Capítulo 26 ✖

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- Tá pensando no que?

- No meu pai, Lily.

- Isso te deixa tão triste. Deixa isso um pouco pra lá, Hansol!

- Eu preciso falar com ele. Aposto que meus pais estão divorciados e... Ela não quer que eu o veja por isso.

- De qualquer forma, ele tem direito de te ver.

- Então acha que ele não quer me ver?

- N-Não... Não é isso... Talvez...

- Talvez ele nem saiba que eu exista.

- Bem...

S/N abre a porta, sem aviso algum.

- Hansol, eu... - surpreendeu-se ao ver os dois deitados na mesma cama. - É... O que eu tô pensando? - cerrou os cílios, olhando-os seriamente.

- N-Não, mãe! Meu deus! - envergonhou-se. _ Estávamos só conversando!

- Sobre o que?

- Sobre... Nada.

Ela respirou fundo, como se buscasse forças: - Lily, seus pais ligaram. Pediram para você ir embora agora. Já está escurecendo e pode ficar perigoso.

- Tudo bem, senhora Martins. Tchau, amor. - deu-lhe um beijo de despedida, saindo do quarto. - Tchau.

- Tchau, querida. Avise quando chegar em casa. - sorriu suavemente, sentando-se ao lado de seu filho. - Eu ouvi o que estavam falando. Era sobre seu pai. Certo?

- Não. - mentiu. - Mãe, me deixa sozinho.

- Filho, me deixa falar com você.

- Tá tudo bem.

- Eu vejo na sua cara que não tá. Você sempre foi tão sincero comigo, mas desde o ano passado está tão longe. O que houve? É o meu casamento com Cheol?, é o fato se eu estar trabalhando muito?

- Só estou estressado por causa da escola. Tenho medo de não conseguir tirar boas notas em gramática.

- Sua dificuldade não pode atrapalhar seus sonhos. OK? Tem certeza que é só isso?

- Uhum...

- Estou confiando em você. Pode sempre conversar comigo, Hansol. - deu um sorriso acolhedor. - Eu sou sua melhor amiga. Sempre serei, não importa o quê.

Deu-lhe um abraço tão sincero que a fez quase chorar. S/N saiu do quarto, aflita por saber que seu filho sentia algo que não queria falar. Ela percebia que, de algum tempo para cá, Hansol parecia triste demais, amedrontado, recluso, sem muitos amigos. Diferente do que era quando mais novo: extrovertido e hiperativo. Talvez fosse só uma fase, coisa normal da adolescência, período em que os hormônios estão à flor da pele e isso causa drásticas mudanças comportamentais e sentimentais; mas, por ter tido uma adolescência problemática, sabia que aquela "fase" poderia destruir a vida dele.

Com os pensamentos a mil, ela sabia que deveria contar a Hansol sobre seu pai. Afinal, o que poderia estar passando na cabeça dele?, ela se perguntava. O que ele acha que aconteceu com o pai dele? Divórcio?, briga?, egoísmo por não deixá-lo ver o próprio filho?

Em meio aos pensamentos, andava de volta ao quarto dela, onde Cheol estava deitado, descansando. Antes de entrar no quarto, S/N ouve Hansol chamá-la: - Mãe!

Por algum motivo, ela gelou por achar que seu filho teria tomado coragem para falar do pai. Consequentemente, ela também: - S-Sim?

- Posso ir à biblioteca do shopping? Tenho um livro para comprar.

Carpe Diem: Playground [pt.3] EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora