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Maciel Andrade
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4 anos depois

Já se passaram alguns anos, já não sou mais aquele menino, já não tenho mais aquela ingenuidade de antes, já tenho 17 anos, é o tempo passa rápido.

Acordo com o susto da porta batendo e abro os olhos já com medo de quem seja.

Júnior- R1 mandou chamar __ disse __ ele vai escolher quem fica e quem vai __ avisou.

- Pau no cú __ falei __ SAI DAQUI VIADO __ gritei.

Júnior- Vamo logo porra __ disse.

- Quem deixou tu entrar em caralho ? __ perguntei com raiva.

Júnior- A gostosa da tua mãe __ disse rindo.

- Repeti __ levantei com ódio __ repeti o que tu disse __ caminhei pra perto dele.

Júnior - Que a gostosa da tua mãe me deixou entrar ?__ Perguntou sinico.

- Nunca mais fala dela __ dei um chute no meio de suas pernas __ ou eu quebro isso aqui que tu chama de cara __ dei um soco em seu nariz fazendo o mesmo sangrar de imediato.

Júnior- Filho da puta __ caiu no chão de dor e gemeu baixo segurando os dois cantos machucados.

- Vaza daqui ô filho da chupa pau __ dei um chute em suas pernas.

Júnior - Não fala da minha mãe __ levantou __ só não te bato porque tu é meu amigo __ disse.

- Se toca fião, sou teu amigo não __ falei e peguei meu boné colocando na cabeça __ agora vaza daqui __ mandei.

O mesmo se levantou e saiu mancando, peguei minha pistola e mete na cintura caminhando pra fora do quarto e entrando no banheiro.

Dei uma mijada e escovei os dentes e sair do banheiro ajeitando o boné na cabeça.

Hoje em dia temos uma condição melhor, não muito, mais temos, eu conseguir juntar um dinheiro e comprei uma casa não é grande mas da pra viver.

Fui pra sala e a mesma tava vazia.

- Fernanda tô indo __ falei alto.

Nanda- Cuidado meu filho, Deus te abençoe __ apareceu na porta da cozinha.

- Beleza __ sair de casa batendo a porta.

Desci o Morro em passos largos passando por vários morados que me olhavam com ódio, posso dizer que não sou muito bom aqui, mas fazer o que né, a vida é assim.

__ Oi __ uma menina chegou perto de mim.

- Vaza daqui pirralha __ empurrei a mesma que caiu sentada no chão e logo começou chorar. __ que é que tá olhando veia rabugenta ?__ perguntei pra uma vaca que tava me olhando de cara feia.

Continuei caminhando até a boca.

- Qual foi ? __ perguntei pro Breno que tava parado na porta.

Breno- Invasão __ disse __ vamo invadir um morro rival __ revirou os olhos __ mais inimigos, esse cara vai acabar ferrando a gente __ disse.

- Se eu não matar ele antes __ falei.

Breno- Vou da um jeito de tu não ir __ falou __ Marlon mandou eu ficar de olho em tu __ sussurrou.

- Iih qualé, Breno? __ perguntei com raiva.

Breno- Só cumpro ordens __ levantou as mãos em forma de rendimento.

- Nem tô afim de ir mermo, tô muito bem não __ falei __ acho que foi a bebida de ontem __ sorrir.

Breno- Aquela loira era gostosa em __ sorriu __ fodeu muito né __ me olhou desconfiado.

- Servia pra nada aquela porra, nem pra foder presta __ revirei meus olhos

Breno- Tu quer logo matar __ me deu uma cotovelada de leve __ vou lá falar com ele.__ disse saindo.

Caminhei logo trás do mesmo e entrei na boca.

Algumas coisas melhoraram, de foguetero passei pra aviãozinho, as coisas eram ainda mais difícil, mas valeu o esforço quando passei pra soldado, logo gerente do pó de 5, depois do pó de 10 e agora, gerente geral.

Nem sempre tenho que ir pras ruas, mas o difícil é ficar sendo vigiado pelo R1 o tempo todo.

Ele ainda me bate, só que agora eu cresce, e devolvo tudo que ele faz comigo, ou seja, sempre entramos em uma luta e na maioria das vezes quem sai perdendo sou eu.

Caminhei até a sala de reunião e entrei na mesma vendo todo mundo me encarando.

- Que foi porra ?__ perguntei sem paciência.

Breno- Tu não vai, preciso de tu aqui __ disse.

- Ótimo __ falei e sair da sala encarando R1 com raiva.

Fui pra calçada e sentei na mesma, peguei um beck já bolado e fiquei marolando e vendo o movimento da rua.

Breno- E ai __ sentou do meu lado __ me passa isso ai __ apontou e eu entreguei o beck pra ele que puxou a fumaça e soprou pro alto.__ R1 tá aprontando, ele não quis dizer qual o Morro __ disse.

- Tomara que não seja a Rocinha, se não eu juro por Deus que eu mato aquele filho da puta.

Breno- Tomara.__ disse

Com o passar do tempo, descobrir que Breno trabalha pro Marlon, ironia né ?

Breno- Vou lá __levantou e olhou o relógio __ chegou a hora __ disse saindo.

Balancei a cabeça e levantei dando mais um trago e rebolei o cigarro de maconha.

- Fé ai __falei.

Breno- Fé __ disse já de costas.

Entrei pra dentro e caminhei até minha sala sentando na cadeira e peguei alguns papéis revisando cada um.

Foi Na FAVELAOnde histórias criam vida. Descubra agora