01x17 - A BUSCA

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Pai e Mãe,

Que noite espetacular. Tá, eu sei. Não deveria falar sobre certos assuntos com vocês, mas estou feliz. Porquê? Ao meu lado dorme o homem mais lindo do mundo. Estou passando por toda esse pesadelo com a pessoa que mais amo e, de certa forma, isso me dá forças para continuar.

***

— Zedu, o que a gente fez? — perguntei preocupado, porque sabia que o sexo poderia acabar com a minha amizade com o Zedu

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— Zedu, o que a gente fez? — perguntei preocupado, porque sabia que o sexo poderia acabar com a minha amizade com o Zedu.

— Você está arrependido? — ele respondeu com outra pergunta, algo que não é indicado quando a outra pessoa está para ter um ataque de pânico.

— A Alicia...

— Eu não estou mais com a Alicia. A gente terminou ontem. Isso me rendeu um copo de refrigerante light no rosto. A sensação não é boa. Você e o Diogo?

Sim. O Diogo e eu. De fato, nós nunca namoramos, porém, já estávamos juntos há quatro meses. E o que a recém solteirice do Zedu representava? Eu deveria ter esperanças em ter algo com ele? São tantas perguntas que flutuam na minha cabeça, ainda mais agora, onde a prioridade é a nossa sobrevivência.

Naquela noite, ficamos em silêncio, apenas nos acariciando. Os sons da floresta eram as únicas coisas que quebravam aquela quietude. O Zedu estava deitado em meu peito, aproveitei para acariciar seus cabelos negros. De repente, a chuva voltou a cair e o frio se intensificou.

Caramba, entre todos os dias que deveria fazer frio em Manaus, os deuses do tempo escolheram justamente esse? O Zedu perguntou se eu estava bem, respondi que sim. Ele beijou minha bochecha e acariciou meu rosto.

— Você está tão calado. Eu te machuquei? — Zedu quis saber, quebrando o silêncio.

— Não é isso. É que... você...

— Eu?

— Desde sempre eu quis ficar com você. Mas, parecia tão impossível.

— O quê?

— O fato de nós dois ficarmos juntos. — respondi tentando ser o mais claro possível.

— Yuri, desculpa. Eu sinto o mesmo por você, mas sempre tive medo de ser...

— De ser? — perguntei, mesmo já sabendo qual seria a resposta dele.

— Tenho vergonha de ser gay. — a voz de Zedu soou triste e baixa, não imaginava que uma pessoa tão alegre como ele passava por uma tempestade tão forte.

— Não é fácil, porém, eu prefiro ser provocado todos os dias pelo Lucas, Vando e os outros, do que esconder quem, realmente, sou. Aprendi isso de um jeito difícil.

No meio da nossa conversa, o vento começou a bater mais forte e a água escorria por todos os lados. A gente se abraçou mais forte, na esperança de espantar o frio que nos atingia. Sério, não imagino passar por uma desventura dessa com outra pessoa.

Amor de PesoOnde histórias criam vida. Descubra agora