Not all beasts kill

1.1K 80 75
                                    

Não seja um leitor fantasma! Deixe seu voto e comentário para que a história continue!



"Muito bem", Wendy pôs-se a grunhir, ouvindo os próprios pés esmagando folhas secas. "Quem vai me explicar de novo porque eu estou indo junto para uma chamada dessas?"

O vento soprava correntes frias, empurrando o cabelo de todo mundo e enfeitando o ar com pedaços de folhas mortas. Parecia o dia cinzento perfeito para ficar em casa, se cobrir e não fazer nada — e era exatamente o que ela teria feito se não tivesse sido arrancada de seu casulo quentinho no sofá.

De seu lugar na dianteira, Mare respondeu a pergunta. "Porque achamos que ia gostar de ser incluída nas missões", disse, solene e disposta como a manhã. "Você não vivia reclamando de ser deixada de lado?"

A amiga ruiva usava o mesmo traje cinza escuro dos treinamentos, com algumas faixas amarelas entre as costuras. Algumas partes customizadas, como a falsa saia drapeada e as botas de cano longo, davam a personalidade de Mare ao conjunto.

Peter, que andava logo atrás das duas, acrescentou: "E porque todos os outros estavam ocupados."

Mare fez cara feia para ele, dando alguns passos de costas. "Peter!"

"O quê? É verdade, não é?", Peter disparou, encolhendo os ombros. Então ignorou o fuzilar de Mare e encarou Wendy. "Não me leve a mal. Carter avisou que você já está apta para missões de campo e, como não queríamos ir só nós dois, eu pensei..."

"Não me importo", Wendy declarou, tirando os fios esvoaçantes da cara. "Só não consigo imaginar de que ajuda eu seria."

"Não temos como saber de que ajuda nós seremos até estarmos lá", Mare comentou. "Mas não acho que envolva algo muito perigoso. Não senti desespero no chamado de Àine, só apreensão. Algo as preocupa."

A missão tinha sido declarada por Mare, durante o café na torre sete (que Wendy perdera, dormindo até tarde), depois de receber o chamado de Àine, a líder das ninfas, pedindo pela presença de Peter. Os três caminhavam agora para o sudeste, em direção à campina das dríades, afim de encontrá-las.

Peter, também vestido de traje grafite e faixas verdes, claramente não gostava da ideia de caminhar por todo o caminho, mas Wendy supôs que ele não podia voar com as duas até lá, portanto não tinha escolha. Seu senso de cavalheirismo não o permitiria ir na frente. Por outro lado, caminhar não parecia ruim na visão de Mare, notável pelo jeito como ela cantarolava e pisava em montes de folhas marrons que se formavam pelo caminho.

Wendy, por sua vez, só não estava cem por cento chateada de ser tirada de seu dia de folga dos treinos pois gostava da perspectiva da aventura. Já tinha rodeado a Floresta dos Tigres com os meninos tantas vezes que a ideia de sair para explorar novas partes da ilha era animadora. Existia a Floresta Encantada, claro, o único lugar fora do território de Peter que ela podia visitar, mas também já tinha circulado muito pelo lugar à procura de doces, unicórnios e duendes ferreiros.

Os outros lugares na ilha em geral significavam perigo e sua visitação era restrita às missões. Por conta da que fazia agora, Wendy logo adicionaria mais um território à sua lista.

Depois de uma bela caminhada, eles enfim entraram na campina colorida das ninfas. A distância não fora exatamente curta. Levaram pelo menos uma hora e meia para chegar nos domínios de Àine. Wendy admitiu que, sim, talvez tivessem levado trinta minutos a mais por conta de seus pequenos desvios ao notar criaturas e coisas curiosas e desviar um pouco da trilha. Talvez. Tudo bem que, depois de um encontro desastroso com um flamingo-nadador nada amigável, Peter precisou prender as mãos na mochila dela e puxá-la pelo resto do caminho, mas isso não vinha ao caso.

The Peter PanOnde histórias criam vida. Descubra agora