- É... É aquela música sim, Rimena. Aquela que toca em todas as rádios.
- Canta pra mim!
- Não... - envergonhei-me.
- Sua voz é fofa! Vai, por favor!
- Sorrimos juntos. Choramos juntos. Estávamos juntos e todos nós sabíamos que seria para sempre. Talvez um para sempre finito. Talvez infinito. Talvez, talvez, talvez eu o amasse. Talvez seja um novo começo. Talvez, talvez, talvez... - cantei. - Ah, não lembro o resto!
- Tudo bem... Sabia que hoje faz alguns meses desde a primeira vez que viemos aqui, nesse barzinho?
- Eu não iria esquecer disso. Só queria que lembrasse.
- Por quê?
- Porque você nunca lembra!
- Nunca lembro?
- Nunca!
Ela sorriu, aproximando-se de mim.
- Você tem namorado... Melhor não.
- Desculpe-me. - engoliu a seco seu desejo já não mais jovial de beijar-me.
- Por que não termina com ele?
- Não é tão fácil quanto pensa...
- É só terminar!
- Eu quero terminar com ele, mas... Você não conhece o Kevin! Ele é...
- O que eu sou, Rimena? Eu quero que diga na minha frente! - exclamou um cara, aproximando-se de nós dois.
- K-Kevin? Meu amor, o que faz aqui?
- Quem é esse? Quem é esse cara ai que está com você?
- É um amigo. Ninguém de importante. Vamos para casa?
- O que você tá fazendo com a minha mulher?
- E quem disse que ela é sua?
- Ela é minha mulher! Ouviu bem ou vou ter que repetir? - gritava, dando-me a sensação de que, a qualquer momento, ele iria me bater.
- Abaixa o tom de voz. Estou do seu lado.
- EU NÃO QUERO NUNCA MAIS OLHAR NESSA SUA CARA DE PLAYBOY, TÁ ME ESCUTANDO?
- Você grita tão alto que se eu não escutasse...
- NÃO ACREDITO QUE ESTÁ ME TRAINDO COM ESSE MULEQUE, RIMENA!
- N-Não é traição, amor... Ele é só um amigo!
- UM AMIGO QUE VOCÊ IRIA BEIJAR?
- Quer saber? Sim! Eu iria - enfureceu-se. - Eu iria beijá-lo porque ele me dá valor! Ele me trata como uma mulher, não como um objeto!
Kevin enfureceu-se com as palavras dela. Eu sentia que ele estava perdendo a paciência e ficava cada vez mais nervoso.
- Eu já disse que você é minha! - segurou o pulso dela. - Vamos para casa! Iremos resolver isso lá!
- K-Kevin... - chorava. - Por favor!
- Eu disse para irmos para casa!
- Tudo bem... Eu estou indo... - olhou-me, pedindo por socorro.
As vozes deles tornavam-se distantes, ecos. Minha mente não estava mais ali. Eu não era mais o Ted, mas, ainda que por um pequeno momento, tornei-me o Hansol Vernon Chwe de novo.
~•~ Lembranças, tempo indeterminado ~•~
- Olhe para isto! Está vendo? Seu coração ainda bate! Você está vivo! Por favor, pare de tanta... Tanta... Melancolia!
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Carpe Diem: Playground [pt.3] EM REVISÃO
FanfictionVoltemos ao tempo em que não tínhamos preocupações, dores, corações partidos, responsabilidades; aquele em que passávamos a tarde num playground e, ao voltarmos para casa, torcíamos para o dia seguinte chegar e tudo acontecer mais uma vez, mais uma...