Olho mais uma vez para o pequeno corpo do meu filho. Pego na sua mão e abano com a esperança de que tudo isto não passe de um sonho.
"Acorda, acorda." debroço-me sobre a pequena caixa de madeira e junto a minha testa com a sua, enquanto as lágrimas escorrem mais e mais ao longa da minha face. - "A mamã precisa de ti" - abano o seu corpo desesperada.
"Não faças isto." - sinto dois braços fortes segurarem a minha cintura, mas logo me tento debater.
"Eu não te posso perder. Tu és a coisa mais perfeita da minha vida. Sou a mãe mais feliz do mundo por te ter, sou a mãe mais sortuda só pelo facto de seres o meu filho, por seres o homem da minha vida, por seres o melhor conselheiro que alguma vez tive."
"Shhhh." - o meu ex-namorado agarra o meu corpo, puxando-me para si.
"Eu quero o meu filho." - olho-o desesperada.
"Olha para mim." - junta as nossas testas - "Eu sei que não vai ser fácil, eu sei que ele nos vai fazer imensa falta, mas ele é forte e ele quer que nós também sejamos assim. Ele ama-te incondicionalmente e não será a distância física que vão separar uma ligação inseparável como a vossa. Ele vai sempre ser o nosso menino." sinto o saber das nossas lágrimas juntas e logo nos envolvemos numa batalha de dor interminável.
(...)
"Achas que podemos falar?" - sinto o olhar do Zayn em mim.
"Nós vamos preparar o jantar." - ouço a voz da minha melhoramiga.
"Eu sei que no dia que o nosso filho morreu disse que não podiamos ficar juntos. Eu sei que se não tivesse tentado atacar o Liam que a Denise não tinha atirado. Eu sei que se não tivesse aparecido neste momento não estavas ferida." - passa os seus dedos ao longo da ligadura que prende o meu braço. - "Eu não queria que nada disto acontecesse e peço imensa des..."
Levo os meus lábios até aos seus, não o deixando concluir.
"Eu sou a única culpada de tudo." - sussurro. - "Eu não digas que não, por favor."
"Eu acho que não é o momento indicado para nos estarmos a culpar. A verdade é que sempre fizemos aquilo que achavamos ser o melhor para todos, mas erramos, tal como todo o ser humano erra e eu amo-te, eu amo-vos e não quero perder mais ninguém."
"Eu também não, mas também não quero que este ciclo vicioso se continue a repetir incessantemente. Estando juntos ou separados a única coisa que conseguimos fazer é magoar-nos. Eu sei que também sou uma parva às vezes, mas eu vou mudar. Eu quero mudar por nós. Pelos nossos meninos, pelo nosso Thomas." - assim que anuncio o seu nome desabo em lágrimas.
"Anda cá meu amor." - coloco-me no meio das suas pernas e encolho-me sobre o seu peito, sentindo os seus braços envolverem o meu corpo.
"Mamã?" - ouço a voz do Noah e logo sorrio.
"Diz principe."
"Era só para te pedir para não chorares mais. Eu também gosto muito do Thomas, ele era o meu irmão mais fixe, mas ele agora está com Jesus e Jesus também é amigo. Sabes que ele agora vai ser sempre a estrela mais brilhante?" - senta-se sobre o nosso colo.
"Sei amor, sei." - o Zayn acaba por responder, sendo que as lágrimas me roubam qualquer tipo de resposta.
"Olha mamã não fiques assim." - sinto os seus pequenos dedos correrem a minha face. - "Aposto que ele está a sorrir e a pedir que tu sorrias. Se tu estiveres sempre a chorar ele vai ficar triste. Ele ficava sempre que te via chorar." - olha-me e eu apenas deixo um pequeno sorriso escapar, enquanto tento limpar as lágrimas que logo são tomadas por outras tantas.
"Foi a minha mãe, a Denise que matou o meu mano, pois foi?"
"Amor não vale a pena falarmos nisso." - sussurro. - "Não queres ir brincar com os primos?"
"Não, eu quero saber a verdade. Papá? Foi a mãe? " - vejo as lágrimas cobrirem os seus olhos o meu coração aperta. - "Não precisas de dizer nada, mas olha pai, eu só quero que vocês saibam que eu não sou igual a ela."
"Oh filho é claro que não és. És o melhor filho do mundo." - ambos beijamos a sua bochecha.