Caminha ao longo da praia e depois de encontrar um sitio mais escondido, dispo a minha roupa e entro na água, acabando por mergulhar.
O Liam saiu desde ontem e nunca mais disse nada. Apesar de tudo aquilo que ele me fez, as suas palavras de ontem fizeram-me perceber que ele me conhece muito bem. Fizeram-me perceber que ele talvez tenha algum tipo de justificação para fazer aquilo que anda a fazer e eu gostava de o perceber. Estou preocupada com ele.
"Amor?" - ouço a voz da minha melhoramiga e assim que a vejo na areia, corro até ela, abraçando-a de seguida.
"Olá amor." - sussurro e deposito um beijo nos seus lábios.
"Então amor? Andas por aqui? Sozinha?" - olha em redor, provavelmente a ver se encontra o Liam.
"Sim amor, eu estou sozinha." - passo a mão ao longo dos meus a cabelos, acabando por prender os mesmo desajeitadamente.
"Até é de admirar."
"É." - encolho os ombros.
"Que se passa?" - senta-se na areia e puxa-me para o seu lado.
"Foi o Liam, ele está diferente e se por um lado isso é bom, por outro eu tenho medo. Medo que não passe de uma farsa ou medo de o ter magoado, de alguma forma." - desabafo, deitando a cabeça nas suas pernas.
Estou tão confusa. Não sei o que pensar. Há tanta coisa a acontecer e parece que nada encaixa no puzzle.
"Como assim ele está diferente e como assim tens medo de o magoar?" - olha-me, enquanto mexe no meu cabelo.
"Ele disse que sempre me amou, e que só fez tudo o que fez para ficar do meu lado e eu ainda assim só consigo pensar no Zayn. Ele não me sai da cabeça."
"Mas amor tu tens que pensar que aquilo que o Liam disse não faz qualquer tipo de sentido. Ele da primeira vez que te raptou, que foi quando se originou tudo isto, fez por pura vingança e não porque te amava e agora, ambas sabemos que ele está aliado á Denise."
"Estará? Eu sinto-me tão confusa, parece que já nada faz sentido."
"Eu sei que estás confusa amor e é compreensível, mas tu tens que ver as coisas com racionalidade. Ninguém muda de um dia para o outro, muito menos pessoas como o Liam. O odio e a maldade são visíveis nos seus olhos. Eu não te posso dizer para não acreditares nele, porque só tu é que sabes aquilo que tens sofrido, mas posso avisar-te e é isso que te vou fazer amor." - mexe no meu cabelo, depositando, de seguida, um beijo na minha testa.
Suspiro e brinco com os dedos da sua mão. Só ela mesmo para me apoiar nestes momentos. Ela ajuda-me sempre. Chama-me sempre à razão. Ajuda-me a ser uma pessoa melhor. Eu não consigo imaginar como seria a minha vida sem ela. Seria tudo tão mais difícil. Ela dá-me a mão quando eu estrou prestes a cair e mesmo que eu caio, ela já está no fundo à minha espera. Ela grita comigo, quando eu grito com ela e ambas gritamos a raiva que preciso de sacudir para longe. Ela não me limpa as lágrimas, ela chora comigo, mas no segundo seguinte ela faz-me gargalhar como nunca ninguém fez. Por muitos anos que passem eu nunca serei capaz de lhe agradecer por tudo aquilo que ela tem feito por mim. É bom saber que ainda a tenho.
"Vai ficar tudo bem amor, não te quero ver assim." - abraça o meu corpo, fazendo com que a maior parte do tormento que tenho em mim desapareça.
"Obrigada por isso amor, senão fosses tu, não sei o que seria de mim." - sussurro.
"Ontem o Zayn perguntou por ti."
"Não quero saber disso. Ele destruiu a minha vida."
Mas eu vou continuar a reconstrução. Com toda a garra, com toda a bravura, com toda a determinação. Mais ninguém irá tirar a minha essência, porque ela á demasiado boa para ser extraída por alguém tão sem noção.
Sogra já sabe.