Chloe
Enquanto eu caminhava, impaciente, Lucas mantinha as suas mãos em meus olhos, os vendando para que eu não pudesse ver, me conduzindo para algum lugar que eu ainda não conhecia.
— Está perto? — perguntei pela milésima vez.
— Na verdade, nós já chegamos! — falou me fazendo parar, porém continuou com suas mãos em meu rosto. — Tenta adivinhar aonde estamos. — soltei uma risada.
— Está falando sério?
— Claro. — respondeu. — Tenta sentir o lugar, talvez você tenha alguma ideia.
— Tudo bem. — balbuciei e pensei por um momento. Senti um vento esvoaçar meu cabelo e inspirei o ar. — Sem dúvidas, estamos ao ar-livre. — respondi e tenho certeza que ele sorriu.
— Para quem não queria brincar, você está indo bem.
— Ahn... É um lugar calmo, porém ainda dá para ouvir um pouco do pico da cidade.
— Verídico. — deu de ombros.
— Ok, eu já citei algumas características, está na hora de você dizer onde estamos! — falei curiosa.
Dando-se por vencido, Lucas tirou suas mãos e por um momento assustei-me, mas logo o medo foi embora ao olhar uma grande proporção da cidade.
— Nossa... — murmurei.
Estávamos em um campo um pouco alto, a grama tinha uma cor verde claro e não havia muitas pessoas por ali. Na verdade, parece que só existia nós dois naquele lugar. Dava para ter uma visão de grande parte da cidade.
— Isso é incrível! — murmurei novamente.
— Na verdade, pela noite fica ainda mais bonito, por conta das luzes da cidade e as estrelas, mas preferi vim agora. — comentou. — Quando eu descobri esse lugar, ele virou um tipo de refúgio quando me sentia sozinho ou confuso. Às vezes, depois das festas que frequentava, eu costumava vim aqui e inspirava todo o ar da noite que eu aguentava, era uma forma de me acalmar e várias vezes isso tinha a ver com os meus pais. Quando não era o alcoolismo do meu pai, era a falta que minha mãe fazia. Eu me perguntava o motivo de ela ter me deixado, ter ido embora sem nem ao menos se despedir... Eu encarava a cidade e, de alguma forma, era como se eu olhasse o mundo. E então, eu pensava que, em algum lugar, minha mãe estava e por um momento eu desejava que ela ainda lembrasse de mim, ou ao menos pensasse em mim no mínimo que fosse!
"Eu me sentia vazio, Chloe! Não importa quantas maneiras eu procurasse de me divertir, quantas boates ou festas eu frequentasse, aquilo era apenas momentâneo e, pouco tempo depois, eu já me sentia vazio novamente. Eu ainda não sabia que, na verdade, aquele vazio que eu sentia era a minha alma precisando de Deus. Quando eu finalmente O conheci, minha vida mudou totalmente! Eu descobri a verdade sobre os meus pais e, hoje, meu pai está tendo uma nova vida. Desde que conheci a Deus, não tinha mais voltado aqui, porém, senti vontade de compartilhar isso com você... Eu precisava voltar aqui e pensar em como a minha vida mudou desde que eu O conheci, desde que abri a porta de meu coração para Deus. Aquele vazio que antes eu sentia, já está preenchido com o Espírito Santo fazendo morada em mim, eu me sinto feliz como nunca havia me sentido!"
Enquanto ele falava, eu olhava a cidade sob a luz do sol. Buzinas eram ouvidas, pessoas eram vistas tão pequenas que até pareciam pequenas formigas, porém o ar suave trazia uma calmaria. Quando Lucas terminou, eu voltei meu olhar para o mesmo.
— Obrigada por me trazer em um lugar que faz parte da sua vida. — falei e o mesmo sorriu.
— Você faz parte da minha vida, Chloe, só estou mostrando outras partes dela! — contou. — Não que você não já me conhecesse, antes mesmo de sermos amigos. — deu de ombros com um sorriso brincalhão.
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Confiaremos | Livro 2
SpiritualEste livro é uma sequência de "Cremos". Após um ano, Melissa, Chloe, Lucas e Nicholas voltam mais fortes do que nunca. Agora, os quatro estão no último ano escolar e novos desafios surgem para os mesmos. Junto com isso, algumas pessoas tentarão de...