Eu chuva

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Sinto as gotas frias no meu rosto
Misturarem-se às lágrimas quentes
Que escorrem insistentes.
Despi-me, meu corpo está exposto.

Sozinha com toda a dor e toda a mágoa,
Vejo minha podridão levada pela água.
Os relâmpagos são ofuscados
Por meus gritos, a tempos sufocados.

Levanto-me, encharcada.
Estou viva, afinal.
Sinto o corpo leve e a alma lavada.
Sigo em frente com meu coração marginal.

Lanço para cima um olhar,
Encaro a chuva e o luar...
Sei que ainda não chegou o final.

26/09/2017

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