"Eu não tenho nada para falar contigo." - sussurra, fazendo o meu coração quebrar mais um pouco.
"Então podes sentar-te, porque eu tenho muita coisa para te dizer." - sussurro.
Vejo o seu corpo aproximar-se e de seguida, ele senta-se na cadeira ao lado da cama, onde me encontro deitada. Fecho os olhos e respiro fundo. Esta é a minha última oportunidade. Esta é a nossa última oportunidade.
"Tu magoaste-me muito durante todo este tempo. Magoaste-me desde o inicio. No dia em que te conheci eu estava perdida, mas vi nos teus olhos alguém muito mais perdido, que precisava de ajuda e a partir desse dia nunca mais te consegui esquecer. Fiz de tudo para te ajudar e em pouco tempo já estava completamente apaixonada por ti. Naquela altura eu pensei que te podia mudar, que podia ser a tua salvação ou até mesmo a tua droga, mas uma droga boa, que te alimentasse e fizesse alucinar de uma maneira muito mais bela. E acho que por horas eu conseguia. Ou pelo menos achava, porque mesmo depois de te ter pago a divida, tu meteste a minha vida em risco. Sabes o que sofri nas mãos do Liam. Sabes quantas vezes ele me bateu? Sabes quantas vezes me violou? Quantas foram as noites que ele tocava no meu corpo e eu não podia fazer nada? Eu gritava, mas ninguém me ajudava. Quando eu precisava de ti, tu não estavas lá e quando eu consegui fugir, sabes quem foi a primeira pessoa por quem corri? Foste tu e depois? Tu já não estavas lá. E quando eu te descobri já tinhas feito a minha vida e agora tu é que me estavas a desiludir, porque não eras mais o meu Zayn. Eras um homem completamente diferente. Frio, arrugante. Eu não aguentava mais ver-te assim, mas porra, depois cai na tua teia novamente, envolvemo-nos e o fruto disso é a Caroline. Ela é o segundo fruto do nosso amor, ou melhor do amor que eu nutria por ti. Sim, porque eu tenho quase a porra da certeza que tu nunca me amaste. Se amasses tinhas mais respeito por mim. E agora, não foste capaz de acreditar em mim nem sequer na Ellen, na tua melhor amiga. Então não sei o que pensar, sinceramente. E aquilo que fizeste e disseste na discoteca foi a verdadeira gota de água. O que tu não és capaz de ver é que te amo de verdade. É que faço tudo por ti. Se eu estou com o Liam é por e pelo Thomas, pela Ellen, por todas as pessoas que eu amo e tu não acreditas, nem sabes dar valor, então, sinceramente, eu não sei mais o que queres, não sei mais o que fazer."- desabo em lágrimas, acabando por tapar a cara com as minhas mãos.
"Para de chorar." - sinto a sua mão tocar na minha e logo me arrepio.
"Deixa-me Zayn. Tu nunca te importaste de verdade comigo. Eu nem sei porque continuo a tentar que me ouças."
"Não é assim tão fácil quanto isso. Dá-me um motivo para acreditar em ti." - olha-me, fazendo ter ainda mais nojo dele.
Tiro as agulhas que se prendem na minha pele e logo me levanto. Levanto a bata que cobre o meu corpo e mostro-lhe todas as marcas que deste nunca mais irão desaparecer.
"Isto foi o que tu deixaste aquele monstro fazer-me." - atiro e logo vejo uma lágrima correr ao longo da sua face.
"Tu estás toda marcada." - sussurra e tenta aproximar-se, mas eu logo me afasto.
"Agora é tarde demais." - volto a deitar-me e cubro o meu corpo.
Eu não poso simplesmente permitir que ele me humilhe desta forma. Eu posso ainda gostar muito dele, mas nada justificas certas e determinadas coisas. A vida segue e chega de eu continuar parada a vê-la passar. Se eu não agir, mais ninguém o fará por mim, e por muito que me custe deixar o Zayn para trás, terei que fazê-lo para meu bem. Para bem das pessoas que amamos e temos em comum. Toda esta história tem consumido as nossas vidas de forma explosiva e isso não bom para ninguém.
"Não digas isso." - o seu corpo levanta-se da cadeira e de seguida vagueia ao longo do pequeno quarto.
"É a realidade Zayn. Nós já tivemos tantas oportunidades e não soubemos agarrar nenhuma. Acho que agora é um pouco tarde demais para tentarmos viver segundo as leis do amor. Eu já te desejei tanto e mentiria se dissesse que não continuo a desejar, mas a verdade é que a nossa história é um ciclo vicioso, que nos está a consumir e assim não dá. Tu devias ter acreditado na minha palavra, porque acima de tudo, eu sempre iria acreditar em ti, até ao fim, mas tu decidiste simplesmente chamar-me nomes e seguires a tua vida como se eu não existisse." - passo aos mãos ao longo do cabelo.
"Para de me culpar. Para. Tu também não és santa nenhuma. Se tu quisesses tinhas ido à policia e fazias queixa dele."
"E metia a tua vida e dos meus filhos, da minha melhoramiga, dos meus sobrinhos, dos meus afilhados, do Noah em risco. Se o fim para este enigma estivesse apenas dependente da minha vida, tudo isto já teria acabado, mas em jogo está a vida das pessoas que mais amo neste mundo, então nem tentes lançar contra mim juizos de valor, quando és aquele que menos pode falar." - reviro os olhos e endireito-me na cama.
É impressionante a forma como ele continua a irritar-me. Tal como no inicio.
"Às vezes és tão insuportável."- sussurra e caminho, novamente, até mim.
"Aprendi com o melhor." - olho-o e logo sinto uma das suas mãos entrar em contacto com a pele da minha face.
"Não me faças isso Zayn." - sussurro e sinto as pontas dos seus dedos percorrerem o pequeno percurso até aos meus lábios.
"Desculpa não ter acreditado, mas parecia tudo tão irreal."
Sinto o seu rosto cada vez mais perto do meu.
"Para Zayn." - tento afasta-lo.
A vontade que tenho de beija-lo é mais do que tudo, mas eu não posso cair de novo no erro de me envolver com ele e depois sair magoada. Estou cansada desta vida.
"Não tentes fugir de algo que queres tanto quanto eu." - sussurra, roçando de seguida os seus lábios nos meus.
"E amanhã vais voltar a chamar-me mentirosa e a querer ir embora. Eu não aguento mais e acima de tudo, eu não quero mais isso para a minha vida. Eu posso nunca mais ter um homem na minha vida, mas uma coisa é certa, eu tenho os meus filhos, tenho os meus amigos e não vou continuar a sofrer por este amor, que tanto me tem machucado." - fecho os olhos.
Senti tantas saudades do seu toque leve. Tantas saudades dos seus lábios nos meus.
"Não, eu prometo que não." - morde o meu lábio.
Tento resistir, mas em menos de meros segundos, os meus lábios já se encontram enlaçados nos seus. Sinto a sua lingua explorar cada pedaço da minha boca e mesmo que não queira, deixo um sorriso escapar pelos meus lábios. Levo as mãos mãos ao seu cabelo e despenteio o mesmo com os meus dedos. Queria tanto que o meu coração fosse capaz de lhe resistir.
E quem é que merece uma salva de palma? Eu. O capitulo está bem grande. Mil, cento e tal palavras. Posso dizer que são neste momento 3:56 da manhã e eu acabei agora o capitulo. Espero que gostem e fiquem por ai que agora sim, a terceira temporada vai começar. Pedia ainda que se fosse possivel votassem e comentassem muito.
Beijinhos e até ao próximo capitulo.
Já sabe que este é para si sogrinha. Amo-a. Beijinhos gigantes.