Afinal o inferno continua

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"És o amor da minha vida."- ouço o Noah dizer ao Zayn e sorrio.

Continuo a fazer o comer, mas logo me assusto ao sentir uma espécie de flash bater contra os meus olhos. Sem que eles se apercebam saio pela porta das traseiras e olho para todos os sítios, não vendo nada. Deve ter sido só a luz de um carro.

Sinto uns braços enroscarem a minha cintura e sorrio ao sentir o perfume do meu homem.

"Que estás aqui a fazer?" - sinto os seus lábios roçarem-se no meu pescoço.

"Vim só apanhar ar amor." - sorrio e deixo as minhas mãos acariciarem os seus braços.

"O que vais fazer para o jantar, cheira tão bem amor."- sinto agora os seus dentes brincarem com a pele abaixo do meu ouvido.

"Senão parares de me provocar vai ser Zayn estendido na cama, comigo em cima, como cobertura."

Assim que uma gargalhada se solta da sua garganta sorrio e viro-me para ele, juntando os nossos lábios. Arrepio-me assim que sinto novamente uma luz contra nós, olho logo para trás.

"Amor isto não parece um flash?" - encosto-me mais nele assustada.

"Amor não sejas parvinha, isso é só a luz de um carro a passar na rua."

Assinto e puxo-o para dentro de casa. Corro cada porta e cada janela da casa, fechando-as novamente.

A verdade é que depois da morte do meu menino, os últimos meses foram de sossego, mas todos sabemos que eles não vão descansar enquanto não acabarem com todos nós. Tenho medo que estejam de volta e que todos os pesadelos saiem do consciente para a vida real. Eu não quero perder mais ninguém, muito menos que já consigo ultrapassar melhor a partida do Thomas.

"Amor não fiques já com bichinhos na cabeça. Não é nada do que estás a pensar, sim?" - sinto os seus dedos acariciarem o meu rosto carinhosamente.

"Eu só tenho medo que tudo volte amor." - sussurro e este logo junta as nossas testas.

"Se voltar nós voltamo-nos contra o mundo, sabes que apesar de tudo agora estamos juntos e juntos ninguém é capaz de derrubar-nos."

"Oh amor." - sorrio e deito a cabeça no seu peito, sentindo, de seguida, os seus dedos enroscarem-se nos meus fios de cabelo.

É tão bom tê-lo do meu lado.

(...)

"Mãe, pai."- sinto o Noah abanar o meu corpo.

Abro os olhos e assim que vejo o seu rosto cheio de lágrimas pego nele.

"Que se passou?" - sinto o Zayn sentar-se.

"Que foi filho?"

"Estava um senhor no meu quarto." - chora mais.

"Aquele que levou o mano Thomas."

O meu coração aperta e seguro as lágrimas que quase escorregam pelos meus olhos.

"O que é que ele te fez?"- sinto os músculos do Zayn ficarem mais e mais tensos.

"Nada, ele só disse que se tu não fosses ter com ele que todos iamos morrer." - funga e o Zayn logo se levanta.

"Amor anda aqui." - olho-o.

"Tu não vais ter com ele pois não mamã."

"Eu tenho que ir principe."

"Não, tu não vais a lado nenhum." - ouço a voz do meu namoro e logo dirijo o meu olhar para ele.

"Eu não vou meter mais ninguém em risco, chega de viver nisto. Quanto mais medo demostrarmos, quanto mais fugirmos pior será e basta que tenhamos um bom plano que vamos conseguir vencer tudo isto, vamos mesmo. Antes demais, sem que eles saibam vamos ter que contactar a policia."

"Já falamos disto." - sussurra e pega no Noah.

"Tu vais dormir campeão." 

"Não papa, eu não quero dormir sozinho." - o seu pequeno corpo começa a tremer.

"Deixa o menino dormir aqui connosco." - sussurro e abro a cama.

Ele logo se apressa a deitar o Noah no meio da nossa cama e, se seguida, eu deito-me e, por último, o Zayn repete a nossa ação.

"Vocês não vão sair daqui pois não?" - agarra o pescoço do Zayn e a minha mãe.

"Não meu amor, nós não vamos." - sorrio e mexo no seu cabelo.

Lentamente os seus olhos vão-se fechando e dentro de poucos minutos a sua respiração já se encontram bem profunda. Olho o Zayn, mas este logo me vira a cara. Baixo o olhar e permaneço agarrada ao meu filho.


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