Being between twins

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As torres oito e nove eram gêmeas próximas, porém excepcionalmente distintas. Ambas tinham a forma de uma casa na árvore de criança, só que bem maiores, para alojar seus donos de forma confortável. Subindo a parede de escalada do outro dia, depois da torre 7, você precisaria andar por uma passarela de madeira que no fim encruzilhava-se em duas pontes de corda: uma para a esquerda, na direção da torre oito, e outra para a direita, na direção da nove. Distintas era pouco, contrárias era quase adequado.

A torre oito era rústica, de dois, talvez três andares e uma abóbada no fim. Pintada bem grosseiramente de azul petróleo e algumas faixas cinzas. A entrada ostentava uma porta de aço com janela gradeada e acima da mesma uma placa de madeira pintada a mão, com tinta branca, escrito: "chaos teory". Nas beiradas das janelas descansavam uma mistura de flores vermelho vinho bem densas e outras esguias, mais arroxeadas. Wendy não identificou-as de primeira porém veio a descobrir mais tarde se tratarem de buquês de cosmos chocolate e lavanda.

Já sua irmã, a torre nove, tinha dois andares e era decorada com doce primazia; cheia de mini jardins sortidos e vasos suspensos. Tinha uma pintura amarelo pastel, tapete laranja felpudo diante da porta de madeira clara e um estranho telhado com textura de grama. Talvez fosse grama de verdade. Borboletas e abelhas aproveitavam seu tempo ali, como se fossem parte da decoração.

Suas únicas semelhanças como gêmeas eram os números brancos pintados perto das portas e bandeiras russas esvoaçantes sempre na janela mais alta de cada uma.

Quando Reis chegou para buscá-la na torre seis, o quarto, Wendy estava tão enjoada que não sabia se conseguiria completar a viagem. Ele, porém, parecia a par de suas preocupações e tomou cuidado ao passar o braço dela pelos próprios ombros, ajudando no equilíbrio.

Peter parecia lutar ao máximo para não expressar seu martírio mas não interferiu ou protestou enquanto os assistia sair, nada além de um rápido aperto de mãos com Reis misturado à uma troca de olhares silenciosa e esquisita que Wendy esteve pouco interessada em tentar entender.

Felizmente, Reis não fez nenhuma pergunta invasiva durante o caminho e tentou ser o mais paciente possível com o corpo descongelado dela naquela fortaleza de exercício físico que era a Casa na Árvore. Não que ele tenha permitido que ela tirasse o cachecol mas, depois de uma rodada de insistência, deixou que tirasse as luvas e a touca.

"Então...", murmurou ele, depois de um tempo, limpando a garganta, "...minhas instruções foram deixar você com Mare agora, mas ela está ocupada, presa na torre 12. Não deve levar muito tempo, mas por enquanto você precisa ficar esperando."

Wendy assentiu, indiferente.

"Tenho a chave comigo, vou deixar você lá dentro. Preciso voltar para ajudar na número 12, mas vou entender se quiser que eu fique, fazendo companhia ou só para vigiá-la."

"Por que eu ia querer alguém para vigiar?"

Reis não se importou com a leve onda cinza por cima dela, apenas sorriu com sua calma aterradora. "Não sei, talvez ajudasse você a se sentir segura depois do que aconteceu."

"Não estou traumatizada assim. E não é como se eu tivesse visto o momento em que fui levada."

Reis olhou para ela de lado por um momento, mas quando Wendy olhou para ele, o cenho franzido, ele se virou para o caminho, sem expressão distinguível.

The Peter PanOnde histórias criam vida. Descubra agora