No sábado o clima em minha casa melhorou, graças à Pri. Ela já acordou sorrindo e dizendo que o dia estava lindo para ir à piscina!
Como o Hugo adora uma piscina, sugeriu que fôssemos ao clube, programa que não fazíamos em família havia muito tempo.
Fiquei um pouco tensa ao lembrar que encontrei com Carlos e Amanda na última vez em que estive no clube. Acho que o Hugo não se sentiria à vontade se nos encontrássemos lá. Mas o convite dele para aproveitarmos o dia no clube foi tão animado, que tive que aproveitar a possibilidade de ver minha família unida e feliz.
Quando chegamos na área da piscina, que estava bem cheia, passei o olho pelas famílias que estavam lá. Hugo percebeu e me perguntou se eu estava procurando alguém. Disfarcei, falei que não, mas logo me senti culpada por estar mentindo para ele mais uma vez.
Deixamos nossas roupas em cima da única cadeira vaga que encontramos, coloquei as boias de braço na Priscila e fomos nos refrescar na piscina. A Pri estava felicíssima, dando gargalhadinhas contagiantes! Quando dei por mim, percebi que nós três estávamos fazendo o mesmo que vi a família do Carlos fazendo quando os vi naquela mesma piscina: estávamos abraçados, girando e rindo.
Naquele momento senti uma força enorme dentro de mim, que me dizia que o amor e a união da nossa família iria superar a crise que estava tentando me separar do meu marido.
Depois de duas horas de brincadeiras na piscina, fomos almoçar no restaurante do clube. Antes de começar a comer, peguei meu smartphone para me atualizar nas redes sociais e publicar uma foto da Priscila pulando na piscina em meu Facebook.
Aproveitei a força que estava dentro de mim para dar o primeiro passo da execução do exercício que ainda me restava fazer. Entreguei meu celular ao Hugo, rindo, e falei para ele ver as coisas engraçadas que estavam aparecendo no meu Facebook.
Ele fez uma expressão de estranhamento, certamente por eu nunca ter feito isso antes (confesso: nunca fiz por medo de ele acabar vendo as mensagens que troco nos grupos de que faço parte). Pegou meu celular, rolou a tela, deu umas risadas e me devolveu o aparelho.
Ufa, primeiro passo dado. "O próximo será mostrar meus grupos pra ele" – imaginei, me sentindo orgulhosa por ter encontrado uma saída para executar o exercício de forma gradual.
Depois do almoço, como o sol estava forte demais para continuarmos na piscina com a Priscila, fomos embora do clube, deixamos o carro na garagem do nosso prédio e fomos até a praça perto de casa, para a Pri brincar um pouco com os amiguinhos.
Enquanto o Hugo empurrava nossa filha no balanço, peguei meu smartphone, tirei uma foto deles e publiquei no Facebook. Aproveitei para me atualizar com as mensagens dos grupos e, logo depois que respondi a uma enquete em um grupo só de mulheres, que perguntava se alguém havia se arrependido de se casar, a Priscila soltou as mãos do balanço e caiu para frente, começando a chorar imediatamente.
Corri para pegá-la no colo, soltando meu smartphone no chão ao lado de onde ela tinha caído. Vi que as mãozinhas e os joelhos dela estavam bem arranhados, mas o rosto não tinha batido no chão.
Fui até a carrocinha de água de coco e pedi gelo para o vendedor, que foi muito solícito comigo e ficou tentando distrair a Priscila, para ela não chorar ainda mais quando eu encostasse o gelo nos arranhões.
Passado o susto, olhei em volta para ver onde Hugo estava, até que o encontrei encostado na barra lateral do balanço, olhando para meu celular com a testa franzida.
Foi aí que me lembrei da resposta que eu tinha acabado de dar no grupo do Facebook e de não ter bloqueado o aparelho antes de largá-lo no chão. Mas não me arrependi da minha resposta e não me importei por ele ter visto. Afinal, quem não se arrependeria por ter se casado com um marido que não consegue ter cuidado nem para empurrar a filha no balanço e muito menos ir acudi-la após a queda?
Fui andando com a Pri no colo em direção à saída da praça. Ouvi o Hugo me chamando, mas não tive vontade de olhar para trás. Apertei o passo para ir logo para casa com a Priscila.
Hugo conseguiu nos alcançar quando estávamos entrando em nosso prédio. Chegou esbravejando, perguntando se eu estava maluca de ir embora sem ele e dizendo que eu precisava dar muitas explicações a ele sobre as mensagens que ele leu no meu celular.
Esbravejei de volta, dizendo que ele era um frouxo, que não conseguia nem cuidar da própria filha direito. A Priscila voltou a chorar alto nesse momento – não sei se por dor ou por estar presenciando o papai e a mamãe brigando.
Entrando em casa, fui direto para o banho com a Priscila. Lavei bem os machucados dela, fiz curativos e, depois, deitei ao lado dela para que ela tirasse seu soninho da tarde.
Depois de me certificar de que ela já estava dormindo, fui para o meu quarto e peguei um livro para ler. Hugo entrou logo em seguida, fechando a porta e cuspindo palavras ofensivas em mim:
– Se você se arrependeu de se casar comigo, por que ainda está indo naquele curso que não serve pra nada? Aliás, aquele casal que se diz experiente é que deve ter colocado na sua cabeça que você não devia ter casado comigo, né? Provavelmente o próximo passo é eles te incentivarem a me trair – se é que não traiu ainda!
Ouvir aquilo foi demais para mim. Não consegui me conter e explodi:
– Pois é, eu nunca traí, mas já devia ter feito isso há muito tempo! Homens interessados em mim não faltam! Não faz nem duas semanas que você me prometeu que ia melhorar e já tá mostrando que eu não posso confiar em você mesmo! E se eu não posso confiar nem em uma simples promessa como essa, você acha que devo confiar que você nunca me traiu?
– Ah, faça-me o favor, Cristiane! Não vem querer inverter o jogo não! Quem acabou de falar que devia me trair foi você! Você acabou de me provar que EU é que não devo confiar em você!
Aquela discussão estava tomando um rumo esquisito, que nunca tinha acontecido. As brigas eram frequentes nos últimos tempos, mas nunca tínhamos posto a confiança entre nós tão à prova daquele jeito.
Respirei fundo, fechei os olhos, contei até três e me lembrei do exercício do curso que eu estava tentando fazer naquele mesmo dia, horas antes. Era um exercício que envolvia justamente a confiança. Mas, naquele momento, eu já não sabia mais se queria ir adiante. Nosso casamento parecia não ter mais jeito mesmo.
Começou a ecoar em minha mente aquela maldita expressão que não saía da minha cabeça nos últimos tempos: "Separe-se! Separe-se! Separe-se!". E, como se as palavras tivessem se transportado da minha mente para a boca do Hugo, ouvi pela primeira vez:
– Você tava certa mesmo quando falou em separação naquele dia! Não dá mais pra viver com uma mulher que se arrependeu de se casar comigo!
Não titubeei em responder que seria ótimo se ele arrumasse suas coisas e fosse embora de casa – e saí do quarto, batendo a porta.
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Xiiii, será que dessa vez a separação vai sair mesmo?A sua opinião é muito importante pra mim! Deixe seus comentários, por favor. 😁
Novos capítulos toda quarta e sábado!
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Quer ser feliz para sempre? Separe-se! (COMPLETO!)
RomanceCristiane e Hugo estão passando pela famosa crise dos 7 anos e, embora tenham conseguido superar outra crise há dois anos (quando Cristiane ficou grávida de Priscila), dessa vez a única solução que eles veem é a separação. Para Hugo, o problema todo...