Tive uma gravidez muito complicada, a começar pela acusação de traição que recebi do Hugo logo no dia em que dei a notícia para ele.
Naquele dia, depois de me acabar de chorar na cama depois da acusação, tive uma noite de sonhos conturbados, e de manhã fui acordada pelo Hugo com uma expressão de pavor que eu nunca tinha visto em seu rosto.
Sentei com um pulo, assustada.
– O que houve?
– Só agora li o que você escreveu atrás da fralda e lembrei que não usamos camisinha naquele dia...
Comecei a entender que a expressão em seu rosto não era de pavor, mas sim de culpa. Ele continuou:
– Desculpa por eu ter pensado que você tinha me traído. Eu não tinha esse direito!
A expressão de culpa deu lugar à vergonha. Mas eu fiquei tão feliz por perceber que ele estava aceitando a ideia de aumentar a nossa família, que me esqueci da noite anterior na mesma hora.
– Tudo bem, meu amor. Já nem lembro mais o que você falou pra mim ontem! O que importa é que agora eu sei que você gostou da notícia e nós podemos começar a...
– Peraí, uma coisa não tem nada a ver com a outra! Eu tô me sentindo culpado por ter falado aquelas bobagens pra você ontem sim, e peço desculpas mais uma vez, mas isso não quer dizer que tô feliz por você estar grávida!
Meu mundo caiu novamente.
– Você não está?
– Cris, não se faça de tonta! Eu sempre falei que não queria uma criança pra atrapalhar o nosso relacionamento. Isso não mudou!
– Mas a gente já não falava sobre isso há tanto tempo... Pensei que você já tinha superado essa fase.
– Ah, então foi tudo premeditado, né? Você planejou aquela comemoração toda já imaginando que eu ia ficar desarmado e ia me esquecer da camisinha!
– Não, Guinho, eu não armei nada! E fiquei tão envolvida com toda aquela emoção que estávamos sentindo, que não me lembrei da camisinha também...
Comecei a sentir uma cólica forte e soltei um gemido, dobrando meu corpo para a frente.
– Ah, Cristiane, para de fazer cena só pra eu ficar com peninha de você!
– Ai, Guinho, me ajuda, não é cena, eu acho que vou perder nosso bebê, me ajuda!
– Se perder, ótimo! Eu já disse que não quero bebê nenhum!
– Se você não me ajudar, você vai perder não só o bebê, mas a mim também! Corre!
Acho que o Hugo só percebeu a gravidade da situação quando viu sangue escorrendo pelas minhas pernas e ficou com medo de me perder. Correu comigo para o hospital, onde rapidamente fui atendida.
Hugo ficou ao meu lado o tempo todo, com uma expressão de preocupação constante, enchendo os médicos de perguntas.
A minha maior preocupação era se eu ia perder o bebê, aquele pedacinho de mim que eu já queria e amava tanto. Mas, ao mesmo tempo, me preocupava com a aceitação do Hugo. Se a gestação continuasse, como ficaria o nosso casamento?
Interrompendo meus pensamentos e preocupações, o médico declarou, enquanto me examinava:
– Sra. Cristiane, o que a senhora teve foi uma ameaça de aborto. Sorte que seu marido te trouxe rapidamente para o hospital. Se demorasse muito, as chances de o bebê sobreviver diminuiriam bastante.
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Quer ser feliz para sempre? Separe-se! (COMPLETO!)
RomanceCristiane e Hugo estão passando pela famosa crise dos 7 anos e, embora tenham conseguido superar outra crise há dois anos (quando Cristiane ficou grávida de Priscila), dessa vez a única solução que eles veem é a separação. Para Hugo, o problema todo...