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Maciel Andrade

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Já se passaram uma semana depois do ocorrido, já não resta muita dor, apenas minha alma que grita em um pedido de socorro.

Nesse momento eu tô subindo na laje para mais um dia de trabalho, deixei os foguetes em cima no toco e fui pra perto da ponta, segurei em um pequeno muro e comecei a observar tudo dalí, os movimentos estavam normais, tudo estava normal, o movimento de pessoas eram o mesmo, todos saindo de suas casas, indo trabalhar, algumas crianças brincando na rua e outras simplesmente indo estudar, e eu, bom eu tô aqui, trabalhando de sol á sol.

(...)

Era em cerca das 18:00 horas da noite, tudo tava normal, mas de repente o movimento começou a ficar estranho, homens correndo pra todos os lados, falando nos rádio e até mesmo carregando as armas no meio da rua, eu sei o que aquilo quer dizer, vai ter invasão, eu sei porque isso acontece toda semana.

Não sei como eles ficam sabendo, mas antes de acontecer, eles sabem, os moradores começam á entrar em suas casas e meu medo cada vez mais vai crescendo, tudo que eu quero é ir pra casa.

De repente um tiro é lançado ao céu, olho rápido pra entrada do Morro e vários homens vestidos de preto é visto por mim.

Corrir até o toco e peguei o foguete ascende o mesmo e levantei uma das mãos para o céu e ouvi o barulho do mesmo.

Em seguida me abaixei, ao ouvir tiros e mais tiros, eu tava com medo, muito medo, fiquei abaixado ouvido gritos de alguns homens e os tiros não cessavam.

Ouvir passos e abri meus olhos, vários dos valores que trabalhavam na boca subiram para á laje onde eu tava.

Xx- Ei moleque __chamou minha atenção me fazendo olhar o mesmo.__Sabe atirar ?__perguntou.

Balancei a cabeça positivamente e ele me entregou uma arma, ela não era muito grande, mas eu não sabia dizer exatamente o nome, apenas o que tinha gravado nela. PT.18.

Segurei a mesma com duas mãos e depois de tanto colocar força, destravei à mesma, andei de mancinho até vários dos vapores que estavam lá atirando sem parar.

Me abaixei e sentir minha respiração falhar, eu precisava fazer isso, precisava terminar com o que eu escolhe pra mim, em um movimento rápido levantei deixando apenas a metade da minha cabeça pra fora e mirei em um gambé filho da puta que parecia tá meio perdido, meu coração bateu forte e eu apertei o gatilho acertando em cheio em sua cabeça fazendo o mesmo cair sem vida.

Aquilo pra mim era estranho, um sentimento de liberdade invadiu meu corpo e então eu continuei, atirei em mais alguns quando sentir que eu tava sendo viagiado, virei-me e me abaixei encarando um homem que apontava uma arma pra nós, ele tava sozinho, não tinha ninguém com o mesmo.

Limpei a garganta na hora que o mesmo apontou sua arma pra mim e um dos vapores olhou pra onde eu olhava, ele nervoso apontou sua arma para o homem e puxou o gatilho acertando um tiro no braço direito do homem fazendo o mesmo soltar sua arma e murmurar alguma coisa.

Esse foi meu momento, mirei e atirei vendo o homem cair sem vida no chão com um tiro no pescoço.

Xx- Vigia a entrada da laje __apontou e eu fiz o que ele mandou, corrir abaixando fiquei olhando tudo ali, eu consegui matar alguns homens de preto que passava escondido ali.

A sensação de liberdade me atingia á cada vez que eu olhava aqueles homens mortos incluse o que acabei de matar com um tiro no pescoço.

Levantei e comecei á caminhar até o homem, um tiro alto surgiu do nada me fazendo abaixar e olhar pro lado vendo um homem apontar uma arma pra mim, ele estava em cima de outra laje, apontei a atirei, mas não tive sucesso, tentei mais uma vez, mas minhas mãos tremiam, ouvir mais um tiro ser lançado e vi o homem cair.

Olhei pro lado e Breno me encarava, os tiros cada vez mais altos e meu medo era bem visível, passei minhas mãos na cabeça e respirei fundo.

Meu braço começou a esquentar e o suor parecia escorrer no mesmo e era tão quente que eu podia sentir.

Olhei pra baixo e vi sangue escorrer pelo meu corpo, na hora uma dor atingiu meu braço e eu peguei no mesmo apertando e juntando os dentes.

Breno- Tú levou um tiro__disse como se tivesse acostumado com aquilo.

-Percebi__dei de ombro.

Breno sorriu e veio pra perto de mim, ele rasgou minha camisa e amarrou no meu braço com muita força.

Aquilo ardia pra CARALHO, era pior que chutes, mas eu tô acostumado com á dor.

Breno- Fica aí __apontou__ não sai daí __disse__pega __me entregou outra arma.

Destravei a mesma e segurei ela com a mão direita, sentindo tudo tremer em mim.

Abaixei á mão e balancei cabeça positivamente.

(...)

fiquei lá por minutos que se transformava em horas, alguns dos vapores fazia minha contenção e eu abradecia por isso, vi um homem subir as escadas e mirei em sua cabeça e atirei no mesmo momento que vi um dos vapores cair no chão grunindo de dor.

Dei mais um tiro no homem que caiu escada abaixo.

Depois de horas os tiros pararam, mas mesmo assim não poderíamos sair do local onde estávamos, eu perdia muito sangue junto com um dos vapores que levou um tiro na perna.

A gente não podia sair, e os meninos ficavam atentos em todos os movimentos.

Levantei e caminhei até o outro lado onde dava pra ver á rua de trás, eu apertava a arma em minhas mãos, meu corpo ainda tremia e ao ver um homem todo de preto, com uma arma enorme, eu mirei e atirei fazendo o mesmo cair com um tiro na parte de trás da cabeça.

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Avisando que o grupo já está feito, mas não tô conseguindo colocar todas, não sei o porque, eu salvo o número mais não aparece lá, então vou deixar o link do grupo na minha descrição

Foi Na FAVELAOnde histórias criam vida. Descubra agora