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Maciel Andrade
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Acordei eram umas 4horas da madrugada, meu corpo ainda tava no chão da cozinha, eu tava completamente quebrado, tava nú pela aquela casa cheia de bichos.

Olhei pra cima e aquelas armas ainda estavam lá, eu fiquei com medo muito medo, mas eu tinha que acabar com esse sofrimento, eu tinha que me libertar, e eu só conseguiria minha liberdade de uma forma, da forma mas cruel possível e eu sei que um dia me arrependerei por isso, mas eu ja não aguento mais.

Me levanto com muita dificuldade por conta de meu corpo todo doendo, subo na mesa e levantei meus braços com dificuldade e peguei um saco e tinha alí, era visível as armas lá dentro, desci da mesa e peguei uma arma, ela parecia uma arma que meu pai tinha, ele dizia que era uma Glock.

Naquele momento pensei em mim matar, pensei em atirar na minha própria cabeça, mas a voz do meu pai veio a minha cabeça.

"Seja forte, não fracasse você vai conseguir vencer, se for possível mata, mas não morra."

Ele me dizia isso toda vez que vinha me acordar, parece que ela tava me treinando para que esse dia chegasse, eu sei que ele sabia que esse dia ia chegar.

Eu destravei a arma e apontei para minha cabeça, ouvir a voz do meu pai mas uma vez e em seguida a voz de Davi invadiu minha cabeça fazendo com que eu fique ainda mas paralisado, abaixei a arma e me sentei na cadeira de cabeça baixa, sei que não conseguiria, sei que foi tudo vão, meu corpo ainda doi o que me faz lembrar de tudo que eu passei.

Olho quantas balas eu tenho dentro da arma e vejo que tenho apenas duas, o que eu preciso tá aqui, uma arma e duas balas.

Levanto devagar e caminho até o quarto, abro a porta que estava apenas encostada e vejo os dois dormindo juntos.

Aquele filho da puta do Zé e a maldita que se diz minha mãe.

Mirei na cabeça daquele filho da puta e atirei, com o impulso da arma cair no chão mas logo levantei minha sorte que aquilo não fez nenhuma zoada, vi o sangue dele escorrendo e minha vontade de matar logo aumentou.

Aí eu não tinha mas escolha, eu tinha que parar ela, pelo meu próprio bem, aquela vadia acabou com a minha vida.

Com os sangues nos olhos mirei na cabeça da maldita e contei até 3 antes de atirar e atirei.

Seu sangue espirrou em meu corpo, seu corpo de imediato caiu no chão, efeito de uma cama pequena.

E seu sangue se espalhou, meu sangue ainda ferve, eu quero mas, eu queria que eles passassem pela metade do que eu passei, eu queria fazer eles sofrer ainda mas do que eu sofrir, mas daqui uns dias nos se encontramos no inferno e lá eu acerto as contas.

Naquele momento eu sentir o gosto de vingança bem feita e bem comprida, eu não sei o porque mas eu sinto que não foi nem por me, eu sinto que foi por outra pessoa, caminho até o corpo de minha mãe e dou um chute no mesmo sorrindo.

Saiu do quarto e caminho até a cozinha pegando uma faca cheia de bixo em cima da pia, naquele momento eu nem me importei, naquele momento eu só queria fazer aquilo, eu só queria ver aquilo.

Voltei para o quarto em passos rápidos e caminhei até o filho da puta do Zé que estava desnudo cima da cama, encarei seu corpo com nojo e toquei aquele pau nojento dele, alí eu usei todas as forças que eu tinha e cortei seu pênis fora, sorrir vitorioso enfiando aquilo na boca do próprio defunto.

Limpei minha mão suja de sangue na cocha de cama e caminhei até a cômoda, abrir a gaveta e tirei a mesma pegando todo dinheiro que havia deixado alí na mesma forma que meu pai me ensinou.

Meu pai também não era bom, na verdade ele era um monstro, mas na verdade ele só era assim quando bebia ou usava drogas.

Peguei uma roupa e vestir meu corpo desnudo colocando o meu dinheiro dentro do bolso.

Mas logo lembrei de uma bolsinha preta que meu pai havia deixado dentro da minha gaveta anos atrás, eu nunca havia mexido nela, nunca havia nem pegado nela, pra falar a verdade eu passo anos da minha vida sem querer pegar nas coisas do meu pai, eu odeio lembrar dele e ter que chorar.

Peguei a bolsa e abrir a mesma, alí levei um susto que a quantidade de notas de cem que eu encontrei alí, coloquei meu dinheiro dentro e sair de cabeça indo em direção a casa de Davi na maior tranquilidade do mundo.

Bato em sua porta e logo é aberta aberta por Dona Márcia que sorrir ao me ver, o seu sorriso era acolhedor ela carregava os olhos triste e eu ja sabia que ela havia ouvido os barulhos e não foi só pelo barulho que fiz dentro de casa depois de ter os matado, foi o barulho que fiz ao seu estuprado.

Por meu corpo todo haviam marcas de agreções, cortes, mas a maior dor que eu carregava era uma dor na alma e eu sei que essa dor nunca irá sessar.

Abraço Dona Márcia que carícia meus cabelos.

Dona Márcia- Precisamos sair daqui, meu filho.__ disse.

__Eu sei tia __falei

Dona Márcia- Vai chamar o Davi __deu espaço pra entrar__ vai rápido __ disse.

Corrir até o quarto de Davi chamando o mesmo, ele se acordar e arruma algumas roupas dentro de uma bolsa, Dona Márcia fez o mesmo.

Quando terminaram já estava amanhecendo, aquela era a hora perfeita para sairmos, caminhamos pelas ruas do Rio de Janeiro, sem rumo, sem destino, sem nada, apenas uma quantia de dinheiro e algumas roupas.

Aquela sim é minha família de verdade.

Foi Na FAVELAOnde histórias criam vida. Descubra agora