a explicar, até mesmo depois de demonstrar um pouco de magia, ela me acusou de usar drogas."

The Peter PanOnde histórias criam vida. Descubra agora