No capítulo anterior
"Durante todo o caminho até a casa de Anne, não fui capaz de deixar aquele belo rosto e os olhos enigmáticos fora da minha mente. Ele é tão bonito, tanto que chega a ser surreal. Mas as suas palavras, a forma como ele se expressa, o jeito que tudo aconteceu — tão rápido e tão confuso — me deixa confusa.
Gostaria de me chutar muito duro por não ter me lembrado de perguntar o seu nome.
Quem é ele e por que diabos ele disse que estava atrás da sua mulher e me confundiu com ela?"
Meath, Irlanda, novembro de 1847
Ele despertou antes do amanhecer. Os cabelos cor de ferrugem se encontravam desgrenhados como em todas as manhãs, o brilho matutino não lhe feriam as vistas sensíveis pois o sol felizmente ainda se encontrava coberto. Colocando-se de pé, o guerreiro puxou uma camisa de linho em seu corpo e sua lâmina em suas costas, então ele começou a treinar.
O kilt que uma vez pertenceu ao seu pai era grande, um xadrez vermelho e verde musgo que ele tinha a honra de usar. Sua espada que um dia também fora do seu pai era grande além do que ele conseguia carregar em sua cintura, desta forma uma bainha de couro foi feita sob medida de modo que quando o embainhasse, o cabo se ergueria em seu ombro.
Estava pronto para iniciar as investidas em seu inimigo imaginário quando a luz do sol começou a penetrar através dos vidros das janelas, o guerreiro tinha o corpo coberto de uma camada de suor pela noite turbulenta que enfrentara dentro da sua própria mente em seus pesadelos.
Tentando manter sua mente distante, empunhou sua espada e apontou para seu inimigo, a batida em sua grande porta de carvalho e metal o fez mudar completamente sua atenção e voltar a realidade.
— Quem é? — grunhiu.
A porta se abriu e Jenny, a criada que o criara, espiou para dentro de seu quarto.
— Desculpe a intromissão senhor, — a velha mulher diz. — Um cavalariço veio no meio da noite entregar esta carta. — mostrou o envelope amassado e com um pequeno envelope amassado. — Acreditamos ser da senhorita McDonald. — sussurrou ao falar o sobrenome. — Gostaria que lhe preparasse um banho antes de sair? — Enquanto falava, a mulher percebeu que o lorde estava quase nu, embora a camisa lhe chegasse à altura dos joelhos e o kilt mal amarrado estivesse embolado em seu quadril. O rosto de Jenny corou. Ela o ajudava em seu banho desde que era um bebê e ela uma menina de treze anos anos, mas o guerreiro não era mais um menino e ela tampouco uma jovem franzina. O guerreiro alto e suado constituía uma visão viril demais para uma velha e melindrosa criada ignorar.
Acostumado aos olhares apreciativos das mulheres, o guerreiro poupou-a de um desconforto adicional com um rude e sonoro "não" e acrescentou:
— Como você pode achar que a carta é da senhorita McDonald?
A voz grave e profunda do guerreiro emitiu um calor suave e rouco na mesma proporção. Ele havia crescido rapidamente desde que o seu pai morreu e assumido os deveres da família como o filho primogênito. O guerreiro olhou a mulher de maneira terna e sentiu os seus olhos maternais em sua carne, ela sempre o tratou como um filho e mesmo que ele tenha crescido ouvindo histórias de que o seu pai se deitara com ela durante toda a sua vida, ele nunca, em nenhuma vez achou que a mulher mantinha uma mascara para com ele.
— Tem a assinatura feminina e chama-te pelo primeiro nome. — explicou. — Acredito que o que aprendi a ler esta é uma carta de amor. — seus olhos brilham como se ela fosse a maior romântica incurável que já existiu.
Jenny não tem filhos, ou alguém que possa chamar de marido. Jenny cresceu e se criou nas terras da família FitzPatrick.
— Me de isto aqui, mulher. — ela lhe entrega a carta deslizando rapidamente dentro dos seus aposento e como rápido ela entrou, rápido ela saiu. — Obrigado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Laoch, Amor além do tempo
RomanceTransportada para uma época em que mulheres são submissas aos homens e guerras iminentes ameaçam a paz, Sophie se encontra em um mundo estranho, casada com um homem enigmático que acredita que ela é a reencarnação de sua amante perdida. Segundo Conn...