01x08 - NOVOS AMIGOS

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Como já é de costume, acordei antes das 6h

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Como já é de costume, acordei antes das 6h. Fui até o banheiro e tentei ficar arrumado para o primeiro dia de aula. Na escola, a gente usava uma farda, só que eu ainda não havia comprado a minha, então, o look do dia seria uma calça jeans azul, uma blusa branca e meu tênis branco.

Tomei banho e chamei meus irmãos, pela primeira vez, eles são lerdos demais. A tia Olívia saiu toda descabelada do quarto. Ela era a única com um banheiro no quarto, entretanto, preferia usar o do corredor por causa do espelho gigante.

Vesti a roupa, olhei a foto dos meus pais e desejei sorte a mim mesmo. Afinal, não conhecia o ambiente escolar do Amazonas, ainda mais em um colégio público.

— Acordem, Richard e Giovanna!!!! — gritei no corredor.

— Vish. Coitado. — reclamou Giovanna saindo impecável do quarto. — Estou acordada há duas horas. Acha que é fácil fazer toda essa produção? — descendo às escadas, deixando um cheiro adocicado no ar.

Sim. A rotina da volta às aulas deixava minha casa uma loucura. A minha tia não era tão organizada quando se tratava de coletividade. Os meus irmãos iam de carona com ela, porque era caminho, e eu pegaria carona com meus amigos, ou seja, a gente ia de ônibus.

O lado bom é que qualquer ônibus que passasse no Centro da cidade servia para nós. Os encontrei no ponto do ônibus, eles estavam vestindo a mesma farda, e logo, eu também estaria.

Enquanto a gente aguardava o ônibus, os meus amigos deram algumas dicas. Quase um manual de sobrevivência da Escola Dom Pedro II. Primeiro lugar, ter cuidado com a tia Ray, a inspetora, qualquer erro e podemos pegar uma suspensão. Em segundo lugar, não tomar a sopa do Mocotó, muitos alunos já foram parar no hospital. A terceira dica foi evitar sentar na frente, principalmente, na aula do professor de matemática. O motivo? Ele cuspia.

Depois, os quatro começaram a relembrar algumas coisas que aprontaram nos últimos anos. Como por exemplo, um catolé (espécie de bombinha) que o Brutus jogou no banheiro feminino. O beijo que Letícia deu em cima da caixa d'água da escola. A Ramona que começou um pequeno negócio de traficar respostas de provas. E, por último, o Zedu que quebrou a janela do 2º ano B com a bola de futsal.

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