Laoch, Amor além do tempo

Prólogo

Irlanda, Novembro de 1847

De longe a jovem Mary Anne segura em seu poder o broto de uma rosa scarlatt. A jovem de beleza angelical tem o seu rosto banhado por lágrimas, suas vestes outrora com o aroma de lavanda agora se encontram sujas de lama e folhas secas. Os cabelos pálidos estão embaraçados como se há muito tempo alguém não tivesse escovado os seus fios.

— Mary Ann — Emma McDonald gritou da sacada para a irmã mais nova, segurando com força o seu xale sobre os ombros estreitos. — Mary Ann não seja uma grande tola, o que está fazendo jogada neste jardim? Volte para dentro!

Mary Ann não respondeu, poucos minutos depois, levantou da grama molhada de sereno, limpou seu rosto banhado por lágrimas que Emma desconhecia e com um último suspiro rumou em direção ao castelo dos McDonalds. Emma McDonald olhou por bastante tempo para a mesma direção em que Mary Ann olhara há pouco. Apertando seus olhos, buscando compreender o que havia de errado com a sua irmã mais nova, buscou entre as arvores do bosque encontrar algo que pudesse esclarecer todas as suas dúvidas. Mary Ann há muito estava agindo de maneira desvairada como se houvesse um mundo prestes a cair.

O vento gélido a faz se encolher, a sua busca é fracassada e sem mais nenhuma outra palavra, gira seus calcanhares e toma alguns passos para dentro do castelo. O seu longo cabelo pálido protegendo-a do frio em sua nuca. Puxando sua longa trança em seus dedos finos, Emma pulou assustada quando um assobio distinto veio das arvores. Voltando seus olhos naquela direção, viu a silhueta de um grande homem com ombros largos, pele de lobo e seu kilt ao longe. O seu assobio foi alto o suficiente para fazer todo o corpo de Emma se arrepiar, ela soube rapidamente quem estava entre as arvores.

Levando sua mão trêmula até o pingente de esmeralda, Emma sussurrou baixinho palavras que o nobre guerreiro ao longe não poderia ouvir, mas que ela desejou fervorosamente poder dizer tais palavras em seus ouvidos. Perguntou-se o que ele estaria fazendo e o motivo que o trouxe até as suas terras.

O guerreiro do clã Fitzpatrick admirou a beleza estonteante da senhorita Emma McDonald com o aperto em seu peito que faria qualquer outro homem desejar tirar sua própria vida. O guerreiro do clã Fitzpatrick estava perto demais da jovem que ele nunca desejou conhecer, mas que amava entusiasmo.