Abro a porta e sorrio assim que vejo o Thomas. Abraço o seu corpo e fico ainda mais feliz ao sentir os seus braços apertarem o meu.
"Ele está?" -pergunta, fazendo o meu sorriso fugir.
"Sim, mas vai já sair." - sussurro e logo vejo o seu corpo adentrar em direção à sala.
"Olá meu amor." - sinto os lábios da minha melhoramiga colidirem com os meus e logo a abraço.
"Muito obrigada." - sorrio e aperto-a fortemente.
"Amor depois preciso de falar contigo sobre uma cena." - sussurra, mas por muita curiosidade que sinta, um corpo salta para cima do meu e logo sei que são os meus sobrinhos.
Beijo a testa da minha pequenina e de seguida a dos meus afilhados. São tão, mas tão lindos. Saiem à mãe e também ao pai. Ambos são lindos.
Caminho com eles até à sala e olho o Thomas, que já se encontra no sofá a ver televisão. Fico feliz por saber que ele ainda se sente em casa. Na casa de onde nunca devia ter saído. Se eu pudesse eu contava-lhe tudo, mas eu realmente não posso.
"Mãe? Posso ir até ao meu quarto?" - pergunta, enquanto olha a televisão.
"Podes." -sussurro e vejo-o levantar-se.
"Babe." - ouço a voz do Liam e logo suspiro.
"Diz."
"Vou trabalhar."
"Vai." - sussurro.
O seu corpo dirige-se até ao meu e depois de um beijo nos meus lábios, sai pela porta, fazendo-me libertar um suspiro de alivio.
Ontem à noite as coisas foram muito dificeis. Tudo o que eu queria era estar bem, mas o Liam revelou-se pior do que eu pensava. Revelou ser uma farsa. A farsa que eu tanto tinha medo. E sabia que as pessoas não mudam de um dia para outro, mas também guardei a esperança de que o seu coração pudesse ter mudado, nem que fosse um pouco. Mantive a esperança de que o amor pudesse ter deixado alguma pequena semente dentro do seu ser. E eu estava a começar a gostar dele. A ver algo diferente nele e ele simplesmente estragou tudo.
Mas agora não vale mais apena pensar nisso. Resta apenas aproveitar o pouco tempo que tenho do lado das pessoas que mais amo.
"Amor fica aqui que eu vou levar o Thomas lá cima, aproveito e já trago a Carol." - sorrio e levanto-me.
Aproximo-me do Thomas, mas ele limita-se a caminhar à minha frente. Caminho ao seu lado e agarro a sua mão. Os seus pequenos olhos entram em contacto com os meus, fazendo um arrepio tomar conta da minha espinha. Eu tenho tantas saudades do meu filho. Do seu sorriso, que tanto me fascinava. Da sua voz que me fazia sorrir todas as manhãs. Saudades dos seus beijinhos e dos seus carinhos. Eu só queria que toda esta tempestade acabasse. Queria ter o meu filho do meu lado, sem mais ninguém. Eu e os meus filhos.
(...)
Olho a Ellen, vendo o seu corpo andar de um lado para o outro. Deito a Carol junto do meu filho e dos meus sobrinhos e afilhados e caminho até ela. Agarro na sua mão, fazendo com que esta me encare.
"Amor? O que se passa?" - passo as mãos ao longo das suas costas.
"Eu não sei como te contar isto, mas a Denise, ela está grávida." - sussurra.
Fecho os olhos e engulo em seco. Eu não posso evitar ficar triste, mas a verdade é que eu não tenho que ficar. A Denise é a futura mulher do Zayn, é a mãe do pequeno Noah, que é também filho do Zayn. O Zayn tem a sua vida e depois do que aconteceu, depois de todas as palavras que ouvi da sua boca, eu não o quero mais do meu lado. Eu vou continuar a protege-lo apenas por um motivo, porque ele é pai do meu filho. A verdade é que eu ainda gosto dele, mas eu sei que o vou esquecer,eu tenho que ser capaz disso. Por mim e por todos nós.
"Espero que sejam melhores pais do que têm sido nos últimos tempos." - sou breve.
"Não vais dizer mais nada?"
"O que queres que te diga mais?"
"Sabes que comigo não precisas de disfarçar."
"Não estou a disfarçar amor. Apenas não posso continuar agarrada ao passado. A um passado que não vale a pena. Tudo bem, eu vivi muito bons momentos com o Zayn, mas isso não apaga tudo aquilo que se tem passado nos último tempos e eu tenho cada vez mais a certeza que os nossos destinos se estão a afastar e por isso, a única coisa que posso fazer é protege-lo, enquanto pai do meu filho, e desejar-lhe tudo de bom." - passo a mão ao longo dos meus cabelos e baixo o olhar.
"Eu estou muito orgulhosa de ti amor, tens sido muito forte em aguentar isto tudo." - deposita um beijo sobre a minha testa.
"Sem ti nada disto seria verdadeiramente possível." - sussurro e abraço-a.
O meu telemóvel toca e eu logo atendo.
"Estou? Podes passar à Ellen, é que eu liguei-lhe, mas ela não me atendeu."- sussurra.
A verdade é que a sua voz ainda me causa arrepios.
"Sim." - afasto o telemóvel do ouvido e estico-o para a Ellen.
"É o Zayn." - sussurro e sento-me no sofá.
Só espero que esteja tudo bem com ele.
Sogrinha. Amo-a muito.