Foi Na FAVELA

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Maciel Andrade
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Desci da moto e caminhei em passos largos até a porta da clínica, olhei para os dois lados e entrei, havia um enorme espaço antes de chegar em um canto de várias pessoas, pude ver a mina de longe, ela conversava com um cara e sorria toda vez que ele falava algo, caminhei em passos rápidos e assim que cheguei perto pude ouvir uma pergunta que aquele cara fez.

Xx- Cadê o pai do seu bebê ?__ perguntou a acariciou a barriga dela.

Lia- Ele, ele mo...__ interrompe o que ela ia falar assim que me aproximei dela.

-Sou eu __ o encarei duro enquanto a mina me olhava duvidosa__ eu sou o pai do filho dela __ Falei e me aproximei. __ Desculpa a demora, amor__ falei irônico e dei um beijo em sua cabeça __ As ruas estavam cheia de polícia, não deu pra me vim rápido __ encarei o cara que me olhava com apreensão.

Sentir algo fino bater em minhas costelas e encarei a mina a minha frente que me olhava de cara feia, ela se aproximou do meu ouvido e sussurrou.

Lia- Da pra se comportar ?__perguntou em um sussurro.

-Da pra parar de ser otaria, vi muito bem você de gracinha pra cima desse cuzão ai__ apertei o braço dela.

Lia- A mulher dele está nesse momento fazendo exame pra ver se tá grávida__ puxou o braço.

Passei a mão no cabelo e sorrir sem graça.

-Lembra que a outra lá também tá grávida? __perguntei

Lia- Ele não é igual você __ revirou os olhos e passou pro outro lado sentando em uma cadeira vazia.

Sentir meu celular vibrar em meu bolso e peguei ele vendo o nome de Breno no visor.

Atendi o celular e caminhei me afastando das pessoas ali

Ligação On...

-Coe? __perguntei

Breno- Tu tá onde, caralho ?__ perguntou

- Oque tú quer ?__perguntei sem responder a pergunta dele.

Breno- Ir pra casa dormir, mas tu não facilita, porra __ disse e eu imaginei sua cara de Bravo.

-Segura ai que chego mais tarde __ Falei e desliguei na cara dele.

Ligação Off.

Caminhei de volta pra onde a mina tava na mesma hora que a porta abriu e uma loira saiu de dentro de uma sala e sorriu de orelha a orelha e correu pulando nos braços daquele cara que sorriu e girou a mina no ar, olhei pra frente e a enfermeira entregou uma papel pra recepcionista que pegou e sorriu pra ela.

Xx-Eu tô grávida, amor __ a loira falou e abraçou aquele cara que sorriu e procurou sua boca pra um beijo lento.

Abaixei a cabeça pensando que poderia ser assim, que a notícia que eu seria pai poderia ser desse jeito, planejado e com alguém que eu amaria pra vida toda, mas a vida não é um conto de fadas que a mina gosta, ninguém se apaixona em um baile de máscaras como Romeu e Julieta ou Cinderela que perdeu uma porra de um sapato, mas talvez, em pouquíssimos casos, a Bela e a Fera é existente, a Fera queria apenas cuidar de sua dor, enquanto a Bela chegou e fez um curativo em suas feridas, eu nunca cheguei até o final desse filme, mas como todo contos de fadas sei que acabou com uma valsa, mas o que me admira realmente é que a Bela não se apaixona pela Fera por causa de beleza, mas sim, pelo que os olhos dele transmitiam, pelo que ele era por dentro.

Sair de meus pensamentos assim que ouvir uma voz fina e irritante chamando o nome da mina.

Xx- Maria Liara Ferreira __ uma mulher vestida de branco, chamou a mina.

Vi ela levantar e começar a andar sem ao menos me esperar, me levantei a seguir seus passos, entrei dentro daquela sala fria e me encostei na porta.

(...)

Xx- Vamos ouvir o coração de bebê? __Falou depois de fazer várias perguntas.

Lia- Sim __ pulou da cadeira onde tava sentada e caminhou até a maca que estava ali.

Ela levantou e levantou o vestido que eu nem havia reparado que ela havia trocado de roupa, a enfermeira abaixou um pouco sua calcinha e colocou alguns negócios azul que parecia guardanapos em cima de sua intimidade e logo em seguida passou um líquido por sua barriga, ela ligou um aparelho lá e logo em seguida voltou e encostou um negócio pequeno na barriga da mina, logo um barulho fraco e ao menos tempo rápido percorreu pela aquela sala, aquele som de Tum, Tum, Tum. Invadiu meu ouvido fazendo meu coração tropeçar nos próprios batimentos e parar e em questão de segundos volta a bater só que dessa vez eu podia sentir meu coração querer sair pela boca de tão rápido que ele batia. Olhei pra mina que me olhava com lágrimas nos olhos e eu morde meus próprios lábios inferiores pra não deixa-lá ver o quão fraco eu sou se eu derramar uma lágrima se quer.

O som do coração foi diminuído e logo parou assim que a mulher mexeu em alguma coisa la no aparelho.

Lia- Porque é tão fraco e bate tão rápido? __perguntou

Xx- Porque você ta nervosa e ele senti todos os seus sentidos__ disse __ ele faz parte de você agora, mãezinha.__ explicou__ agora creio que vocês querem saber se é uma mocinha ou um rapaz, certo ? __perguntou e a mina balançou a cabeça sorrindo.

Seus olhos ainda carregavam lágrimas, mas ela sorria de orelha a orelha.

Logo uma tela preta ascendeu e na medida que a enfermeira ia passando o aparelho algumas coisas preta ia aparecendo na tela se formando em uma pessoa, mas quase não dava pra ver.

Xx- Vamos ver __ passou o aparelho e parou em um canto específico__ Seu bebê é...