Tudo demasiado perfeito

44 5 2
                                    

"Já tinha saudades tuas." - aperta o meu corpo nu, contra o seu.

Olho os seus olhos e continua a mexer no seu cabelo lentamente. Vejo um sorriso tosco escapar dos seus lábios e logo sorrio.

"Eu também." - sussurro.

"Marie?" - deposita um leve beijo nos meus lábios e de seguida, outro na minha testa.

"Diz."

"Tu sabes que por agora não podemos ficar junto. Eu preciso de entender qual é o objetivo da Denise e, para isso, preciso, mais do que nunca, de me aproximar dela."

"Tu tás a gozar comigo, pois estás?" - tapo o meu corpo com o lençol, levantando-me rapidamente.

"Não." - baixa o olhar, enquanto brinca com os seus dedos.

"Sai daqui Zayn." - sussurro e caminho até à casa de banho.

Olho o meu rosto no espelho e deixo várias lágrimas cairem ao longo do mesmo. Ele não podia ter feito isto comigo novamente. Veio até aqui e usou-me, mais uma vez. Mas pior do que ele sou eu, eu que deixo que ele me humilhe e use, como se o meu ser não fosse mais do que um lixo que se encontra ao virar de uma qualquer esquina.

"Para amor, para." - sinto os seus braços rodarem a minha cintura, mas logo me afasto.

"Para tu Zayn. Eu pensava que tu realmente estavas arrependido e que ias ganhar juizo. Eu pensei que ainda me pudesses amar, ou que, mesmo que não me amasses, gostasses de mim minimamente, mas pelos vistos e, mais uma vez, eu enganei-me. Tu continuas o mesmo e nunca vais mudar. Nem por ti, nem por mim, nem por ninguém."

"Tu não estás a ser racional. O Liam está na prisão, mas ainda está cá fora e bem presente nas nossas vidas a Denise e com toda a certeza, eles não estão sozinhos neste esquema. Nós não podemos andar juntos, porque ai não estaria só a nossa vida em risco, mas também de todas as pessoas que mais amamos, os nossos afilhados, os nossos filhos, os nossos amigos. Pensa um bocado nisso." - Saio do pequeno espaço, batendo com a porta.

Pensando nesta prespetiva, sim, ele tem toda a razão e secalhar eu fui injusta com ele. Enrolo novamente o meu corpo no lençol e saio. Salto para o seu colo, entrelaçando a sua cintura com as minhas pernas.

"Desculpa." - sussurro e junto os nossos lábios.

"Desculpada." - sorri e deixa um longa mordida no meu lábio inferior.

Envolvo os meus braços em torno do seu pescoço, apertando-o contra mim. 

(....)

Observo o seu corpo, enquanto este se vai vestindo lentamente. Encolho-me num canto da cama, agarrada à almofada, que contém agora o seu cheiro. Deixo uma lágrima cair, mas logo a limpo. Agora que finalmente todas as peças estão a encaixar, parece que uma nova distancia ganha forma entre nós e eu não gosto nada dessa distância, se eu pudesse esmagava-a.

"Babe, não fiques assim." - caminha até mim e puxa-me para ele. 

Aperto o seu corpo contra o meu e choro no seu peito. Eu não quero que ele se vá embora. Não quero ter que o deixar passar por aquela porta, sabendo que amanhã tudo pode ser igual a ontem.

"Promete que depois voltas para mim." - sussurro e sinto as suas mãos envolverem o meu rosto.

"Eu prometo bebe." - deposita um beijo demorado na minha testa e minutos depois, descemos agarrados.

Tenho medo de o deixar ir. Tenho medo que ele não volte.  E tenho medo do que irá acontecer daqui para a frente. 

Drug |Z.M|Onde histórias criam vida. Descubra agora