Capítulo 28 - Voltando para casa

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Até aquele dia, embora Hugo me levasse diariamente até o hospital, eu sempre entrava sozinha e pedia para ele não me acompanhar. Dessa vez entramos juntos, de mãos dadas. Na recepção, nos identificamos e informamos que iríamos visitar nossa filha no CTI.

A recepcionista demorou mais tempo que de costume para liberar nossa entrada. Fez um telefonema e pediu que aguardássemos, pois o médico viria conversar conosco.

Senti minhas pernas ficarem bambas imediatamente. Para que o médico iria até a recepção do hospital para conversar conosco, se em todas as outras visitas isso não foi necessário? Pensei logo no pior. Segurei a mão do Hugo mais forte, e ele leu meu pensamento. Abraçou-me com firmeza e tentou me tranquilizar.

– Calma, meu amor, não pense no pior. Vamos manter nossa fé. Nossa filhinha está bem, se recuperando e logo estará brincando e rindo em nossa casa. Respire fundo e encoste aqui no meu peito.

O médico não demorou a aparecer e fui logo andando para perto dele.

– O que houve, doutor? Cadê a Priscila?

– Boa tarde, Sra. Cristiane, boa tarde, Sr. Hugo. É bom que vocês estejam juntos hoje mesmo.

– Ai, doutor, fala logo, tô apavorada!

– Calma, Sra. Cristiane, as notícias são boas.

Ufa! Consegui respirar fundo e senti um alívio imediato ao ouvir a palavra "boas".

Hugo abriu um sorriso e passou o braço por trás de minha cintura, me segurando com muito carinho. O médico continuou.

– Hoje de manhã, por volta das 11h, a Priscila abriu os olhos, sorriu e falou "mamãe".

Não consigo definir o tamanho da alegria que me invadiu naquele momento! Abracei o Hugo bem forte e comecei a pular. Nem pensei nas pessoas que estavam à nossa volta! Eu só queria comemorar!

Hugo sussurrou no meu ouvido: "Isso deve ter acontecido exatamente na hora em que você me perdoou, meu amor!"

O médico informou que, logo depois que a Priscila abriu os olhos e falou, acabou adormecendo novamente, mas já conseguia respirar sozinha. Assim, ela já poderia sair do CTI e ir para o quarto.

Eu fiquei tão feliz, que dei um abraço no médico! Ele ficou sem jeito, mas vi no rosto dele uma expressão de alegria genuína por nós. Nós demos muita sorte com a equipe do hospital que estava cuidando da Pri. Todos eram sempre muito atenciosos conosco.

Hugo e eu aguardamos cerca de uma hora, enquanto os médicos faziam os procedimentos necessários para levar nossa filhinha para o quarto. Eu estava superansiosa para tocá-la, vê-la de olhos abertos, conversar com ela!

Assim que o médico liberou, eu e Hugo entramos juntos no quarto onde Priscila estava. Ela dormia como um anjinho, sem aqueles aparelhos todos que estavam ligados a ela no CTI. Eu e Hugo acariciamos seu cabelinho no mesmo momento, e eu comecei a cantar.

"Se essa rua, se essa rua fosse minha..."

Hugo continuou: "Eu mandava, eu mandava ladrilhar..."

Para nossa surpresa, ouvimos uma voz baixinha e aguda em seguida: "Com pedinhas, com pedinhas de bilhante..."

Eu e Hugo nos olhamos e nossas lágrimas começaram a escorrer no mesmo momento. Nossa filhinha estava falando de novo! Ela estava cantando! Foi muita alegria!

Dei muitos beijos nas bochechas da Priscila! Tantos, que ela até pediu pra eu parar e deixar o papai beijá-la também! Eu não queria largá-la, não queria deixar de sentir minha pele tocando na dela. Era como se eu quisesse me certificar de que ela não iria fechar os olhos novamente.

Depois de ficarmos uma hora no quarto com a Priscila, o médico foi lá nos informar sobre o estado da nossa filha. Disse que ela estava ótima e que ainda teria que tomar alguns remédios na veia até o dia seguinte, mas no domingo ela receberia alta e poderíamos continuar medicando-a em casa.

Aquele foi o melhor sábado da minha vida, sem dúvida! Percebi que aqueles sentimentos de mágoa e raiva que estava sentindo pelo meu marido estavam impedindo que as coisas boas acontecessem em minha vida, na vida da minha família. Somente quando me libertei daqueles sentimentos negativos é que tudo começou a melhorar!

O domingo foi um dia melhor ainda! Levamos nossa filhinha para casa e fizemos um lanche de comemoração com a nossa família. O clima não podia estar melhor! Todos com alto astral, felizes, paparicando a Priscila e rindo muito. Todo mundo comentou que nunca haviam visto eu e Hugo com olhares e sorrisos tão felizes!

No final do dia, depois de contarmos juntos uma historinha para a Priscila dormir e nos certificarmos de que ela estava respirando bem, eu e Hugo fizemos um último brinde: à saúde da nossa filha e à nossa reconciliação, prometendo que iríamos lutar juntos para manter esse clima harmonioso para sempre.

Hugo sugeriu que nós dois fôssemos ao curso na terça-feira, para agradecermos pessoalmente ao Carlos e à Amanda por todos os ensinamentos que nos levaram a essa nova fase de nossa vida.

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