01X22 - A CERIMÔNIA DA CONFUSÃO

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Pai e mãe,

Nunca quis ser uma pessoa ruim e machucar quem estava ao meu redor. Diogo, Alicia, Brutus, Ramona e Letícia, eles foram afetados pelas escolhas que fiz. Eu não sei o que fazer. Eu, realmente, não sei.

***

Lá estava eu, deitado no chão sujo da festa

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Lá estava eu, deitado no chão sujo da festa. O Brutus me levantou, perguntou se eu estava bem e tentou seguir Diogo, mas eu o impedi e disse que era para deixar quieto. Afinal, mereci aquele empurrão, deveria ter conversado com o Diogo desde o primeiro dia em que fiquei com o Zedu. Eu não sabia o que fazer, comecei a chorar.

Manaus trouxe coisas ótimas para mim, entretanto, veio um combo de confusão. O Brutus se provou um ótimo amigo e andamos até a área externa da casa de Ramona. Sentamos na calçada mesmo, para a minha surpresa, o Brutus estava com uma garrafa de vodca na mão.

— Podemos passar o resto da noite aqui? — perguntei, encostando minha cabeça no ombro do Brutus.

— Podemos. Afinal, você quebrou o som do Bernardo. E só por isso ganhou mil pontos comigo. — ele respondeu tomando um gole de vodca.

— O Bernardo, o que tem ele?

— Tentou seduzir a Ramona.

— Aaaah, cara, sério, você e a Ramona? 

— Você e o Zedu. Como eu não percebi isso?  Grandão, eu sou um lixo de amigo. Não imagino o que tem sido para o Zedu. Desculpa. 

— Tudo bem, Brutus. Você é um ótimo amigo. — falei, pegando a garrafa de vodca e tomando.

— É engraçado essas merdas que acontecem, né? — ele comentou, rindo e coçando a cabeça.

— Brutus! — exclamei, tomando um gole generoso e fazendo uma careta. — Eu ainda não cheguei na parte engraçada, mas assim que chegar te aviso. — tomando outro gole.

— Ei. — me repreendendo e tomando a garrafa da minha mão. — Vai devagar, grandão.

No lado de dentro, Bernardo e Ramona tentavam dar um jeito para ligar a caixa de som. Enquanto, a Letícia passava mal no banheiro e era amparada por Arthur. Enquanto isso, Alicia aproveitava a distração de todos e achou Zedu escondido no escritório.

A patricinha não conseguia acreditar que o Zedu havia se apaixonado por um homem, ainda por cima, um homem gordo. Aquele fato não entrava na cabeça dela. De repente, a Alicia se tornou uma metralhadora de ofensas. 

— Zedu, eu nunca fui tão humilhada. E, logo com um gay e gordo, um gordo!!! — gritou Alicia, andando de um lado para o outro.

— Cala boca. Não fala assim dele. A culpa é minha. — Zedu tentava manter um tom de voz baixo.

— Vai defender o namoradinho?! Ele é um gordo ridículo. Zedu, pelo o amor de Deus, o que as outras pessoas vão pensar? A tua reputação...

— Que reputação? Eu tenho 17 anos, estou no ensino médio e sou gay. Desculpa, se eu te machuquei. Eu não quero mais viver com medo, Alicia. E se você me ama mesmo, por favor, apenas aceita. 

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