- Esse calmante me deixou tão calmo que fiquei até com sono.
- Essa era a Intenção... Pode dormir se quiser.
- Não, não! Vou tomar banho! Fica na porta do banheiro... Não quero ficar sozinho.
- OK.
Levantei-me um tanto zonzo, cansado. O que era aquele maldito calmante? Entrei no banheiro e comecei a desabotoar minha blusa, tirando-a vagarosamente.
- Não quero que olhe pra mim. - ri.
- Não estou olhando.
- Ah, não? Você disse que iria ficar ao lado da porta, mas está dentro do banheiro!
- Foi propositalmente sem querer. - brincou. - Eu gosto muito das suas costas. Na verdade, gosto do seu corpo inteiro: musculoso e ao mesmo tempo bem magro. Sei lá, eu gosto, não me dá medo.
- E que tipo de corpo te dá medo?
- Musculosos, robustos. - levantou os ombros, dizendo "sei lá".
"Ou seja, como os do Kevin.", pensei.
Terminei de tirar minhas roupas, colocando-me sob o chuveiro, deixando a porta do box um tanto aberta. A água morna caia sobre minha pele, fazendo a tensão sobre meus ombros sumir, permitindo-me relaxar quase que por completo.
- Ted?
- Oi.
- Vou trocar os lençóis, OK? Não vou sair do quarto, vou continuar aqui.
- Tudo bem.
- Qualquer coisa, me chama. Não fica com medo de acontecer algo.
- Não vou.
Enquanto a melodia da água caindo sobre meu corpo tocava, sendo o único som presente naquele lugar, ouço alguém bater na porta do quarto; um alguém que eu sabia quem era. Ah, finalmente!
- E ai? Comprou seus remédios?
- Não comprei remédios.
- Então o que comprou?
- Vai lá, na sala, ver.
- Eita... - ficou preocupada. - O que é? Não posso sair do quarto, estou esperando o Ted.
- Então depois você vê.
Desliguei o chuveiro, secando-me e vestido roupas leves, já que estava bastante calor.
- Amor, arrumei a cama. Pode dormir se quiser. Já é quase dez horas.
- Estou melhor agora que me acalmei. Pode ir lá na sala ver o que o Jeff trouxe.
- O que estão tramando? - perguntou, ao ver meus entreolhares e os dele.
- Vai lá ver, boba!
E então, com um sorriso enorme no rosto, foi à sala, com as expectativas altas. Um grito dela ecoou junto a passos fortes até o quarto.
- Flores? - segura o buquê de lírios. - E ainda tem mais dois desses buquês! Ah, são tão lindos!
- Tem um cartão também.
- Cartão? Eu não vi! - dizia, animada, procurando este no enorme buquê. - Ah, está aqui! "Obrigado por cuidar de mim. Eu te amo."
- Nunca te vi tão animada.
- Isso melhorou muito o meu dia. Não sabe como...
- Faço ideia.
- Bem... Acho que já posso ir embora, né? - interrompeu-nos Jeff.
- Ah, cara, já vai? Fica mais um pouco!
- Você parece tá melhor, acho que a Rimena consegue cuidar de você. Qualquer coisa, só me ligar!
- Sim, ligaremos!
- Manda um abraço à sua esposa e ao seu filho! Melhoras a ela! - exclamou Rimena, já que a esposa dele enfrentava uma forte pneumonia.
- Mandarei! Obrigado.
Fui até ele para despedir-me com um abraço, agradecer-lhe por cuidar de mim também. Então, foi-se embora.
- A sós.
- A sós.
- Você é um cara cheio de surpresas, Ted.
- Melhor do que me manter ao clichê.
- Com certeza. - concordou. - Promete a mim que vai fazer exame todo ano e... Que se algum dia isso voltar... Vai me contar?
- Ei... Calma! - aproximei-me dela, colocando a mão em seu pescoço, encostando nossas testas. - Quem fez aquilo foi o idiota do Vernon.
- Mas ele é você.
- Não, ele era eu. Agora, eu sou o Ted. O Ted que te ama e ainda vai casar com você.
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Carpe Diem: Playground [pt.3] EM REVISÃO
FanfictionVoltemos ao tempo em que não tínhamos preocupações, dores, corações partidos, responsabilidades; aquele em que passávamos a tarde num playground e, ao voltarmos para casa, torcíamos para o dia seguinte chegar e tudo acontecer mais uma vez, mais uma...