01x12 - SIM, SOU GAY!

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Pai e Mãe,

Eu abri meu coração. Foi difícil, mas, ao mesmo tempo, me deu um alívio. Pensei muito sobre tudo na minha vida e precisei contar para titia.

***

"Eu sou gay", usei essas palavras para sair do armário

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"Eu sou gay", usei essas palavras para sair do armário. A tia Olívia ficou parada de frente para porta, então, a fechou novamente e sentou ao meu lado. Eu não conseguia dizer mais nada, apenas chorava e esperava a reação dela.

— Eu sei. — titia respirou fundo. — Só estava esperando o seu momento, filho. — ela acariciou meus cabelos, enquanto, eu chorava. — Oh, querido. Nem posso imaginar tudo o que passou na tua cabeça. Eu te amo. Você é quase um filho para mim. Estava com medo?

— Pensei muito na forma que a senhora reagiria. Fiquei com medo de ser expulso de casa.

— Amor. Não, não. Você nunca deveria imaginar isso. — ela falou enxugando minhas lágrimas. — Você é um menino tão especial. Ser gay não te diminui em nada, amor. Foi por isso que você sumiu? Por isso que tratou seus amigos dessa forma?

— Eu precisava de um tempo para pensar. Eu me senti sufocado.

— Yuri. — soltou tia Olívia chorando. — Nunca te expulsaria dessa casa, afinal, ela é sua e dos seus irmãos. Eu não tenho por que ter preconceitos, não sou igual à minha mãe. E seus pais também não eram. E, Yuri, você não está fazendo nada de errado, entendeu? Nunca deixe ninguém fazer você se sentir assim.

— É que eu sou gordo, louco e gay. A senhora não entende.

— Meu amor. Infelizmente, a sociedade é assim, mas nós que te amamos, sabemos quem você é realmente. — tia Olivia me deu um abraço demorado e beijou minha testa. — Eu te amo demais.

— Eu sei, tia. Desculpa. Eu não estou de castigo, né? — questionei dando um riso forçado.

— Ah. Claro que está. Uma semana sem sair de casa. — levantando da cama e pegando meu notebook. — Sem internet também. Cadê o teu celular? — confiscando o meu telefone. — Agora vai tomar um banho e dormir. Tá mais do que na hora.

Foi melhor do que eu imaginei. Pelo menos, agora eu não deveria mais nada para o Vando. Só quero ver a cara dele quando contar que saí do armário e sou, oficialmente, gay. Ter o amor da minha família é muito mais importante que o resto. Eles são o meu alicerce e guias nessa jornada confusa que chamamos de vida.

Enquanto isso, os meus amigos conversavam sobre minha atitude. Eles ficaram preocupados, ainda mais quando descobriram à respeito dos meus problemas psicológicos.

Para o Brutus, o problema foi o Diogo, que de alguma forma me levou para o lado negro da força. Já Letícia e Ramona lamentaram não ter me dado mais atenção na escola. O Zedu sentiu-se o pior melhor amigo do universo.

— Caraca, o mano escondeu essa parte da internação, né. — ressaltou Brutus.

— Brutus, todos nós temos segredos. — disse Letícia, pegando no ombro de Ramona. Vocês querem contar para o Yuri o que houve no ano passado?

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