Capítulo 45: Para sempre!

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Nicholas

Meu pai ainda não sabia que eu tinha escolhido estudar teologia. Acontece que eu já tive várias escolhas de profissões, em todas as vezes eu me animava e ficava admirando a profissão, porém chegava em um certo ponto que eu simplesmente desanimava e desistia de tal coisa. Era sempre assim; quando eu parecia estar certo de uma coisa, do nada eu desanimava e não tinha mais vontade de seguir aquele desejo. Mas agora é diferente. Sinto que, de fato, eu escolhi algo que eu realmente quero seguir. Sempre me senti inseguro e incerto quando queria tomar uma decisão, mas simplesmente não me sinto mais assim.

Estudando teologia, não irei apenas adquirir conhecimento sobre a palavra para mim, mas irei espalhar o que eu aprendi para as pessoas. Há pessoas que precisam ouvir as palavras de vida eterna. Há pessoas que precisam nos ouvir, ou melhor, ouvir a voz dEle. Talvez eu escolha abrir a minha própria escola de líderes, ou queira ajudar jovens que querem fazer algo para o Reino do Senhor, mas, no momento, eu apenas queria estudar e, na hora certa, Deus me dirá o que fazer e seguir. Eu creio nos planos dEle para a minha vida e nunca deixarei de crer.

— E então? Nicholas, por que não conta logo se passou? — perguntou minha mãe, enquanto eu continuava a mexer no meu notebook. — Ah, meu Deus! Não me diga que você não passou para nenhuma universidade e por isso não quer nos dizer?

— Se for isso, Nicholas, você passará a sua vida inteira de castigo — disse meu pai. Por mais que parecesse ser piada, ele falou sério.

— Se eu não tiver passado, posso tentar outra vez, nunca é tarde.

Meu pai me olhou incrédulo.

— Isso é sério, Nicholas? Você não foi aprovado em nenhuma universidade?

— Calma, Henry, talvez o Nick esteja brincando. Não é, filho? — mamãe me olhou.

— O Nicholas brincando, Suzi? — disse meu pai em tom irônico.

Minha mãe apenas deu de ombros, como se fosse uma questão a ser pensada. Não, não era. Eu não era a pessoa mais brincalhona do mundo – longe disso, na verdade.

Quando eu vi uma notificação no meu e-mail, abri um sorriso e interrompi a conversa dos meus pais sobre o que fazer se eu fosse reprovado.

— Pai, mãe — chamei e os dois me olharam. — Eu fui aprovado para estudar na melhor escola de teologia de Nova Iorque!

Os dois ficaram me encarando por instantes com expressões indecifráveis. Surpresa, alegria, empolgação, perplexidade, confusão? Bem, não consegui encontrar nenhuma emoção na expressão deles.

— Você... Você vai estudar teologia? — indagou o meu pai. Apenas assenti, ainda tentando entender alguma reação vindo deles.

Fiquei um pouco surpreso quando o meu pai me abraçou. Aquele gesto fez que eu tivesse a plena certeza que ele ficou feliz com a notícia. Surpreso, mas feliz. Minha mãe observou a cena com um sorriso.

— Você tem certeza disso, Nicholas? Isso também se trata de um dom e...

— Pai, quando eu senti vontade, eu orei a Deus para saber se era da vontade dEle e o mesmo me respondeu de várias formas. Uma delas, foi eu ter sido aprovado.

— Meu filho, eu estou muito feliz! — minha mãe me abraçou forte e eu sorri.

— Também estou, mãe! — quando nos afastamos, eu ri das lágrimas que desceram pelo rosto da minha mãe.

Quando olhei para o meu pai, ele também estava emocionado. Eu não sei explicar a sensação que eu senti. Eu nunca havia me sentido tão feliz em fazer os meus pais felizes, já os fiz chorar e os decepcionei muito, mas, agora, eu sentia que, embora os tenha feito chorar, foi de alegria.

Confiaremos | Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora