01X13 - REVELAÇÕES

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Pai e mãe,

Acho que vão me bater. O lado bom é que eu estarei ao lado de vocês em breve. A pior parte? Nem vou poder me despedir de ninguém. Adeus mundo cruel!

***

Não queria morrer, mas meu futuro havia sido escrito

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Não queria morrer, mas meu futuro havia sido escrito. Os meus melhores amigos seriam os responsáveis por dar um fim no meu sofrimento.

EM MANAUS, ALUNO É ENCONTRADO MORTO NO PÁTIO DA ESCOLA. Já conseguia ver as manchetes de todos os jornais. Será que o Jornal Nacional mostraria o caso do garoto morto pelos amigos? Qual a foto que seria transmitida em rede nacional?

No desespero, peguei uma vassoura velha para usar como arma. Se eu fosse morrer, que fosse com honra. Cada vez mais, eles se aproximavam de mim, um olhando para o outro. Como se fossem animais caçando sua presa inocente.

— Por favor. Saiam daqui. — pedi levantando a vassoura na direção deles.

— Yuri, te acalma. — disse Ramona.

— Ei, somos nós grandão. Não confia nos teus parças? — perguntou Brutus esfregando uma mão na outra.

— Não estou te entendendo. — soltou Zedu. — Quer ligar para a tua tia?

— Yuri, por favor, não faz isso. — Letícia parecia sorrir, não conseguia decifrar a expressão deles, estava confuso demais.

Por um milagre de Deus, o Diogo apareceu e ficou na minha frente. Ele quis saber o que estava acontecendo, então, um pequeno atrito entre o Zedu e ele começou. O Brutus ficou entre eles para evitar qualquer tipo de agressão.

— O que tá acontecendo aqui? — questionou Diogo pegando a vassoura da minha mão.

— Eles, eles viram a gente se beijando e... queriam... queriam...

— Queriam o quê?!

— Queriam me atacar. — soltei, quase chorando.

Outra pequena confusão se iniciou. Os meus amigos ficaram revoltados com a minha declaração. Expliquei toda a história de Mascarenhas e mostrei o vídeo para o Diogo que, de início, ficou impressionado. Ele olhou com repulsa para o Brutus, Zedu, Ramona e Letícia.

— Vocês não tem o direito de julgar a gente. — disse Zedu ficando com os olhos vermelhos.

— Julgar. Eu não estou julgando, Zedu. Estou assistindo. — falei, pela primeira vez, gritando com o Zedu.

— A culpa é minha. — soltou Brutus, chorando e sentando no chão.

— Brutus, você não tem culpa. — Zedu pegou no ombro do amigo e o ajudou a ficar em pé. — Vamos embora.

Brutus não quis ir embora, ele queria conversar sobre o fato. As meninas apoiaram o amigo. Diogo e eu, continuávamos sem entender nada. Ele sempre na minha frente, temendo que alguém pudesse me atacar.

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