01x20 - AMEAÇAS E DESCOBERTAS

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Pai e mãe,

Finalmente parte da minha vida está voltando ao eixo. O Diogo e eu, de um jeito estranho, continuamos amigos e não paramos de andar juntos. Já minha história com o Zedu, bem, isso é um capítulo a parte, a Alicia tomou para si a missão de cuidar dele, ou seja, o Yuri não tem espaço.

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Ok. Depois de quase morrer em uma floresta, decidi fazer uma lista de prioridades, a primeira coisa era fazer uma dieta, afinal, precisava emagrecer para ganhar mais controle sobre o meu peso. Em segundo lugar, melhorar minhas habilidades de primeiros socorros. Em terceiro, beijar a boca do Zedu que, mesmo com o pé enfaixado, continuava lindo demais.

A gente aproveitava cada minuto a sós para fazer aquilo que todo jovem gay gosta. A partir daquele momento, passei a perceber alguns detalhes sobre o José Eduardo, como por exemplo, a respiração ofegante dele entre os beijos ou o gosto de balinha de menta que ele deixava na minha boca.

Durante os beijos, o Zedu gostava de acariciar minhas bochechas, ele adorava quando elas ficavam vermelhas. Confesso que nem todos os nossos encontros eram românticos, a maioria acontecia em alguma sala vazia ou no banheiro, mas para mim, era sempre prazeroso.

— Já sumimos por tempo demais. — falei, quase empurrando o Zedu, mas o segurando ao lembrar do seu pé machucado. — Desculpa.

— Tudo bem. Eu sei que é perigoso. — Zedu concordou, antes de se afastar e olhar no espelho.

— Zedu, eu só não quero ser apenas mais uma transa para você.

— E quem disse isso? — ele perguntou tocando na minha bochecha direita.

— Ninguém, Zedu, mas olha a nossa situação. Temos que esperar ninguém estar por perto para curtir. — tentei ponderar meu tom, mas o banheiro fazia muito eco.

— Desculpa, desculpa ser tão complicado. Eu gosto de você, mas...

— Eu sofri bastante para sair do armário. Não estou te cobrando nada. Só queria ser o seu namorado sem ter medo.

— Podemos esperar até depois do baile de férias? Por favor.

— Tudo bem. Desculpa, parecer tão dramático. Mas, quando você provar a sensação de ser livre, tipo, não vai querer outra coisa. 

Sim, infelizmente, o Zedu continuava lutando contra a sua sexualidade. O medo de uma sociedade machista, o fazia enxergar apenas o lado negativo de ser gay. Afinal, o Zedu é um cara padrão, que sempre esteve entre os héteros 'topzeiras', então, entendo alguns de seus questionamentos. 

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O George, nosso amigo fotógrafo, decidiu fazer uma exposição com fotos de casais LGBTQIA+. O  Diogo, nem preciso falar,  ficou animado com toda a situação. Recebemos um convite para trabalhar na produção e, também, fazer o cadastro dos casais que participariam do ensaio fotográfico. 

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