Um sorriso de plástico na caixa de madeira

37 6 0
                                    

Quando eu me for,
Não me façam um funeral
Não deixem que digam
"Foi melhor assim"
Com tapinhas nas costas.
Não me deixem
A sete palmos do chão.

Quando eu me for,
Salvem com meu corpo
Outras vidas
Queimem o que restar e
Joguem ao vento
Naquele lugar onde
Os pássaros sempre cantam.

Quando eu me for,
Tornarei-me estrela
Uma bem pequenina
À direita de Antares
Brilhando fraca
Nas noites de inverno.

Quando eu me for,
Façam do meu rosto
Aquarela
E guardem bem fundo
No peito
Esqueçam-se de mim
E guardem os momentos.

Quando eu me for,
O tempo terá passado
Terei ficado longe
De lugares altos
Minhas listas
estarão terminadas
Estarei em paz
E o mundo
Continuará a
Girar.

21/10/2017

AvidezOnde histórias criam vida. Descubra agora