Luz azul

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No capítulo anterior

"Archie revira os olhos e passa por nós dois seguindo em direção a uma escada de ferro que leva até o que eu presumi ser uma sala. Olho para Connor sem saber qual o próximo passo que daremos. Ele pisca para mim e é como se algo estivesse rastejando em minha pele. Algo bom, algo caloroso, algo que eu não sinto em muito tempo.

Existia muitas perguntas rolando em minha mente, e a primeira delas era o motivo que o colar da minha avó foi considerado como 'maldito'. Archie sabia os motivos que levaram Connor a tira-lo de mim. Eu só precisava descobrir o que tudo aquilo significava.

E eu iria."

Mais uma vez sigo Connor por onde é que ele está indo e me sinto realmente patética sobre isso. Me perguntei diversas vezes o que meu avô estaria falando sobre o meu sumiço ou se Anne inventou alguma desculpa para ele. Eu não podia envia-la uma mensagem pois perdi o meu celular em algum lugar do jardim. Connor não parecia pronto para me ajudar quanto a isso e questionei mentalmente se ele de fato me auxiliaria a manter contato com o mundo exterior, uma vez que tínhamos entrado em seu mundo próprio.

Certamente meu avô diria que enlouqueci de forma irreversível e iria me trancar em um sanatório quando colocasse seus olhos em mim. Eu nunca estive em um lugar como esse, é claro que estive em diversas festas e muitas boates, mas nunca em um lugar repleto de homens usando couro e perfumes baratos. Não, definitivamente este não era o meu mundo e talvez tenha sido esse o grande motivo que me fez intrigada.

— Seja bem vinda ao meu local de trabalho, donzela. — Archie empurra uma porta aberta e sou surpreendida com um escritório bem iluminado, com móveis de mogno e carpete escuro. Uma versão menor do lustre de cristal acima da mesa de bilhar está posicionado no centro da sala. Certamente Archie tinha um bom decorador e imaginei que Anne gostaria daquele ambiente. Em nada se parecia com ele.

Connor pressionou sua mão em minhas costas como se estivesse me guiando para dentro. Archie olha sobre o ombro ao caminhar em direção de um bar no canto da sala.

— Vamos lá Archie, — Connor diz, repelindo-o. — Você sabe que não deveria beber.

Archie por sua vez não responde, apenas enche dois copos com o que deduzi ser um uísque escocês e se vira oferecendo um copo para Connor.

— Ah, me esqueci completamente de você minha querida. — Connor revira os olhos. — Será que você finalmente bebe como um homem?

Finalmente? É claro que eu bebia e é claro que eu sabia como beber. Aprendi muitas coisas na faculdade e uma delas foi a como encher a cara em uma festa e parecer natural na manhã seguinte em uma aula especialmente entediante. A pergunta que não queria calar era; como ele pode supostamente saber se eu bebia ou não?

— Você não irá dar qualquer bebida a ela, Archie. — Connor resmunga, empurrando o copo de volta para o irmão. Archie revira os olhos, bebendo em um único gole toda a bebida.

— Archie, eu juro que essa mancha de vinho não vai sair do meu Prada legitimo. — uma voz chorosa me fez praticamente pular assustada e me viro bruscamente em direção a uma pequena porta na extremidade do escritório, sou surpreendida por nada menos do que a minha melhor amiga usando uma camiseta branca e jeans que definitivamente não são dela. Quando ela levanta seus olhos para mim, posso ver a minha expressão neles.

— Anne? — não sei de onde encontrei voz para deixar sair, mas soube naquele instante que tinha algo de muito errado acontecendo. — O que diabos você está fazendo aqui? — eu tenho certeza que quase gritei.

Laoch, Amor além do tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora