Acordei me sentindo pronta para começar minha exploração ao redor do meu território. Eu sair da minha toca me sacudindo pois estava coberta de botões de flores que invadiram minha toca enquanto eu dormia. Me sentei do lado de fora para coçar minha orelha, mas eu paro assim que vejo uma figura estranha do outro lado do rio, é um lobo branco que estava bebendo água, mas ele também me olhou quando me percebeu aqui. Ficou dois segundos me encarando com os olhos arregalados assustado, em seguida corre o mais rápido possível pra cima de um morro depois do rio. Eu não penso duas vezes antes de persegui-lo contornando o rio e depois avançando para o morro, ele estava bem na minha frente correndo e com a cauda abaixada para não me deixar morde-la. Eu rosno pra ele chamando sua atenção e depois mordo sua perna traseira fazendo ele parar e cair de barriga para baixo. Fico em cima de suas costas mas quando eu vou morder seu pescoço, ele me interrompe.
— Calma! Calma... Eu só queria beber água, por favor não me mata — ele pediu de olhos fechados parecendo realmente inocente, não era um dos outros lobos audaciosos, mas mesmo assim estava no meu território, e pior ainda, perto da minha toca.
— Não quero você por perto — disse seca saindo de cima dele e me posicionando pronta para qualquer ataque surpresa.
— Você... É uma raposa... — ele disse se levantando e se sentando na minha frente com as orelhas levantadas. Eu fico olhando pra ele meio confusa tentando entender o porquê da sua pergunta idiota.
— Claro que sou, porquê? — respondo ainda sendo educada me sentando também realmente interessada na conversa.
— Meu nome é Manske Khols, eu sou membro da matilha da princesa Lattifa Muerer, sei que você estava próxima quando fomos fazer a entrega das pinhas... — por um momento eu achei que ele estivesse falando algum outro idioma estranho, mas pela sua expressão séria e a referência que ele fez para mim me fez acreditar que isso tudo era realmente sério. Quando acabou sua apresentação, ele se sentou novamente e esperou que eu me apresentasse.
— Libby... — falei quase sem abrir minha boca abaixando um pouco a cabeça olhando pra ele de um jeito desconfiado quando ele balançou as orelhas e sacudiu a cauda andando bem devagar em rodeando.
— Eu nunca vi uma raposa de perto — ele disse em um tom infantil aparecendo do meu lado e tentando encostar seu focinho na minha orelha, eu recuei me arredando para o lado olhando para ele avisando que eu ainda queria atacar.
— Já viu... Então pode ir — fiz um sinal com a pata apontando para o leste, onde o vi ontem.
— Mas eu... Eu acho que você não deve ficar sozinha aqui — ele disse meio preocupado, já era a segunda vez que eu acho que ele queria dizer alguma coisa, mas põem outra por cima mudando de assunto.
— Eu me viro muito bem sozinha — falei meio convencida me levantando erguendo minha cauda e meu focinho.
— Se você for atacada por algum animal mais forte que você? — perguntou me acompanhando de cabeça baixa e orelhas curvadas.
— Eu já falei que eu me cuido sozinha, agora vá por favor, e não volte mais — me virei na sua direção e esperei que ele fosse logo. Mas continuou ali sorrindo pra mim me deixando estressada.
— Oque está esperando? — perguntei impaciente começando a cravar minhas unhas no chão irritada.
— Eu acho que encontrei minha companheira — ele disse sorrindo e estreitando os olhos olhando exatamente na minha direção. Eu rolei os olhos e tentei levar isso como apenas um elogio.
— Bom pra você... Porque não vai falar com ela? Ela está te esperando no jardim que fica a quinhentos quilômetros daqui — usei ironia mas no lugar de grosseria para não machuca-lo, sei que ele só está sendo um lobo gentil dizendo tudo isso e tal. Mas eu prefiro ficar sozinha hoje para fazer meu trabalho.
— É sério? — perguntou com as orelhas levantadas de novo e sacudindo sua cauda felpuda e branca. Eu não estava acreditando que ele tinha acreditado nisso.
— Sim... É sério — afirmei balançando a cabeça.
— Mas é você — ele voltou a fazer aquela cara estranha como quem está esperando uma reação positiva de alguém, que no caso sou eu.
— Já disse, vá ver se estou no jardim — fiz ele abaixar as orelhas e depois sua cauda que tinha parado. Depois silenciosamente ele foi se virando e andando bem devagar para o leste onde é sua casa.
Eu fiquei assistindo para ver se ele iria embora mesmo. E só me retirei depois para começar meu trabalho. Já estava quase no meio do dia, esse imbecil me fez perder tempo com toda essa bobagem. Ele disse que eu sou sua companheira?
Perguntei a mim mesma parando no mesmo lugar, depois eu pensei por quinze segundos sobre isso, mas logo eu continuei balançando minha cabeça e jogando fora essa besteira da minha cabeça.
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A raposa Solitária.
FantasíaLibby, uma raposa que cresceu sem os pais ou qualquer outro membro da sua família para cuidar dela. Teve o desprazer de assistir sua família sendo levada por caçadores, aprendeu a viver sozinha na floresta cuidando de si mesma. Anos depois se tornou...