Um mês depois...
>Libby narrando.
As coisas só pioram desde que voltamos daquele tal campeonato. Eu nunca imaginaria que nosso reino passasse por esse tipo de situação. O reino do inverno estava nos atacando com bastante frequência, eles estão mais espertos ainda, planejam nos dominar a força. Roubam as famílias humildes da nossa vila, matam nossos guardas que tentam nos proteger, isso está ficando cada vez mais constante. Todos nós estávamos com medo. As providências que a princesa tomou, foi aumentar o número de guardas na vila para evitar roubos, e um portão de ferro na entrada para que ninguém mais entrasse. Estamos sendo obrigados a viver trancados para nos proteger, mas isso ainda não é o pior.
O reino do inverno já estava nos ameaçando, querendo declarar guerra contra nós, isso me assustava e o medo tomou conta de todo o nosso reino. O único que me acalmava era Maanske, que ainda não tinha sido chamado para ajudar nos problemas da vila, estamos doando tudo que podemos para as famílias que estão ficando cada vez mais pobres. Mas ele não estava comigo agora, teve que ir falar com a princesa que marcou uma reunião com seus súditos mais fiéis a ela. Eu estava com muito medo dele ser chamado para fazer parte do exército.
Enquanto andava pelo corredor, eu encontrei com Ebert, ele parecia bem cansado e estava carregando uma espada presa a sua cintura. Ele me olhou e acenou chamando minha atenção.
— Como você está, raposinha? — ele pergunta unindo as sobrancelhas preocupado comigo e eu não consigo esconder oque estava me deixando aflita.
— Eu estou preocupada.
Falo passando a mão no meu cotovelo olhando pro chão penslando em Manske que ainda não tinha voltado da reunião.
— Não se preocupe com ele, é novo ainda pra entrar no nosso exército — Ebert me assegurou se aproximando de mim e beijando minha testa tentando me acalmar, eu sorri pra ele mas depois voltei a ficar preocupada.
— Vou guardar isso aqui.
Disse passando do meu lado continuando seu caminho pelo corredor entrando em uma sala. Eu também continuei a andar pelo castelo tentando me distrair enquanto essa reunião não terminava.>Manske narrando.
Assim que a reunião havia acabado, minha cabeça se enchia de pensamentos que iriam me atormentar durante bastante tempo até que tudo isso se resolva. Eu não fui escolhido para o exército, mas tenho que proteger a vila porque nossos guardas estão sendo atacados quase todos os dias, mas com menos frequência pois o portão que a princesa construiu diminuiu as invasões. Só que eu não sabia como iria contar isso a Libby que deve está tendo um ataque uma hora dessas.
— Manske!
Ouvi a voz dela vindo de trás de mim e mais uma vez fiquei nervoso. Me virei bem devagar fingindo que estava tudo bem comigo e que não tinha sido escolhido para ser guarda da vila. Ela estava preocupada, é claro, e eu tentava a acalmar.
— Tá tudo bem... Eu só vou ter que fazer umas coisinhas lá na vila — dizia cada palavra com calma enquanto fazia carinho no seu cabelo.
— Tem certeza que é só isso?
Ela perguntou me soltando e depois ficando na minha frente com um olhar desconfiado e ainda preocupada. Eu não sabia se eu contava a verdade ou se escondia tudo isso para ela não ficar ainda mais preocupada comigo sem motivo.
— É só isso mesmo, não fui escolhido pro exército.
Assegurei ela e finalmente parecia ter acreditado em mim. E quando acabamos essa conversa complicada, eu fui deixá-la em seu quarto dizendo que tinha que resolver algumas coisas, lhe dei um beijo rápido e a deixei sozinha me sentindo um cretino mentiroso. Eu sabia que não conseguiria ficar mentindo assim pra sempre, ou até isso acabar, eu só não queria que ela ficasse sabendo que eu corria risco até de morte nesse novo trabalho.
Encontrei Ebert no corredor saindo da sala de armas onde só é permitido a entrada de homens do exército. Ele acenou pra mim sorrindo feito idiota, mas assim que passou por mim, eu pisei em sua cauda fazendo-o gemer de dor.
— O que estava fazendo aí? — perguntei ainda com o pé na ponta da sua cauda olhando pra ele que me encarava com raiva e com uma expressão de dor.
— Vim guardar uma espada...
Respondeu nervoso demais. Ele está escondendo alguma coisa.
— Não é só isso.
— Eu vim separar oque eu vou precisar pro meu trabalho — explicou me empurrando pra mim soltar sua cauda. Ficamos nos encarando, um desconfiado do outro, mas ele olhou para a porta do quarto de Libby e voltou a me encarar agora parecendo triste.
— Como ela tá?
Revirei os olhos não querendo explicar como Libby estava, porque ela não interessa a ele e nem ele a ela. E esse assunto me deixava nervoso, então apenas entrei na sala de armas e comecei a andar no meio de armaduras grudadas nas paredes dos corredores pequenos que tinha lá.
— Vamos trabalhar juntos?
Ignorei pegando uma espada pesada demais, então a deixei onde estava e me virei de frente para ele. Depois passei do seu lado e fui em direção a outra espada que estava junto à uma armadura que eu não havia gostado, e nem iria precisar. Peguei ela em minhas mãos e tinha gostado do seu peso e o jeito que se encaixava perfeitamente na minha mão.
— Acho legal defender as famílias pobres da vila que não têm como se proteger.
— Porque você não vai fazer alguma coisa útil, Ebert?
— Quero ver se você não vai pegar a mesma espada que eu escolhi
— Tanto faz a que você ou eu escolher, só vai servir de uma coisa mesmo
— Porque tem tanta raiva de mim? Antes éramos amigos, quase irmãos, fazíamos tudo juntos aqui, menos tomar banho...
— Cala a boca.
Pedi impaciente colocando a espada de volta no lugar para pegá-la no outro dia. A risada dele ecoou pelo corredor me irritando ainda mais. Mesmo que isso que ele falou seja verdade, o jeito que ele ainda olha para Libby me irritava.
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A raposa Solitária.
FantasiaLibby, uma raposa que cresceu sem os pais ou qualquer outro membro da sua família para cuidar dela. Teve o desprazer de assistir sua família sendo levada por caçadores, aprendeu a viver sozinha na floresta cuidando de si mesma. Anos depois se tornou...