Foi Na FAVELA

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Maria Liara
Lia
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Não posso dizer que o amo, nem se gosto do mesmo, isso nunca irá acontecer, não com ele, mas tem algo diferente nele.

70x7 é a chance de vezes que devemos perdoar, segundo a ordem de Deus, bom, eu acredito, sempre acreditei, todos merecem segundas, terceiras e quartas chances, mas isso parece ser tão difícil quando se tratá de algo assim.

Encaro seus olhos claros que carregam tristeza, que deixa transaparecer sua dor que é visível de longe e por mas que o mesmo seja esse demônio, hoje eu vi que nele há pureza.

Mas, por mais que eu queira, por mais que eu tenha pensado, nunca vou conseguir perdoa-lo.

Abrir meus olhos e passei a mão pela cama, com medo de sentir que o mesmo ainda estava ali, mas não estava.

Levantei e o procurei pelo quarto e não havia nem sinal do mesmo, caminhei em passos largos até o banheiro no mesmo momento em que uma forte vontade de fazer xixi me bateu.

(...)

Sair no banheiro enrolada na toalha, depois de um banho demorado e o vi parado do lado da cama, meu corpo paralisou, meu coração pareceu saltar e começou a bater forte. Uma mistura de sentimentos me preencheu, e eu não sei se medo, raiva ou se eu gostei de vê-ló.

Sair dos meus desvaneios ao sentir a água dos meus cabelos pingar em meu ombro.

Maciel- Tá surda ?__falou alto, me assustei com seu tom e dei um passo para trás.__ Eu mandei tu se vestir logo é se mandar daqui __ disse.

Abaixei minha cabeça assustada e caminhei, mesmo que eu não quisesse, tive que passar ao seu lado, parece que minhas pernas criaram vida própria e paralisaram bem ao seu lado.

Eu podia ouvir seu respiração pesada, minhas mãos tremeram e eu a levei até seu ombro, deitei a cabeça em seu braço e deslizei minha mão por sua barriga desnuda, á mesma parecia aspera, como se fosse as mãos de um trabalhador, parecia ter calos ou cortes, não sei ao certo o que eram.

Sentir sua mão tocar a minha e sua respiração pesada ecoou por meus ouvidos, Maciel, tirou minha mão de seu corpo e deu passos para frente se distanciando de mim, ainda de costas ouvir a porta do banheiro ser fechada em um baque e tudo voltou ao normal.

Caminhei em passo pesados até a sala e juntei minhas roupas do chão vestindo a mesma.

Voltei para o quarto ainda calada e me olhei no espelho do quarto, em meu rosto tinha alguns hematomas roxo, em meus braços tinha marca de dedos, minha pele branca estava vermelha e ao me olhar no espelho do quarto, me achei horrível, sim, eu estava horrível.

Fechei meus olhos e sentir uma lágrima escorrer por minha face, passei minhas mãos em meus cabelos ainda molhados tentando ajeita-lo, ouvir a porta do banheiro ser aberta, e paralisei.

Meus olhos continuaram fechados, minha bochechas ardiam, as lágrimas ainda rolavam e meu mundo começou a cair mais uma vez.

Maciel- Tá fazendo o que aqui ainda ?__perguntou ríspido

-Na..nada __gaguejei.

Maciel- Quer dinheiro, é isso ?__perguntou alto.

Meu coração se apertou ao ouvir sua voz, neguei com a cabeça sentindo repulsa por isso e abrir meus olhos.

Maciel- Pega __ sentir alguma coisa bater contra meu corpo e dei um passo para trás olhando para o chão e vendo várias notas de 100 reais espalhadas pelo mesmo.

Olhei em seu rosto e dei as costas o mesmo querendo por tudo na vida sair dali. Quando eu estava na porta do quarto, sentir braços me puxarem para trás e logo em seguida minhas costas tocarem a parede. As mãos de Maciel foram até meu pescoço e sentir o mesmo apertando-o.

Tentei tirar suas mãos de me, mas eram impossíveis.

Maciel- Ta achando que só porque a gente transou que vai ter amor __apertou um pouco mais forte__ tá pensando o que, vagabunda, que eu vou te dá carinho, que sou teu Príncipe encantando, eu nunca vou te amar, porque tu é uma vadia.__ cospiu tudo em minha cara.__ e eu quero mais é que tu morra __completou.

-Retira o que você falou __pedi __retire por favor __virei meu rosto pro lado e fechei meus olhos.

Maciel- Não __disse __ por que é isso que tu é, uma vadia que não merece ser amada __disse e tirou a mão do meu pescoço e logo em seguida sentir meu cabelo ser puxado para trás e Maciel me jogar para frente, me fazendo cair de joelhos no chão.

Um grito de dor rasgou minha garganta e eu tentei me levantar rápido.

Na verdade é que suas palavras me feriram ainda mais do a queda, mesmo que eu não queira, isso me doeu lá no fundo.

Com muito custo eu me levantei e me virei para o mesmo que estava parado perto da porta me olhando, dei alguns passos para frente e sair do quarto esbarrando em seu ombro.

Eu me sentia destruída ali, não só fisicamente, mas mentalmente e em todos os aspequitos.