Capítulo 17: Grande significado

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Maratona pequenina 2/2.

Lucas

Nos horários de Educação Física, os alunos eram divididos; em uma quadra ficava só as meninas e na outra, só os meninos. Mesmo que eu tenha saído do time de basquete da escola, ficava feliz quando o professor passava basquete para jogarmos. Eu era bom e tinha aquilo como um hobbie. Porém, hoje o professor resolveu passar teste físico para a gente e eu já me sentia exausto antes de começar.

Nicholas estava cabisbaixo, porém não falou nada comigo do porquê estar assim. Pude perceber que era algo sério, assim que ele conversou com o professor e disse que não estava muito bem para aula prática hoje. O professor pediu para que ele fizesse um relatório da aula e depois ele marcaria um dia para Nicholas fazer seu teste físico, após o horário de aulas. Nicholas sempre dizia que preferia, mil vezes, fazer aula prática do que escrever relatório, então algo sério aconteceu.

— Olha a bola, Lucas! — ouvi o grito de Alex e, rapidamente, segurei a bola que vinha em minha direção com uma velocidade que, sem sombra de dúvidas, faria eu ficar com dor o dia inteiro por conta da bolada.

— Ficou maluco? — indaguei e ele arqueou a sobrancelha.

— Cara, você está no meio da quadra, olhando para o nada e ainda me culpa por quase ter levado uma bolada? — ironizou e eu suspirei.

— Perdão, só estou distraído. — falei e ele deu de ombros.

— Acho que percebi.

— Quero que todos vocês façam um círculo nessa área da quadra para iniciarmos o alongamento. — chamou o professor e nós caminhamos até o meio da quadra.

Começamos a fazer o que o professor pedia e eu chorei mentalmente quando o mesmo pediu para darmos voltas, ao redor da quadra, em um tempo de dez minutos. A quantidade de pontos que recebíamos, dependia da quantidade de voltas que conseguíamos dar no tempo de dez minutos. Fomos divididos em dois grupos, cada um com dez rapazes, e, enquanto um grupo corria, o outro era responsável por contar as voltas. Tínhamos que escolher alguém do outro grupo para que aquele ficasse responsável por nossas voltas. Suspirei ao perceber que, do outro grupo, apenas Alex estava sem ninguém para contar.

— Você poderia contar minhas voltas? — perguntei e o mesmo pareceu perceber minha insatisfação.

— Seria uma honra, majestade. — ironizou e eu revirei os olhos.

Peguei a minha garrafinha de água e bebi um pouco, antes de me juntar com o meu grupo. Quando o professor apitou, todos começaram a correr, no mesmo ritmo.

— Controle suas respirações para não cansar rápido, inspire pelo nariz e expire pela boca. — o professor aconselhava, enquanto corríamos.

Não durou nem dois minutos para que saíssemos do mesmo ritmo. Enquanto alguns corriam, outros decidiram caminhar, por conta do cansaço. Alguns pararam e já estavam quase acabando com a água de suas garrafas. Em exatos sete minutos, contei vinte voltas individuais, então comecei a caminhar, enquanto bebia água. Alex fez um sinal de joia com a mão e eu fiz uma expressão cansada. Nicholas fazia o relatório, porém parecia estar distraído com algo que não fosse o texto que escrevia.

Quando finalmente o professor apitou anunciando o fim da corrida, sentei nas arquibancadas e tentei controlar a minha respiração, enquanto alguns faziam o mesmo.

— Você foi bem, deu exatas vinte e três voltas. — comentou Alex e eu suspirei. — As três últimas foram só caminhando.

— Duvido que você conseguisse dar mais voltas correndo. — ironizei.

Confiaremos | Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora