Capítulo 32: Até a verdade

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Melissa

Quando cheguei em Nova Iorque, Emma estava me esperando no terminal. Sua expressão estava preocupada e pensativa, mas logo suavizou quando me viu.

- Filha, que saudades! - disse enquanto me abraçava, podia sentir o seu sorriso.

- Também senti saudades! - falei com um sorriso. - Onde está Mia?

- Ela está na escola, mas insistiu muito para vir! - falou e eu ri.

- Vou busca-la na escola hoje. - falei e começamos a caminhar em direção ao estacionamento.

Enquanto guardávamos minhas bolsas no carro, minha mãe voltou a ficar pensativa e eu já estava ficando impaciente com essa sua atitude. Entramos no carro e ela começou a dirigir, em um silêncio incômodo.

- Mãe. - chamei e ela me olhou. - O que está acontecendo? - ela soltou um suspiro e voltou o seu olhar para a estrada.

- Eu iria te contar só quando chegássemos em casa, mas... Enfim! - quando paramos no sinal, ela me fitou. - É o seu amigo, o Lucas, ele está desaparecido desde ontem à tarde!

Fiquei sem reação por um tempo.

- O que? Como assim?

- Os pais dele já avisaram para a polícia e começarão as buscas hoje à tarde. - contou e sua voz começou a ficar embargada. - Eu sei como é ter o seu filho desaparecido, Melissa, é uma das piores coisas que você pode passar. Você fica se perguntando onde ele pode estar, se ele está bem, mas a única coisa que você sente, é que ele pode estar sofrendo... Eu senti isso quando o Edgar sequestrou você e a Mia, é horrível! Eu sei bem o que os pais do Lucas devem estar sentindo, Melissa. A sensação de ter seu filho em perigo, não é nada boa!

Abaixei a cabeça e tentei digerir as informações que recebi. Pedi para minha mãe mudar o rumo da estrada e fomos até a casa de Chloe. Não sabia o porquê de ela não ter me dito nada, mas sabia que nós precisávamos nos unir e ajudar um ao outro nesse momento.

Quem nos atendeu foi tia Kate, ela avisou que Chloe estava em seu quarto. Minha mãe ficou conversando com tia Kate na sala, enquanto eu fui para o quarto de Chloe. Bati na porta umas duas vezes, mas ninguém respondeu. Achei aquilo estranho, então abri a porta e, após uma rápida olhada no quarto, percebi que ela não estava lá. Já ia avisar a mãe dela, quando ouvi uma melodia saindo de um dos quartos vizinhos. Era um som de piano.

Caminhei em direção a porta da qual vinha o som e a mesma estava entreaberta. Chloe estava tocando piano, ela parecia conhecer bem as teclas do mesmo, pois tocava perfeitamente bem mesmo com os olhos fechados. Enquanto tocava, ela também cantava uma música em voz baixa.

[...]

Quando sentir que meus sonhos estão longe
Cante para mim os planos
Que Você tem para mim novamente

Então eu abaixo minha cabeça
E junto minhas mãos e oro
Para ser somente sua, eu oro
Para ser somente sua, eu sei agora
Você é minha única esperança

[...]

Quando ela terminou de cantar, adentrei a sala e ela me olhou, assustada.

- Nunca te vi tocar piano. Você toca muito bem! - falei maravilhada e ela sorriu.

- Eu tento. - deu de ombros e comprimiu os lábios, com os olhos marejados.

Aproximei-me da mesma e a abracei. Não demorou muito até que eu ouvisse os seus soluços e suas lágrimas molharem minha blusa.

Confiaremos | Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora