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Maciel Andrade
___

-Para mãe, para __ pedi chorando__ ta doendo, para __ gritei.

Ela parecia nem me escutar, seu rosto estava vermelho de raiva, ela segurava um cigarro em sua mão e me chutava freneticamente, Seus chutes parecia me cortar e aquela mesma sensação de que eu estava fraco, me dominou.

Marlucia- Eu, te, odeio__ pausava sua fala a cada chute que a mesma me dava__ Tu deveria ter morrido, seu peste, você é um lixo, ninguém te quer __ deu um chute em minha barriga, fazendo-me, me curvar para frente e tocir.

Meu ar era fraco, e parece que eu ia perdendo a voz na medida em que eu gritava, eu tava assustado, podia sentir meu corpo todo doer, olhei pro lado e havia uma arma no chão, parecia aquela que matei a mesma, e toquei nela e apontei para a mesma, sem pensar duas vezes apertei o gatilho, e um barulho alto de tiro invadio o meu ouvido.

Acordei assustado, minha respiração era ofegante, ouvir um barulho de algo caindo e logo em seguida um grito, olhei rápido para o lado, aquela mina doida tava lá no chão, os olhos dela tava cheio de lágrimas.

-Ou mina, tá doida ?__ perguntei encarando a mesma.

Ela me olhou e abaixou a cabeça, seus gritos passaram a ser mais altos, mina doida do caralho.

-Cala a porra da boca, vadia __ reclamei.

Levantei e passei a mão no cabelo e logo em seguida esfreguei meus olhos, caminhei em passos rápidos pro banheiro e chefei a porta, minha cabeça parecia que ia explodir, minha mão começou a tremer, e minha barriga fez um barulho estranho pra caralho, a fome bateu com força.

Caminhei entrando no box e liguei o choveiro e sentir a água ir de encontro com minhas costas, levantei minha cabeça e sentir a água quente escorrer pelo meu cabelo molhando os mesmos, passei as mãos entre eles e fechei meus olhos, abrir os mesmos logo em seguida ao sentir uma sensação ruim.

Passei minhas mãos no meu corpo a sentir cada marca de cada cicatriz no meu corpo, era impossível não sentir, mesma que elas estejam cobertas por tatuagens são notáveis e tudo me faz é voltar ao passado. Fechei meus olhos de novo e respirei fundo.


(...)

Tomei um banho rápido e sair enrolado na toalha, a maluca ainda tava gritando lá no chão.

-Ow infeliz__chamei sua atenção__ para de gritar caralho__mandei

Lia- TUDO CULPA TUA __gritou__EU TE ODEIO, EU TE ODEIO__chorou

-JÁ MANDEI TU CALAR A MERDA DA TUA BOCA__gritei __ TU GOSTA DE APANHAR NÉ SUA INFELIZ__me aproximei e mesma e dei um tapão em seu rosto

Lia-Aaaaaaaa__Gritou __ Por favor, me deixa ir embora__pediu baixo__me deixa em paz, por favor __ chorou.

- TÚ É MINHA __gritei__ MINHA, TÁ ME ENTENDENDO __puxei seu cabelo fazendo a mesma me olhar__ Tú nunca vai se livrar de me, nunca__ Sussurrei na medida que ela podesse ouvir.

Lia- Eu não fiz pra você fazer isso comigo__chorou.

- TÚ NASCEU, SUA VADIA __gritei.__ Levanta daí __puxei seu cabelo pra cima.

Arrastei a mesma pelo cabelo e dei um chute em sua barriga fazendo a mesma se contorcer de dor, joguei-a no chão novamente e chutei suas costas enquanto ouvia a mesma gemer e via seu corpo se contorcer, minhas mãos foram até seus braços e puxei a mesma jogando-a em cima da cama, seu corpo nu ficou exposto totalmente me fazendo ver todo seu corpo azul ao em vez de roxo, as marcas de minhas mãos em seu corpo eram visível e olhar aquilo me fez lembrar do passado, me fez me ver em seu corpo e por um momento eu me sentir minha mãe, me odiei por aquilo, ouvir seu choro agora foi mais como se fosse um castigo, e Sentir como se meu coração estivesse sendo chicoteado.

Deitei meu corpo contra o seu de um jeito como se eu não fizesse força contra o mesmo, ela não parecia aquela menina linda, não com seu rosto inchado e roxo ou azul, mas ela continuava com sua beleza extraordinária, olhei seus olhos baixos e levei minha mão direita até seu rosto afastando um pouco do seu cabelo negro espalhados pela sua face.

Me levantei rápido e voltei em passos rápidos e calculados para o banheiro fechando a porta, não quero que a mesma me veja em momento de fraqueza.

(...)

Abrir meus olhos e uma lágrima escorreu junto com muitas outras, desliguei o choveiro e peguei a toalha enchugando meu rosto e secando as lágrimas, o banho frio me ajudaria e despensar meus inútil pensamentos o que não adiantou muito.

Enrolei a toalha na cintura e sair do banheiro, encarei a mina que agora estava deitada na cama toda encolhida.

Foi Na FAVELAOnde histórias criam vida. Descubra agora