Libby vive sozinha agora depois da tragédia que aconteceu com seu clã. Ela perdeu os pais e os irmãos quando tinha apenas dois anos de idade, foi a única a sobreviver porque se escondeu, ainda lembra da sua mãe a dizendo pra ficar na toca e não sair. Logo depois escutou disparos e gemidos, obediente, ela só saiu quando tudo acabou. Mas preferiu ter saído na hora dos disparos quando viu sua família morta, os caçadores os levavam nas costas sorrindo e felizes sabendo que iriam ganhar dinheiro com essa crueldade.
Libby sofreu durante anos sozinha tentando sobreviver sem ajuda de ninguém. Ainda criança, teve que aprender a caçar sozinha, achar abrigo sozinha, se virar sozinha pois não tinha mais pais para a ajudá-la.
O inverno era mais que congelante sem ninguém para se encostar para poder se aquecer. Lembrava que em tempos assim todos ficavam reunidos em um montinho tentando se aquecer. Ela se contorcia de frio tentando entender o porquê de tanto sofrimento. O cheiro de carvalho molhado encharcado de neve lá fora invadia sua pequena toca fazendo seus pelos se eriçarem, ela voltava a se lembrar que procurava insetos com seus irmãos nas cascas das árvores de carvalho. No final de cada pensamento ela dizia "tudo isso agora não passa de lembranças". Se arrependia de não ter ajudado, mas também se perguntava oque ela poderia fazer naquele momento. Era apenas uma filhote indefesa e fraca.— . —
Os dias se passaram, Libby agora com sete anos de idade, já se virava sozinha, passou a caçar grandes animais como cervos machos e até se atrevia a invadir tocas de coiotes para roubar os filhotes. Ela cresceu traumatizada, com medo de humanos, nunca retornou ao seu antigo lar, o cheiro de sua família ainda estava lá. Ela sabia que, se voltasse, não iria mais conseguir seguir sua vida tão bem como está tentando seguir agora.
Libby se tornou uma raposa grande e forte, seus pelos aumentaram e ficaram mais brilhantes, no verão eles ficam com uma tonalidade mais forte de ruivo. Suas patas escuras e sua cauda com uma cor branca na ponta. Uma grande caçadora esperta porém assustada e curiosa com a presença de humanos em seu território.
Havia uma praia, lá existia duas casas, ela contou os dias que eles retornavam para lá passar exatamente vinte e quatro dias." Humanos idiotas" pensava ela com raiva soltando um rosnando baixo pra si mesma a caminho da sua toca.
Viver sozinha agora não era tão ruim, ela apenas se acostumou, mas claro que não gosta de estar o tempo todo sozinha. Uma raposa precisa encontrar seu companheiro, ela pensava nisso de vez em quando. Claro que jogava de lado a possibilidade de encontrar seu companheiro em uma floresta que quase não a há mais raposas como antigamente. A espécie está sendo ameaçada, a floresta está começando a ser habitada por lobos trazidos pelos humanos a três anos atrás. Libby como era esperta, aprendeu a contar e sempre fazia isso para se distrair, ela contava os lobos que cruzavam seu caminho diariamente. Contou todas as alcatéias que encontrou nos últimos dois meses. Foram exatamente sete alcatéias com dez membros cada uma. Existem mais do só setenta lobos, e ela sabe disso, sabe que são seus inimigos, sabe que eles estão em maior número. Sabe que eles com certeza são os mais fortes, mas uma raposa esperta e astuta sabe muito bem se defender de predadores como eles. Libby não tinha medo de predadores, a única coisa que a faz se sentir intimidada, era a raça humana aparecendo com mais frequência em sua vida.
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A raposa Solitária.
FantasyLibby, uma raposa que cresceu sem os pais ou qualquer outro membro da sua família para cuidar dela. Teve o desprazer de assistir sua família sendo levada por caçadores, aprendeu a viver sozinha na floresta cuidando de si mesma. Anos depois se tornou...