Capítulo 28 - Destruído.

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Depois de uns dias, é claro que eu quis ser uma raposa que trabalha montada em grifos. Eu só tive que passar em alguns testes e assinar meu nome em uma folha de papel, depois fui para meu treinamento, escolhi um animal pra mim e agora sou responsável por ele. Não dei um nome ainda, mas ainda estou pensando nisso. Dá comida a ele era um ótimo jeito de encher minha cabeça para não acabar pensando nas situações do meu reino, ou em Manske que me observava de longe sentado em um banco perto do estacionamento do hotel. Eu fingia não percebê-lo ali me encarando, e continuava brincando e conversando com Elise, minha parceira agora.
— Aquele lobo não para de encarar você — comentou ela enquanto enchia uma vasilha com água para seu grifo. Eu ignorei isso e fingir não ter ouvido nada.
Mas de repente, nós duas escutando uma explosão que fez o chão tremer e com certeza tinha sido atrás do estábulo de grifos. Corremos pra lá confusas e assustadas e vimos que metade do estábulo estava destruído, e os destroços haviam caído sobre os animais matando alguns. Fiquei em choque mas minha reação foi voltar ao lugar onde estava nossos dois grifos e começar a puxá-los para fora do estábulo porque ainda estava caindo bombas ou sei lá oque eram essas coisas.
Elise veio atrás de mim montada em seu grifo e eu fiz o mesmo correndo com o meu para algum lugar seguro pelo gramado. Comecei a perceber que estavam vindo vários animais que eu não conseguir identificar na nossa direção, mas depois notei que eram lobos enormes. Logo atrás, a princesa do reino do inverno.
Nesse exato momento eu puxei as penas do meu grifo e o fiz voar para desviar daquilo, Elise veio logo atrás de mim e paramos em cima do prédio. Ela foi avisar alguém sobre o ataque e eu fiquei assistindo a cena horrível lá embaixo. Várias explosões estavam destruindo o estábulo e metade do outro prédio, eu fiquei preocupada com Manske, mas logo o avistei correndo pelo gramado, mas ele estava correndo de uma forma estranha, e quando pisquei, ele se transformou e pulou em um dos soldados de gelo que o atacou com um uma espada e o empurrou para longe.
Meu grifo se assustou com uma das explosões que teve, e voou para longe me deixando aqui. No meio de uma guerra, eu não sabia oque fazer. Mas achei melhor descer as escadas, só que quando eu me virei, o telhado também foi atingido por uma daquela bombas. Eu cair no chão por causa do impacto, e no mesmo lugar que aquela bomba atingiu, rápido se formou vários cristais de gelo que aumentaram e formaram espinhos gigantes.
Fiquei assustada e decidir descer pela escada de incêndio que era pior ainda pois aquela ela estava quase solta por causa dos destroços do telhado que caiu sobre ela.
Mesmo assim eu desci e não parei até está em piso seguro já no chão e em um pequeno beco, olhei para todos os lado e comecei a correr desesperada procurando pessoas conhecidas.
— Onde vai, donzela perdida?
Perguntou uma voz grossa e masculina bem no meu ouvido, senti um braço envolvendo minha cintura e depois um frio na barriga sentindo que agora já era pra mim.
— Me solte!
Pedi ainda um pouco calma me virando e tirando o braço imundo dele de mim. Fiquei de frente para o homem que com certeza era um soldado também e ele me olhava como se eu fosse carne.
— O que estão fazendo com nosso refúgio? Existem crianças aqui, existe famílias que estão tentando viver em paz longe do caos dos nossos reinos.
Ele riu com isso e eu fiquei com raiva olhando pelos cantos dos olhos um cano de ferro encostado na parede.
— Estamos fazendo apenas oque nossa princesa nos ordena.
— Como se fossem fantoches.
Disse e logo corri para pegar o cano de ferro, me virei rápido e acertei ele na sua cintura fazendo ele recuar e tirar sua espada de dentro da bainha na sua cintura.
Avancei e acertei de novo na sua perna com força dessa vez, fiz ele cair no chão gritando de dor. Depois eu corri o mais rápido que pude saindo do beco e indo para o gramado buscando ajuda.

>Manske narrando.

Conseguir matar aquele desgraçado só depois que mordi sua garganta quebrando seu pescoço. Cuspir seu sangue e depois olhei para cima daquele prédio de novo, Libby não estava mais lá. Mas pra onde ela foi?
Abaixei os olhos pensando um pouco e vejo uma menina pequena, magrinha e ruiva correndo pelo gramado assustada. Eu tive vontade de rir mas fui correndo na sua direção para ajudá-la, ainda estava na minha forma de lobo mas mesmo assim eu pulei e a derrubei no chão lhe dando um tipo de abraço. Ela rosnou alto e arranhou meu focinho com suas unhas me deixando feliz e ao mesmo tempo magoado. Nos levantamos juntos e eu a puxei para cima de mim carregando ela nas costas até um lugar seguro, metade de nós já estávamos a salvo, o exército do reino do inverno só queria destruir nosso refúgio e não as pessoas.
— O que vamos fazer agora?
Perguntou Libby ofegante se sentando no chão observando a paisagem destruída do nosso refúgio. Ainda era possível ouvir os gritos das pessoas e as bombas caindo sobre os prédios que eram só destroços agora.
— Logo nosso exército vai chegar e vai acabar com isso, e aí vamos acertar as contas com o reino do inverno diretamente.
Me levantei cansado de ver aquilo e puxei sua mão para que me seguisse, íamos pela floresta até chegar na estação, com certeza os trens não iriam cobrar depois do que houve aqui, somos refugiados outra vez, tudo nosso foi destruído. Precisamos voltar ao nosso reino imediatamente.
— Espera.
Ela pediu me fazendo parar e a encará-la. Ela estava olhando para as copas das árvores me deixando curioso, depois comecei a ouvir um barulho estranho, os galhos começaram a se mexer por causa de um vento estranho vindo de cima de nós. Aí uma coisa muito grande pousou na nossa frente e eu me assustei ficando atrás de Libby. Que diabos é isso?
— Que bom que ele não foi muito longe.
Ela riu e depois começou a andar na direção daquele bicho de quatro patas parecendo uma galinha misturado com leão. Mas eu segurei seu braço preocupado.
— O que vai fazer? — perguntei com os olhos arregalados olhando pra aquela coisa e depois pra ela que só revirou os olhos e continuou andando na direção daquilo.
— Libby! — chamei em um sussurro mas quando vi, ela já estava subindo naquele troço me deixando de boca aberta.
— Vem. Vai ser mais rápido por cima.
Não queria demonstrar que estava com medo, mas também ainda estava em dúvida. Não queria subir naquela coisa.



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